sábado, junho 30, 2007

Massa Crítica .::. Junho .::. Bicicletada



Com um público flutuante em torno de 25 pessoas, a Bicicletada de junho trouxe mais uma vez um pouco de alegria e alívio para as estressadas e congestionadas ruas de São Paulo.

Conversa, celebração, panfletagem, educação e diversão: o encontro mensal de massa crítica em São Paulo acontece sempre na última sexta-feira de cada mês, promovendo o uso do transporte sustentável e a construção de espaços humanos nas cidades.

[vídeo]

[álbum de fotos]



Praça do Ciclista



Passando o recado...



... com alegria.



Estréia do Eco-Taxi na Bicicletada.
Uma bicicleta a mais, dois carros a menos!



Propaganda e realidade.



A árvore plantada na Biciceltada contra o G8
e as mudanças climáticas
segue por lá.



E para dar mais sorte à cidade, desta vez os
participantes plantaram trevos de quatro folhas.







Nós somos trânsito!





Bicicletaria do Seu Adil, desde 1947 na rua dos Pinheiros.





Veículo do passado transportando veículo do futuro.



Ahhhhh!!!! Trânsito na Vila Madalena.
Como é ruim dirigir na cidade.



Em julho a Bicicletada paulistana completa 5 anos.

Prepare-se para a festa!

voltar ao topo

quinta-feira, junho 28, 2007

.::. massa crítica .::. bicicletada .::.



.::. Bicicletada .::. Massa Crítica em São Paulo .::.

:. sexta-feira (29/06)

:. concentração lúdico-educativa: 18h / pedal para humanizar o trânsito: 19h30

:. Praça do Ciclista: av. Paulista, alt. do 2440 (quase na Consolação)

:. Não tem bicicleta? Peça uma emprestada.


: . : . : . www.bicicletada.org

: . : . : . relatos, fotos e vídeos

: . : . : . panfletos e cartazes

: . : . : . lista de discussão (cadastramento)

: . : . : . comunidade no orkut

: . : . : . massa crítica - wikipedia

voltar ao topo

quarta-feira, junho 27, 2007

A privatização do silêncio






voltar ao topo

terça-feira, junho 26, 2007

Angústia, raiva e solidão


(foto: João Lacerda / Transporte Ativo)

"Hoje de manhã, por volta de 10 horas, eu e um amigo pedalávamos tranquilamente pela engarrafada rua Pinheiro Machado quando um taxista num Santana buzinou. Embora o tráfego estivesse parado logo à frente, o motorista forçou passagem.

Ao emparelhar, meu amigo sacou a máquina fotográfica e conseguiu o retrato da 'gentileza' e da noção de espaço público nas ruas do Rio de Janeiro."

Motoristas apressados para chegar até o próximo ponto de congestionamento ou ao semáforo seguinte não são exclusividade carioca, como no relato acima. Em São Paulo, o desespero transformado em agressividade também se manifesta em cada esquina.

Ainda que a fantasia publicitária venda o exato oposto, dirigir na cidade consiste basicamente em andar e parar a cada 2 ou 3 minutos. Acelera, primeira, segunda, terceira, reduz e freia. Acelera, primeira, segunda. Buzina. Freia. Acelera, primeira, segunda...

Quanto mais agressivos e mal educados são os motoristas e quanto mais potentes, agressivos e numerosos são os automóveis, mais controle é necessário, mais semáforos, mais radares, mais lombadas... Infelizmente o motorista não constuma entender essa fator elementar da física, o movimento de corpos em um espaço finito.

Hipoteticamente, se todos os motoristas no final da tarde andassem a 20km/h (média de velocidade no horário) ninguém ficaria parado, ou seja, não haveria congestionamento. Talvez, com velocidades mais reduzidas, também não fossem necessários os semáforos, lombadas e radares...


(reprodução: desenho Motormania, de 1950, Walt Disney)

- Mas como?! Eu comprei esse carro porque ele vai de 0 a 100 em meio segundo, porque ele me permite conquistar mulheres lindas, porque com ele eu sou rico, bonito, veloz, ágil, poderoso, livre...

- Eu juro que vi, tava lá no comercial, o carro sozinho na rua debaixo do céu azul, como você me diz que eu não posso exercer tudo isso que eu comprei, como eu não posso andar a 180km/h?

- A culpa é desse idiota que está na frente, que não sabe dirigir [buzina]. Tinha que ser mulher mesmo. Vai pilotar fogão, sua $@%#! [buzina]

- Ô velho maldito que demora pra atravessar a rua. [buzina rápida] Não tá vendo que o sinal já fechou pra você?! Acelera o passo e sai logo da frente! Quer morrer, é?! [acelera com raiva, cantando o pneu]

- Esse país não tem jeito mesmo, quanta miséria. E aí ficam esses pobres puxando carroças no meio da avenida Paulista, que coisa mais atrasada, pega mal pra cidade, pro turismo, afeta o "risco país"... A prefeitura devia mesmo limpar essa gente; privatizar logo a reciclagem de lixo e tirar esses malditos pobres que puxam carroças e ficam atrapalhando o trânsito. [buzina]

- Que porra é essa, uma bicicleta?! [buzina] Vai pra calçada, %$#@! [buzina] Folgado, não não paga IPVA e fica aí no meio da rua atrapalhando o trânsito, andando a 20km/h!

Veja também:

[alta velocidade = pinto pequeno?]

voltar ao topo

Massa à italiana



Delicioso o vídeo da massa crítica de maio na cidade italiana de Lecce.

E a próxima sexta-feira (29) é a última de junho, dia de celebrar o transporte sustentável e a convivência pacífica no espaço público nos encontros de massa crítica. Dia de bicicletada. Confirmadas até agora: São Paulo, Fortaleza e Mossoró.

voltar ao topo

Suportes alternativos para a arte



Do blogue Salão do Pára-Brisa:
Os coletivos brasileiros Poro + Pão com Durex (MG), GIA (BA), EIA (SP), Entretantos (ES), Interatividade (CE), Grupo Empreza (GO), ArRUAssa (PA), Deambulações Periféricas (SC) , Êxito d´rua (PE) e Grupo Madeirista (RO), convidam todos cidadãos, estudantes e artistas a criarem trabalhos a serem afixados/deixados/encaixados nos pára-brisas de carros, ônibus, caminhões e caminhonetes estacionados nas ruas, praças e parques das cidades de Belo Horizonte, Salvador, São Paulo, Vitória, Fortaleza, Belém do Pará, Goiânia, Florianópolis, Recife e Porto Velho.

Vale de carro popular a carro de luxo !

A escolha dos veículos que receberão as obras em cada cidade será feita pela equipe formada por quem estiver presente no dia da realização.

O formato sugerido é qualquer formato que seja "compatível" com pára-brisa!!! Pense em trabalhos frente e verso!

Quando e Onde?
Os trabalhos serão colocados (“aplicados”, “expostos”) nos pára-brisas dia 07/07/2007. A data limite para o envio de trabalhos é 02 de julho.

[informações e inscrições - SNPB 2007]

voltar ao topo

segunda-feira, junho 25, 2007

Velozes, furiosos e assassinos



voltar ao topo

domingo, junho 24, 2007

Seminário: poluição do ar por veículos



Acontece nesta segunda-feira (25), a partir das 17h, o seminário "Poluição do Ar por Veículos", promovido pelos institutos de Engenharia e Samuel Murgel Branco e pelo escritório Araújo e Policastro Advogados.

Palestrantes:
- Dr. Paulo Saldiva (Prof. Titular da FMUSP - Laboratório de Poluição Atmosférica Experimental)
- Dr. Gabriel Murgel Branco (engenheiro, consultor e especialista em Controle de Poluição Veicular),
- Eduardo Jorge Alves Sobrinho (Secretário Municipal do Verde e do Meio Ambiente)

O Instituto de Engenharia fica na rua Dante Pazzanese, 120 (Vila Mariana). Informações: (11) 5574-7766 (r. 220).

voltar ao topo

sábado, junho 23, 2007

Usos para o espaço



São Paulo, qualquer rua, qualquer hora.



Nova Iorque, 1941



Zaragoza, quarta-feira, 22 de maio



Holanda, hora da aula



Canadá, público ou privado?


(Fotos:
2 - streetsblog / 3 - voando alto / 4 - menos um carro / 5 - bike lane diary)

voltar ao topo

sexta-feira, junho 22, 2007

Para não atrapalhar ninguém



(reeditada a partir de sugestão nos comentários)

Ao estacionar sua bicicleta, verifique se ela não irá obstruir a passagem de pedestres e cadeirantes ou o acesso aos equipamentos de mobiliário urbano (lixeiras, caixas de correio, pontos de ônibus, etc).

Na foto acima, o selim abaixado fez com que bicicleta dobrável coubesse debaixo desta caixa de controle semafórico, usando praticamente o mesmo espaço na calçadada que o conjunto de cinco (!!!) postes instalados na saída da faixa de pedestres.

Veja também:

[Usos alternativos para os espaços de estacionamento]

[Usos alternativos para o automóvel]

[Paraciclos em São Paulo]

voltar ao topo

quinta-feira, junho 21, 2007

Sobre a sociedade do automóvel



"A essência do conflito hoje são os carros e as pessoas. (...) Podemos ter uma cidade que é amiga dos carros, ou uma cidade que é amiga das pessoas, não podemos ter ambas". Enrique Peñalosa, ex-prefeito de Bogotá no bate papo acima.


- Horácio Capel, professor catedrático da Universidade de Barcelona, em entrevista à Agência FAPESP:

"Em cidades como São Paulo, Salvador e Porto Alegre há um desprezo muito grande pelos pedestres. E há uma cultura do automóvel particular que não pode continuar. A janela do hotel em que fiquei hospedado está voltada para a avenida Rebouças. Pude ver que na maior parte do dia ela está congestionada. Andei muito em São Paulo e verifiquei problemas muito grandes de mobilidade. Há bons ônibus, mas não existe uma opção decidida pelo transporte público."

"A cidade tem áreas para passear com um valor urbano extraordinário, mas os paulistanos vão a todos os lugares em seus automóveis. Eles perderam o gosto pelo passeio. Há automóveis demais. Fiquei impressionado também com o processo de verticalização. Há locais em que havia uma casa para uma família e agora há um prédio de 30 andares. Vemos ruas inteiras assim. Isso é assombroso, porque em um prédio desses há 120 famílias e pelo menos 80 automóveis. Mas a estrutura da rua é a mesma de quando havia uma família com um automóvel."

"Tenho a impressão de que os políticos perderam o contato com a realidade social. Eles estão desconectados dos movimentos populares e a participação dos cidadãos no urbanismo é puramente formal. A maneira como se faz o urbanismo deve ser modificada. Os políticos tomam decisões urbanísticas a partir da assessoria de técnicos que acreditam ser donos da verdade por controlar o saber técnico."


- David Duarte Lima, conselheiro da Rodas da Paz, em entrevista ao Jornal do Brasil:

"Quando se aborda o tema da privatização das ruas pelos automóveis, há quem alegue que isso é uma ficção, partindo do princípio de que as pistas de rolamento não estão privatizadas do ponto de vista jurídico. Na prática, contudo, elas foram monopolizadas por um tipo de usuário de veículo. O motorista."

"O automóvel é útil. Mas é um devorador de espaços que sacrifica as cidades. O automóvel monopoliza, quase por inteiro, o espaço público. E monopoliza, também, os investimentos. O administrador público faz tudo para o automóvel. Quanto ao ciclista e ao pedestre, que se danem. (...) Examine-se a tendência de se adquirir utilitários esportivos de grande porte, como acontece nos Estados Unidos. As pessoas compram esses veículos para protegerem-se e às suas famílias. Os que estão do lado de fora, no entanto, não estão protegidos. E como os utilitários esportivos são grandes e muito pesados, a violência no trânsito aumenta."

"Há que se empreender a luta política para recuperar os espaços públicos, que foram privatizados pelo transporte motorizado. Há que se mostrar que o espaço público não é do automóvel. É das pessoas."

voltar ao topo

Brechócleta e Volta pelo Clima



No próximo sábado (23), o Greenpeace realiza em São Paulo a Volta pelo Clima, uma caminhada/pedalada de conscientização a respeito das mudanças climáticas.

O evento, que já aconteceu em outras cidades no último dia 2, foi remarcado na capital paulista por causa da chuva. A volta pelo clima acontece das 9h às 13h, no parque do Ibirapuera (ao lado do museu Afro-Brasileiro).

Também no sábado começa em São Paulo a 3a edição da Brechócleta. No bazar, roupas, peças e acessórios semi-novos e pontas de estoque de algumas lojas e distribuidoras.

A pechincha vai até o dia 30 de junho, de segunda à sexta (das 12h às 22h) e aos finais de semana (das 10h às 16h). Desta vez a Brechócleta acontece na rua Magalhães de Castro, 974 (Butantã, perto da USP). Mais informações com Cibele, por e-mail ou pelo telefone (11) 9616-7686.

voltar ao topo

quarta-feira, junho 20, 2007

Direitos Humanos e os calçadões do centro



Nesta quinta-feira (21), a partir das 10h da manhã, acontece uma audiência pública na Câmara Municipal de São Paulo para a apresentação do Dossiê de Violações de Direitos Humanos no Centro de São Paulo.

A publicação, realizada pelo Fórum Centro Vivo, é resultado da articulação de diversos movimentos, grupos, entidades e indivíduos preocupados com os rumos da cidade.

Um dos ítens do Dossiê trata da política de restrição à circulação de pedestres e do incentivo ao uso de automóveis com o fechamento de diversos calçadões na região central.



A imagem acima é de 2004. Em laranja, as áreas livres de carros no centro, locais onde pedestres, ciclistas e cadeirantes podiam circular e conviver sem se procupar com buzinas ou atropelamentos.

Abaixo, em preto, os calçadões fechados nos últimos dois anos. Em azul, a próxima vítima anunciada: o vale do Anhangabaú.



Ao contrário de boa parte das metrópoles mundiais, a capital paulista não parece levar a sério os danos ambientais e humanos causados pelo uso excessivo de automóveis particulares e segue estimulando a circulação de máquinas de duas toneladas com uma pessoa dentro.

A política de fechamento dos calçadões, chamada de "abertura" e "revitalização" pela mídia de massa, não tem nada a ver com a construção de cidades mais humanas ou mais vivas. O objetivo é um só: adequar a região central aos interesses de especuladores e aos hábitos da minoria da população.



O folheto acima, distribuído por um dos centros culturais instalados na região, demonstra o tortuoso caminho escolhido pelos paulistanos: em vez de caminhar alguns quarteirões na região mais bem-servida de transporte público da cidade, preferem se isolar dentro de suas bolhas motorizadas e circular nos antigos calçadões protegidos por cameras de vigilância e vidros escuros. Tudo para evitar o contato humano no espaço público, visto como ambiente hostil e perigoso por quem só anda de carro.

Textos anteriores sobre o assunto:

[Três mortes distintas]

[Aqui ja$ a vida - o fechamento da 24 de maio]

[A praça de mão única]

[O largo estreito]

[Olha o calçadão da 25 de Março! É mentira...]

[Calçadão do mosteiro ao mercado]

[Ação contra os carros no centro]

voltar ao topo

Pode mentir, mas não ofende



... e Joseph Goebbels gargalha no inferno.




Assim como este pedestre de meia idade, também custo a acreditar em um país onde as agências de publicidade se auto-regulamentam. Mesmo assim, resolvi tentar a sorte e postei uma reclamação no site do Conar.

O texto da queixa foi o seguinte:

"É tudo mentira. Os efeitos do automóvel sobre o planeta e sobre as pessoas são o exato oposto. Se todos os habitantes de uma cidade comprarem um carro, ao contrário do que afirma a propaganda, não sobrará nenhum espaço nas ruas a não ser para estacionar carros. Os automóveis são responsáveis indiretos por guerras por combustível, são responsáveis diretos pela segregação entre as pessoas (já que, por exemplo, a taxa de ocupação dos mesmos na cidade de São Paulo é de 1,2 pessoas por carro) e estimulam a competitividade (para informações científicas a respeito, recomendo o desenho "Motormania", de Walt Disney)."

Reclame você também (e, se quiser, deixe uma cópia aqui nos comentários). Quem sabe começamos forçar uma separação entre a mentira e a propaganda. Se é que ainda existe essa possibilidade.

[Problema resolvido - texto no MountainBikeBH]

voltar ao topo

terça-feira, junho 19, 2007

Quer ganhar uma Dahon Eco?



A recente parceria da Associação Transporte Ativo com a Alternation irá ajudar a financiar as ações de promoção do uso das bicicletas que vem sendo realizadas há quase dez anos pela organização sediada no Rio de Janeiro.

A Alternation doou uma bicicleta Dahon Eco competíssima, que será sorteada em julho.

O sorteio acompanha o primeiro prêmio da Loteria Federal de 28 de julho. Cada bilhete sai por R$10,00.

Se você mora em São Paulo, entre em contato por e-mail para comprar o seu bilhete. Moradores de outras cidades, visitem o blog da Transporte Ativo para mais informações.

Além da bicicleta, avaliada em R$1000,00, o vencedor ainda leva uma garrafinha personalizada e um bordado da TA.

voltar ao topo

segunda-feira, junho 18, 2007

Investindo na sustentabilidade



Para vender um determinado produto, empresas dos mais diversos setores investem dinheiro em várias "frentes": pesquisa de tecnologias e mercado, investimento em infra-estrutura, publicidade, relacionamento com os clientes e fornecedores.

Durante muito tempo os fabricantes de bicicleta acreditaram que bastava gastar dinheiro com o desenvolvimento de produtos e propaganda, patrocinar meia-dúzia de competições esportivas e apoiar dois ou três passeios ciclísticos.

Há alguns anos esta postura começou a mudar.

Algumas empresas começam a despertar para uma nova realidade: não basta fazer propaganda bonita ou tentar disputar consumidores "top de linha" como os atletas de alta performance ou os cicloturistas profissionais, que gastam milhares de Reais em bicicletas e acessórios caríssimos.

Para vender bicicletas, é necessário que cada vez mais consumidores possam utilizá-las cotidianamente. Empresas como a Trek, a Planet Bike e a brasileira Alternation já descobriram que os responsáveis por "abrir caminho" para o uso das bicicletas são os chamados "bike advocates": associações, ONGs, indivíduos e grupos que promovem o uso da bicicleta nas suas mais diversas formas (transporte, lazer, esporte...).

Nos EUA, a Planet Bike destina 25% de seus lucros para a chamada "bike advocacy". John Burke, presidente da Trek, uma das maiores fabricantes de bicicletas do mundo, explica neste artigo (em inglês) as razões de investir dinheiro em quem promove o uso das bicicletas: "Dar suporte a organizações de 'bike advocacy' ajuda a criar uma nova geração de usuários de bicicleta e isso é bom para o meio ambiente, bom para a saúde pública e bom para a indústria de bicicletas".



No Brasil o apoio aos grupos que promovem o uso de bicicletas e defendem os direitos dos ciclistas ainda é novidade. Em maio, a Alternation (importadora das bicicletas dobráveis Dahon) anunciou uma parceria com a Associação Transporte Ativo, que irá sortear uma Dahon Eco em julho (mais informações na próxima postagem). A TA também está costurando uma parceria com a Biketech, loja de bicicletas que doou um triciclo de carga e irá fornecer cópias de panfletos.

Como a produção anual de magrelas no Brasil segue estagnada em 5 milhões de unidades por ano há uma década, resta esperar que os fabricantes nacionais abram os olhos (e os bolsos) e comecem a valorizar as iniciativas de quem abre caminho para o uso de seus produtos.

[mais sobre a política da Trek no blog da Transporte Ativo]

voltar ao topo

Bicicletada no orkut

É tudo mentira


(reprodução de portal da internet encontrada aqui)

Na semana passada uma montadora francesa publicou um site falso na internet para divulgar seu produto e inseriu "notícias" sobre o fato nos principais portais da internet.

O informe trazia letrinhas miúdas avisando que tratava-se de uma publicidade. Em letras maiores e imagens, a companhia automobilística avisava que um asteróide (homônimo ao veículo propagandeado) iria se chocar com a terra.

Ao clicar na notícia o internauta era levado para o site de um inexistente Observatório de Asteróides, onde não havia sequer referência ao fato de tratar-se de uma propaganda.


Além da campanha, a notícia também saiu do ar.

A falsa notícia foi logo desmentida e a campanha foi retirada do ar por alguns portais. No UOL, além da campanha, saiu do ar também a notícia que esclarecia o assunto (o link encontrado no mecanismo de busca não está mais no ar).


(reprodução: Paulo Pinto/OESP)

Como se não bastasse a confusão virtual, a campanha publicitária também vem causando transtornos no mundo real. A montadora instalou algumas caixas gigantes para acomodar suas bolhas metálicas de duas toneladas e vender um mundo que só existe na publicidade.

A caixa de tinha vedação acústica para impedir a entrada do barulho dos outros automóveis e seu interior era forrado com um painel "cheio de natureza".

No final de semana a Prefeitura mandou retirar uma das caixas, instalada em um shopping na Avenida Paulista. A "peça" não possuía alvará e ubstruía a passagem de pedestres vindos da escada rolante. Igualzinho ao mundo real.

A propagação de notícias falsas não é novidade, mas geralmente era associada à práticas de intervenção artística ou política. Orson Welles, na década de 30, transmitiu ao vivo uma (falsa) invasão alienígina pelo rádio.

A CIA, agência de inteligência estadunidense, também já assumiu ter plantado notícias falsas nos quatro cantos do mundo para "colaborar" com a política externa do país. Grupos e artistas como o Yes Men, Rtmarks, Joey Skaggs, Eva and Franco Mattes e Luther Blissett desenvolveram práticas semelhantes.

A grande diferença é que todos (inclusive a CIA) se utilizaram dos golpes em causas políticas, artísticas ou de contestação. Já o chamado "marketing de guerrilha" (sic) serve apenas para vender produtos.

voltar ao topo

sábado, junho 16, 2007

Faça você mesmo



Em Toronto (Canadá), a "Official Urban Repair Squad" resolveu deixar de lado a burocracia e a falta de vontade política dos governantes e colocou a mão na massa para garantir o espaço dos ciclistas nas ruas. Bem bonito, não?

A informação e as fotos estavam no Bike Lane Diary.



voltar ao topo

sexta-feira, junho 15, 2007

Fuja $e puder


a minoria motorizada leva toda a sociedade para o buraco

O automóvel é o único bem privado de uso exclusivamente público. Ninguém compra um carro para deixá-lo na garagem.

Por outro lado, ao contrário de outros bens privados, o automóvel não pode ser consumido por todos, como sonhava Henry Ford. Em São Paulo, apenas 1/3 da população utiliza automóvel para se locomover.

Na semana passada a cidade registrou mais um recorde de congestionamento: 192km na véspera do feriado. Vale lembrar que a CET monitora apenas 500km de vias. Ou seja, quase metade das ruas monitoradas estava com trânsito pesado.


(reprodução: anúncio de tanque de guerra em revista)

O excesso de carros provoca o caos para todos os habitantes. Atrapalha significativamente o transporte coletivo, polui o ar que é respirado por todos, gera barulho, agressividade e mortes.

Ciente da desgraça, a indústria automobilística e seus associados há muito tempo vêm criando anestésicos para quem está dentro da bolha. Ar condicionado, vidros escuros, equipamentos de som, celulares e até telas de vídeo (ainda que proibidas) equipam os interiores das máquinas de duas toneladas com uma pessoa dentro.


Possuído pela minoria, o carro repousa no incosciente de todos como símbolo de liberdade graças aos milhões de reais gastos em propaganda.

Como a realidade do congestionamento às vezes consegue ultrpassar as bolhas escurecidas, despertando em alguns a sensação de que algo está errado, a publicidade automobilística tem investido cada vez mais na associação do carro à uma idílica possibilidade de fuga.

Fugir do congestionamento, fugir da poluição, fugir do convívio humano, fugir da realidade que, para ser transformada, depende da participação coletiva. Mais fácil para as grandes massas é gastar alguns milhares de reais e acreditar que está comprando o passaporte para algum lugar bucólico.

Enquanto isso, a cidade vivenciada por todos, inclusive por quem anda de carro, segue sucumbindo às lógicas privatistas e de guerra estabelecidas pela $ociedade do automóvel.


(reprodução: campanha publicitária de veículo)

voltar ao topo