sexta-feira, março 30, 2007

Porque a indústria de veículos é criminosa


São Paulo, quinta-feira, 29 de março

Porque ela é a principal responsável pela poluição atmosférica que mata oito pessoas por dia na cidade de São Paulo.

Porque em vez de reduzir as emissões de seus veículos, ela prefere fabricar e vender modelos-fetiche que consomem alta quantidade de combustível.

Porque ela fabrica e vende subprodutos dos automóveis (as motos) sem nenhum filtro de poluição, ainda que existam diversas tecnologias consolidadas para a redução das emissões.

Porque ela estimula comportamentos agressivos, individualistas e irresponsáveis através de seus anúncios publicitários.

Porque o lobby a ela associado é o principal responsável pela baixa qualidade do transporte coletivo.

Porque o lobby a ela associado é um dos grandes responsáveis pelas guerras por combustível.

Porque ela fabrica e vende veículos que chegam facilmente a 180km/h em um país onde os limites de velocidade não passam dos 120km/h.

Porque ela transforma ítens de segurança fundamentais como airbags e freios ABS em opcionais exclusivos para os modelos de luxo. Em vez de contribuir com a redução do número de mortos em "acidentes", ela se ausenta da responsabilidade direta sobre a segunda causa da morte de jovens no Brasil para manter seus lucros astronômicos.

Porque em vez de instalar os dispositivos de preservação da vida como ítens de série, ela prefere tornar padrão em suas máquinas os dispositivos de proteção da propriedade.

Fica a sugestão de um amigo: se a nova aposta dos publicitários é o mundo virtual, com "ações de marketing" em jogos de simulação da vida como Second Life, que tal se as indústrias automobilísticas migrassem de vez para este mundo imaginário e deixassem o planeta Terra e seus habitantes em paz?

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quarta-feira, março 28, 2007

Bicicletada: sexta



Sexta-feira (30) tem Bicicletada em São Paulo. A concentração lúdico-educativa começa às 18h, na Praça do Ciclista (av. Paulista, altura do número 2400). Às 19h30, um pedal legal para humanizar o trânsito.

A Bicicletada é uma celebração mensal do transporte não-motorizado e do espaço público que acontece em mais de 200 cidades ao redor do planeta. Inspirada pelo movimento de massa crítica, a Bicicletada é uma iniciativa civil livre e horizontal, que busca promover os meios de transporte não-motorizados e a cidadania.

Pedalamos mensalmente pelo direito de circular com tranqüilidade todos os dias. Celebramos a locomoção inteligente, que não polui o ar, não congestiona as ruas e humaniza a cidade. Trocamos idéias e experiências para consolidar alternativas de locomoção. Ocupamos o espaço público para promover a convivência.

O único requisito é um veículo não-motorizado (bicicleta, patins, skate, patinete, etc). Panfletos, cartazes, alegorias e boas idéias são muito bem-vindos.

[visite o site da Bicicletada]

[faça o download e imprima panfletos e cartazes]

[inscreva-se na lista de discussão da Bicicletada-SP]

[leia mais sobre massa crítica]

[veja o que aconteceu nas últimas edições da Bicicletada]

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Lixo e publicidade


Redundância ou pleonasmo?

Quem anda a pé pela avenida Paulista notou que centenas de lixeiras parecem ter brotado ao longo dos 2,7km de calçadas esburacadas.

A concentração de lixeiras em alguns pontos faz o pedestre suspeitar de alguma experiência antropológica, um estudo para ver se o cidadão joga o lixo no lixo quando a cidade dispõe de estruturas adequadas (ou em excesso).

Segundo a subprefeitura da Sé, o fato não está relacionado com estudos acadêmicos. Com dinheiro público, foram instaladas 200 novas lixeiras de um lote de 5 mil previstas para a região central.


Será que banca de jornal tem braços?

Ainda que a disposição de algumas lixeiras seja duvidosa e muitas vezes, digamos, redundante, a iniciativa seria muito bem-vinda...

Seria, pois uma pulga resiste atrás da orelha quando relacionamos as lixeiras da Paulista com outro projeto de "limpeza" em curso na cidade: o programa "Cidade Limpa", que visa remover a publicidade em outdoors e (adivinhe) instalá-la apenas no mobiliário urbano da capital.



O programa "Cidade Limpa" tem duas etapas. A primeira, em vigor desde o começo do ano, pretende remover a publicidade exterior de outdoores e fachadas. A segunda, que já começou a ser discutida, irá privatizar todo o mobiliário urbano da capital, oferecendo-o a uma empresa de grande porte (provavelmente a francesa J.C Decaux ou a estadunidense Clear Channel).

Na melhor das hipóteses, uma ou duas gigantes brasileiras do setor conseguirão uma fatia da grande superfície para exibir as criativas "peças" de seus empregados.

Com toda a publicidade restrita ao mobiliário urbano, fica mais fácil entender a razão de 200 lixeiras terem brotado do dia para a noite nos 5,4km de calçadas da avenida mais importante da capital.


(clique nas imagens para ampliá-las)

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terça-feira, março 27, 2007

Cicloviagens


(foto: projeto ciclovida)

Viajar é bom, todo mundo concorda. Viajar para conhecer, viajar para descansar, viajar por viajar. As razões são diversas, mas tem muita gente por aí rodando o mundo de bicicleta.

Tem a família de agricultores do projeto Ciclovida, que está chegando a São Paulo nos próximos dias para seguir sua jornada de estudo e troca de conhecimentos sobre biomas, sementes, meio ambiente, agricultura e reforma agrária. Eles saíram de Fortaleza em junho de 2006, fizeram um "bate e volta" na Argentina e seguem viagem.

Tem os colegas de Bicicletada, dois Rodrigos, um deles atravessou Cuba na magrela, entre outras viagens pelo mundo. O outro seguiu da Chapada dos Veadeiros até a Chapada Diamantina.

E tem o Romulo, que veio de bike da Califórnia até Niterói, escrevendo, fotografando e publicando as histórias e imagens dos "hermanos de latinoamerica".

Vale a pena dar uma olhada em todos os sites e, quem sabe, começar a planejar a próxima viagem.

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segunda-feira, março 26, 2007

Ruim para quem, cara pálida?



Dizem os mais viajados que coluna social em jornal "sério" é uma aberração tipicamente brasileira, uma expressão "jornalística" de uma certa elite nacional que adora exibir seu charme "nouveau rich" em páginas de fofocas sobre a "high society" da Colônia. Nas Metrópoles, dizem, esse tipo de "jornalismo" fica restrito aos tablóides ou revistas do tipo Caras ou Contigo.

A aberração é unânime: todos os jornais ditos "sérios" possuem uma (ou mais) páginas dedicadas à vida dos ricos, famosos e poderosos. E às vezes é bom dar uma olhada nestas páginas para ver o que pensam as pessoas que andam de helicóptero e adorariam morar em Paris (só não vão porque o custo dos escravos domésticos é muito mais alto naquelas paragens).

Na coluna social do Estadão de 2 de março deste ano, o autor disserta sobre o corredor de ônibus da Rebouças, que facilitou a vida de milhares de pessoas ao tornar o transporte público coletivo rápido e eficiente: "O grande erro inicial foi mexer na Rebouças que, se era péssima, agora virou impraticável. Os motoristas fogem dela e se refugiam tanto em Pinheiros como no Jardim Paulistano. Eta projeto ruim aquele!!! Inoportuno, ineficaz, mal acabado e caro!". E termina em tom de ameça: "Não vamos esquecer....".

Projeto "ruim, inoportuno e ineficaz" para quem, cara pálida? Para os motoristas de Pinheiros e do Jardim Paulistano, que possuem mais carros do que gente em suas casas, entopem as ruas da cidade diariamente até para ir à padaria, mas não querem trânsito na porta de suas casas? Ou para as milhares de pessoas que dependem do transporte público ou escolheram se locomover pela cidade de maneira mais inteligente e sustentável do que os esbanjadores que não vivem sem um "valet park"?

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sexta-feira, março 23, 2007

Compre-me ou te devoro


(texto e foto retirados do ConsumeHastaMorir)

"Assim a publicidade, amplamente combatida no período anterior e acusada de alienação cultural, encontra-se repentinamente reconsiderada; olha-se com curiosidade e aprecia-se como diversão, até que ela seja convertida em centro narrativo do pós-moderno. Pode-se dizer que os publicitários de hoje substituem os filósofos no papel de guias da sociedade." ("La era del consumo", Luis Enrique Alonso. Ed. Siglo XXI, Madrid, 2005).

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quarta-feira, março 21, 2007

Bilhete Único privatizado e poluído



Os efeitos da privatização de serviços públicos em países subdesenvolvidos e de democracia precária tendem a ser catastróficos. Desde a criação do Bilhete Único (ainda na gestão de Marta Suplicy), a venda e recarga de cartões na cidade de São Paulo é operada por uma empresa privada.

A Rede Pague Express, que não possui sequer site na internet, é a responsável pela gestão de um mercado que movimenta R$360 milhões por mês.

O Bilhete Único, a integração tarifária e a implantação dos corredores Passa Rápido foram medidas significativas de estímulo ao transporte coletivo na capital implantadas pela gestão petista. Tanto que Marta Suplicy começou a distribuir os cartões (na cor vermelha) em 2004, ano de eleições municipais. A gestão tucana Serra-Kassab logo tratou de mudar a cor do bilhete, lançando a versão azul no meio da eleição presidencial para alavancar a campanha de seu candidato Geraldo Alckmin.



Privatizado, o Bilhete Único não serve apenas como "santinho high-tech" em campanhas eleitorais. Uma fabricante de motos irá imprimir a sua marca em 150 mil cartões da cidade. A estratégia de marketing visa atrair usuários do transporte público para o transporte individual motorizado, seguindo a velha máxima da democracia brasileira: soluções privadas para problemas públicos.

A tal fabricante de motos, em um comercial do modelo que se apresenta como alternativa popular ao "transporte público ruim", traz o nojento slogan "Numa Honda tudo é 'pop', só não é 'pop' andar a pé"...


Uma moto polui mais do que um ônibus. Se multiplicarmos a emissão de polentes das motocicletas por 50 (média de passageiros de um coletivo), chegamos a conclusão de que as motocicletas são grandes responsáveis pela poluição na cidade.

É lamentável que a Prefeitura de São Paulo permita a inserção de anúncios de desestímulo ao uso do transporte público no cartão que possibilita as viagens.

É lamentável que a Prefeitura permita o estímulo à poluição sonora e atmosférica no ano em que a consciência ambiental virou 'pop'. Será que basta pagar alguns tostões para poder inserir anúncios no Bilhete Único dizendo "você ainda anda de ônibus, seu fracassado? Venha poluir usando transporte individual motorizado!".

Ou será que Prefeitura não se julga responsável pelas ações de empresas que operam concessões públicas? Será que estas são as "regras do jogo" nos países subdesenvolvidos?

De certo, apenas a lembrança de Guy Debord: a moto, nada mais é, do que um subproduto do automóvel. Ela não tem nada a ver com bicicletas, transporte público nem com os pedestres.

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terça-feira, março 20, 2007

Nós mentimos, você compra


"Ford Ecosport: nós mentimos, você compra"

Esta anúncio, que já tinha sido publicado aqui no :.apocalipse motorizado, foi adicionado ao concurso de contra-publicidade alemão promovido pelo Bund. Para votar neste anúncio, clique aqui e depois no botão "stimme geben", mas vale a pena dar uma olhada antes em todos os participantes.

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segunda-feira, março 19, 2007

Infração menor



Estacionar em pontos de ônibus não causa grande constrangimento aos motoristas paulistanos, nem tampouco representa risco de punição rigorosa pelos agentes de trânsito, mais preocupados com o bom (?) andamento do fluxo de veículos particulares.

As áreas delimitadas pela faixa amarela servem para que os ônibus parem junto às calçadas, evitando o bloqueio do trânsito e facilitando o embarque e desembarque de passageiros idosos ou com mobilidade reduzida. Nada que represente motivo de preocupação ao motorista, que julgou mais importante estacionar sua propriedade privada na porta da agência bancária onde permaneceu por mais de 15 minutos.

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domingo, março 18, 2007

Recriar a cidade


(foto: Goura Nataraj)

Alguns chamam de "pichação", outros acreditam que é uma afronta à ordem e ao progresso (?), a polícia geralmente trata como vandalismo. Intervenção urbana é uma forma de recriar a cidade, de refazê-la livre das amarras do espaço condicionado a manutenção das relações de poder e opressão vigentes (dos carros sobre os pedestres, dos ricos sobre os pobres, dos brancos sobre os negros...). Os dois exemplos são de Curitiba.


(foto: Goura Nataraj)

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sexta-feira, março 16, 2007

Magnatas da cana de açúcar


(ilustração: Ingrid Hanusová /revista carbusters)

"Eu posso ver uma espécie de Guarda Pretoriana sendo formada por gente com dinheiro, imperadores magnatas do petróleo - ou da cana de açúcar?", Gore Vidal, um estadunidense lúcido em entrevista à Folha de São Paulo.

"O desperdício não faz grandes nações e, nas que já foram ou são grandes, como a Roma Imperial ou os EUA de hoje, ele é um indicador do começo do fim.", Marc Dourojeanni, em O Eco, sobre o desperdício de comida, raciocínio que pode ser transposto para outros recursos naturais.

"(...) embora políticos incentivem agressivamente o uso do etanol de milho produzido localmente como substituto do petróleo estrangeiro, a conversão faz pouco sentido do ponto de vista energético. Estudos mostram que a produção do etanol de milho cria quase a mesma quantidade de CO2 que a produção da gasolina. A queima do etanol em veículos oferece pouca, se algum, redução da poluição.", Scientific American, em trecho reproduzido na Carta Capital.


Amazônia em 2020? / foto: Alexandre Severo

A questão em pauta nos próximos anos não deveria ser como arrumar mais energia para manter os atuais padrões de consumo dos países ricos, mas sim como redistribuir a energia existente e buscar fontes limpas para que todos tenham acesso à padrões sustentáveis de vida.

Segundo o Banco Mundial, 15% da população mundial devora metade da energia disponível no planeta. Os EUA, que possuem 4% da população mundial, produzem sozinhos 25% dos gases de efeito estufa no planeta.

Além disso, entre os danos causados pelo automóvel, o aquecimento global é apenas uma pequena parte. O carro cria entraves urbanos de difícil solução, é responsável por uma epidemia de mortes em "acidentes" de trânsito, segrega as pessoas, transforma a cidade em um ambiente hostil, consome recursos (inclusive naturais) para construção de infra-estrutura, estimula a agressividade, promove o sedentarismo...

Substituir a frota estadunidense (ou paulistana) por veículos a álcool não tem nada a ver com preservação ambiental, mas sim com a preservação dos interesses econômicos da indústria automobilística.

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quinta-feira, março 15, 2007

Contra-publicidade: carros e mudanças climáticas


"A catástrofe climática tem marca" / Achim Schröer

Segundo informa o boletim da World Carfree Network, o grupo alemão Bund ("amigos da Terra") está realizando um concurso de contra-publicidade com o tema "indústria automotiva e as mudanças climáticas".

A bela coleção de anúncios feitos por ativistas e artistas de várias partes do mundo pode ser vista aqui. Para votar no seu favorito, clique no botãozinho "stimme geben" disponível na página de cada anúncio.

Um prato cheio para quem busca um pouco de realidade e inspiração para combater o mar de ilusões motorizadas. Uma pena que o site esteja inteiro em alemão (eles devem dizer o mesmo de quem escreve em português...).


"A emissão de CO2 move o mundo" / Aleksandar Angelovski

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quarta-feira, março 14, 2007

Colonizada e agressiva


(reprodução: anúncio em jornal)

Dois exemplos da propaganda automotiva que movimenta sonhos, promove a segregação, estimula o comportamento agressivo e o excesso de velocidade, criando a ilusão de liberdade e poder que tanto angustia os motoristas nos congestionamentos diários.

No primeiro caso, o símbolo de status é parcelado em 2 anos de suaves prestações. Vale tudo para pertencer à colonizada classe "A". Nem a placa do veículo é nacional, para evitar que o comprador se imagine dirigindo em São Paulo, uma cidade feia, com um povo mestiço, de cultura inferior, que chega ao ridículo de parcelar a compra de uma geladeira nas casas Bahia.

Abaixo, a agressividade inerente aos monstros urbanos chamados de SUVs também é traduzida pelo slogan que pouco estimula a convivência e o respeito: "Seja o dono da rua".


(reprodução: anúncio em revista)

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terça-feira, março 13, 2007

Conversa fiada


"Afasta perigo" caseiro no yonkis

O Jornal da Tarde publicou recentemente uma matéria sobre os artigos do Código Nacional de Trânsito que nunca foram cumpridos, entre eles o que determina que o motorista deve reduzir a velocidade e manter distância lateral de 1,5 metros ao ultrapassar um ciclista.

Não há notícia de um motorista que tenha sido punido por cometer tal infração. Segundo um agente da CET entrevistado pelo jornal "é inviável saber a que distância um motorista está quando ultrapassa uma bicicleta".

Desculpa esfarrapada. Não é preciso régua para saber a diferença entre 1,5 metros e 15 centímetros. Também não é necessário nenhum instrumento científico para autuar um motorista que não dá seta ao fazer conversão ou para aplicar uma multa no motorizado que não dá preferência ao pedestre nas faixas de segurança (não há notícias de punições em nenhum dos casos).

Os órgãos de trânsito não aplicam estas infrações porque sua política ainda é voltada exclusivamente para manter o "bom" andamento do fluxo motorizado. Carro estacionado na rua, recebe multa. Carro na calçada recebe um pedido para ser retirado.

Os agentes da CET são orientados a aplicar multas para as infrações que comprometem o fluxo motorizado, mas ainda não existe preocupação significativa com as infrações que dizem respeito à segurança e cidadania.

Até quando os agentes de trânsito serão gerentes do caos?

Reverter essa orientação é fundamental para a construção de cidades mais humanas, agradáveis e democráticas. E a mudança não passa por técnicas científicas ou instrumentos avançados, mas sim por uma significativa mudança de orientação política, que passe a privilegiar a locomoção de pessoas, não o deslocamento de máquinas.

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Bicicletas pelo mundo, seminário em São Paulo


(clique na imagem para ampliá-la)

Na próxima quarta-feira (14), a partir das 14h, acontece o seminário "Um novo olhar sobre a bicicleta e a cidade", que pretende discutir política cicloviária no Brasil e em São Paulo.

Além do seminário, o Edifício Matarazzo (sede da Prefeitura) também recebe a exposição de fotos "Bicicletas pelo mundo", organizada pelo Ministério das Cidades. A mostra é gratuita e fica em cartaz entre 14 a 23 de março.

Confira abaixo a programação do seminário:

14h00 - ABERTURA

14h05 - COMPOSIÇÃO DA MESA E FALA DAS AUTORIDADES

José Carlos Xavier – secretário Nacional de Transporte e da Mobilidade Urbana - Semob; 5’ min

José Luiz Portella – secretário de Estado dos Transportes Metropolitanos e presidente da Companhia do Metropolitano de São Paulo – Metrô; (5’ min)

Gilberto Kassab – Prefeito da Cidade de São Paulo (5’min)


14h20 FALAS REPRESENTANTES

Roberto Salvador Scaringela
Presidente da Companhia de Engenharia de Tráfego – CET (5’min)

Eduardo Jorge Martins Alves Sobrinho
Secretário Municipal do Verde e do Meio Ambiente (5’min)

Walter Feldman
Secretário Municipal dos Esportes, Lazer e Recreação (5’min)

Renato Corrêa Baena
Secret. Especial da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida (5’min)

Frederico Victor Moreira Bussinger
Secretário Municipal de Transportes (5’min)

Mara Gabrilli
Vereadora da Cidade de São Paulo (5’min)

Chico Macena
Vereador da Cidade de São Paulo – autor da lei 14.266 que
cria o Sistema Cicloviário do Município de São Paulo (5’ min)


14h55 - PALESTRAS

Renato Boareto
Diretor de Mobilidade Urbana da Semob (30’min)

Laura Lucia Vieira Ceneviva
Coordenadora do Projeto Pró-Ciclista da SVMA (25’min)

Maria Heloisa Leite de Moraes Forjaz
Diretora da Divisão de Lazer e Recreação do Departamento de
Promoções Esportivas, Lazer e Recreação da SEME (30’min)

Bill Presada
Coordenador do Grupo de Trabalho da Bicicleta - Associação
Nacional de Transporte Público (ANTP) (30’min)


16h45 PERGUNTAS / DÚVIDAS 15’min

17h00 ENCERRAMENTO

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segunda-feira, março 12, 2007

Dois minutos da sua atenção


(Tóquio, por Chris Jongkind)

A Bentivi Comunicação Multimídia está fazendo um levantamento sobre o ciclismo urbano com a intenção de quantificar as necessidades e os hábitos de todos aqueles que objetivam viver numa cidade com menos tráfego, menos poluição e menos violência.

É rapidinho, para responder, é só clicar aqui.

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sábado, março 10, 2007

Álcool para Bush


(carro de ms. Bush / banner: bijari+peetssa / foto: antonio brasiliano / cmi)

[ethanol molotov for yankee target]

8/3 - Dia Internacional da Mulher/Fora Bush na Paulista:
fotos: [1], [2], [3], [4], [5], [6], [7]

[matéria e fotos - CartaMaior]

[vídeo]


9/3 - [fotos]

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quarta-feira, março 07, 2007

Bicicletas contra Bush

Sobre praças e propaganda



Praça do Patriarca, propaganda, fevereiro de 2007



Praça do Patriarca, realidade, fevereiro de 2005

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terça-feira, março 06, 2007

Três mortes distintas - a praça de mão única


(fotos: gira-luddista)

Uma praça, para qualquer habitante do planeta Terra, é um local destinado a convivência, se possível arborizado, com bancos para sentar, espaços para crianças, para atividades políticas, para jogar xadrez ou futebol. Enfim, uma praça é um local de encontro entre os seres humanos.

Seres humanos não precisam obedecer mãos de direção para se locomover. Não existem calçadas exclusivas para ida e outras para a volta, nem trilhas de mão única. Um esbarrão em outro pedestre não representa grande transtorno, nem tampouco resulta em ferimentos graves. No máximo, um xingamento.

Já os veículos, em especial os motorizados, representam perigo: são mais pesados e mais velozes que os homens. Por isso são submetidos a regras de circulação. Bicicletas, automóveis, caminhões, motos e ônibus devem obedecer o sentido designado para uma determinada via.

Afinal, qualquer choque envolvendo um veículo tem grande chance de resultar em ferimentos graves ou em um grande aborrecimento. Se um dos veículos for motorizado, a chance de morte aumenta e o aborrecimento pode virar um grande prejuízo ou uma discussão agressiva.



São Paulo, capital do "desenvolvimento" brasileiro, resolveu inovar: criou a primeira praça de mão-única do mundo. Tá lá, no site da prefeitura: "a praça Manuel da Nóbrega terá mão única de direção, da rua XV de Novembro para a rua Boa Vista".

A praça em questão ligava o calçadão da XV de Novembro a rua Boa Vista. Era um espaço destinado aos pedestres, que não precisavam se preocupar com máquinas, fumaça ou buzinas. No máximo eram obrigados a desviar de uma barraca de camelô ou de outro pedestre. E foi exatamente para tirar os camelôs e adequar a região aos hábitos e vícios de 30% da população que o calçadão foi extinto.



O fechamento do calçadão da XV de Novembro foi o segundo realizado em 2006 na região central. Ao contrário das ruas 24 de Maio e D. José Gaspar, o piso de pedras portuguesas não foi sumariamente coberto com asfalto. A "abertura" consistiu apenas na implantação de sinalização viária e cones fixos para delimitar o tráfego.

Em agosto de 2005 um jornal paulistano chamou o fechamento dos calçadões de "traffic calming". "Já é assim em países como Itália e Inglaterra, e em Estados americanos, como a Califórnia. O conceito é o do chamado traffic calming. Os motoristas sentem que estão transitando por um lugar no qual a prioridade é do pedestre. Vão devagar, com cuidado - pelo menos é assim no exterior. A velocidade prevista para São Paulo é de 10 a 15 quilômetros por hora.", dizia a reportagem.

"Traffic calming", na tradução do inglês, quer dizer "acalmar o trânsito". O que foi feito nos calçadões paulistanos é exatamente o oposto, ou seja, a implantação do perigoso tráfego de veículos motorizados.

As ações de "traffic calming" são adotadas em locais onde já existe trânsito de veículos para torná-lo mais ameno, não em calçadões ou praças que, por definição, não hospedam máquinas de locomoção.



A ocupação dos calçadões pelos automóveis não é novidade. Antes do fechamento, as máquinas já eram vistas em circulação e estacionadas na região proibida para carros.

A velocidade era baixa, como os 10 ou 15km/h previstos na reportagem de 2005. O limite atual foi estabelecido em 20km/h e os carros, exceto os oficiais ou policiais, continuam a circular devagar.


Um domingo, fevereiro de 2005, rua XV de Novembro.
Na esquina, o prédio da Secretaria Municipal de Transportes.

Textos relacionados:

[Três mortes distintas]

[Aqui ja$ a vida - o fechamento da 24 de Maio]

[Olha o calçadão da 25 de Março! É mentira...]

[Calçadão do mosteiro ao mercado]

[Ação contra os carros no centro]

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segunda-feira, março 05, 2007

Olha o calçadão na 25 de Março! É mentira...


carros voltam a roubar espaço de 400 mil pessoas na 25 de Março

O texto no site da Prefeitura, em Outubro de 2006, propagandeava um pequeno grande avanço: a rua 25 de Março, o maior centro de compras a céu aberto da América Latina, seria fechada para os automóveis. Era mentira. Ou melhor, como explicou Andrea Matarazzo, era apenas uma medida em caráter experimental...

Ainda que parcial (das 10h às 18h), o fechamento era uma boa notícia na onda de extermínio dos calçadões promovida no ano passado (24 de Maio, XV de Novembro e Florêncio de Abreu). A medida também parecia demonstrar o mínimo de sensatez: não fazia nenhum sentido o fluxo (e o estacionamento) de automóveis em uma rua estreita por onde passam 400 mil pedestres.

Na época, a abertura da 25 de Março aos pedestres serviu inclusive para justificar o fechamento dos calçadões da XV de Novembro e Florêncio de Abreu - uma espécie de solução para "compensar" a restrição na 25.

A medida também amenizou possíveis críticas à morte da área livre de carros, já que as grandes cidades do mundo seguem exatamente o caminho inverso: a restrição cada vez maior ao automóvel nos centros urbanos.

A mídia corporativa segue repetindo o discurso oficial: trata o fechamento de calçadões como "abertura" e a proibição de veículos como "fechamento", demonstrando que a orientação das políticas públicas e a reprodução de informações continua a seguir a lógica dos 30% da população (aquela minoria possuidora de automóvel).

[camera ao vivo na 25 de Março]

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domingo, março 04, 2007

Mais bicicletada de fevereiro


(colagem na praça - foto: Mario Canna)

Mais fotos e outro vídeo da bicicletada de fevereiro, primeiro aniversário da Praça do Ciclista.

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sexta-feira, março 02, 2007

Os chefes da quadrilha comemoram, as famílias choram


(ilustração retirada desta apresentação do coletivo Quito Para Todos)

Fevereiro foi o quarto mês consecutivo de recorde na indústria automobilística no Brasil. Assim como aconteceu em novembro, dezembro e janeiro, o mês do carnaval registrou venda de carros acima do ano anterior (14,76% de crescimento). A "famiglia" que mais vendeu armas de destruição em massa foi a Fiat, com 24,7% de participação no mercado nacional.

Mais carros, mais mortes. O carnaval de 2007 registrou um aumento de 15% no número de mortos em estradas federais. Foram 145 mortos em 2417 "acidentes" nos dias de folia. A estatística não inclui os mortos em estradas estaduais e nas cidades.

Segundo esta reportagem, o número de mortos no trânsito em 2004 retornou aos níveis de 1997 (ano que entrou em vigor o novo Código de Trânsito, um dos mais avançados do mundo se fosse cumprido). A cada ano, 35 mil brasileiros morrem em "acidentes" de trânsito. São Paulo, a capital do automóvel, é também a cidade que mais mata no trânsito: cerca de 1200 paulistanos por ano, ou quatro mortos por dia.

O Brasil ocupa a 16ª posição entre 84 países pesquisados no quesito assassinato automobilístico. Os homens, mais afeitos às armas, são as principais vítimas (81,5% do total). Nos finais de semana, momento de diversão e lazer, os óbitos sobem em 72,4% para a população em geral e 1321% entre os jovens.

Nas cidades, a qualidade de vida é cada vez pior. Mais barulho, mais poluição, mais agressividade, mais mortes e mais espaço público roubado para a circulação e estacionamento de propriedades privadas.

A diminuição do uso do automóvel é urgente. Não é mais possível considerar a produção de veículos como sinal de "desenvolvimento", seu uso como sinal de status e suas propagandas como peças publicitárias infoensivas.

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quinta-feira, março 01, 2007

Evolução



Uma bela apresentação em Power Point feita pelo coletivo Quito Para Todos.

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Vá a pé


(ilustração: Andy Singer)

Se você também é um fracassado que não passa horas dentro de um casulo, estressado, poluindo o ar, ocupando espaço, gastando dinheiro por quilômetro rodado, respirando a fumaça do carro da frente e fazendo barulho, o StepWhere é um bom lugar para comparilhar as suas angustiantes experiências de interação com a cidade, prática de exercício, convivência com outros seres humanos e locomoção.

Trata-se um site que utiliza a interface do Google Maps para compartilhar rotas a pé. O serviço é dos mesmos criadores do Bikely, dedicado às rotas para ciclistas. O Bikely já possui 84 rotas para quem usa a bicicleta em São Paulo, 76 caminhos postados por ciclistas cariocas e outras centenas de cidades ao redor do planeta.

No Bikely, a novidade são os "feeds" em RSS. Com o serviço, você recebe no seu leitor de feeds as inclusões de rotas na sua cidade. Este é o endereço do feed para as rotas paulistanas.

[bikely]

[stepwhere?]



E mais uma dica para quem gosta de caminhar: toda quinta-feira acontece uma caminhada noturna pelo centro de São Paulo. O encontro acontece às 20h, em frente ao Teatro Municipal. Informações: caminhadanoturna@gmail.com

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