"A essência do conflito hoje são os carros e as pessoas. (...) Podemos ter uma cidade que é amiga dos carros, ou uma cidade que é amiga das pessoas, não podemos ter ambas". Enrique Peñalosa, ex-prefeito de Bogotá no bate papo acima.
- Horácio Capel, professor catedrático da Universidade de Barcelona, em entrevista à Agência FAPESP:
"Em cidades como São Paulo, Salvador e Porto Alegre há um desprezo muito grande pelos pedestres. E há uma cultura do automóvel particular que não pode continuar. A janela do hotel em que fiquei hospedado está voltada para a avenida Rebouças. Pude ver que na maior parte do dia ela está congestionada. Andei muito em São Paulo e verifiquei problemas muito grandes de mobilidade. Há bons ônibus, mas não existe uma opção decidida pelo transporte público."
"A cidade tem áreas para passear com um valor urbano extraordinário, mas os paulistanos vão a todos os lugares em seus automóveis. Eles perderam o gosto pelo passeio. Há automóveis demais. Fiquei impressionado também com o processo de verticalização. Há locais em que havia uma casa para uma família e agora há um prédio de 30 andares. Vemos ruas inteiras assim. Isso é assombroso, porque em um prédio desses há 120 famílias e pelo menos 80 automóveis. Mas a estrutura da rua é a mesma de quando havia uma família com um automóvel."
"Tenho a impressão de que os políticos perderam o contato com a realidade social. Eles estão desconectados dos movimentos populares e a participação dos cidadãos no urbanismo é puramente formal. A maneira como se faz o urbanismo deve ser modificada. Os políticos tomam decisões urbanísticas a partir da assessoria de técnicos que acreditam ser donos da verdade por controlar o saber técnico."
- David Duarte Lima, conselheiro da Rodas da Paz, em entrevista ao Jornal do Brasil:
"Quando se aborda o tema da privatização das ruas pelos automóveis, há quem alegue que isso é uma ficção, partindo do princípio de que as pistas de rolamento não estão privatizadas do ponto de vista jurídico. Na prática, contudo, elas foram monopolizadas por um tipo de usuário de veículo. O motorista."
"O automóvel é útil. Mas é um devorador de espaços que sacrifica as cidades. O automóvel monopoliza, quase por inteiro, o espaço público. E monopoliza, também, os investimentos. O administrador público faz tudo para o automóvel. Quanto ao ciclista e ao pedestre, que se danem. (...) Examine-se a tendência de se adquirir utilitários esportivos de grande porte, como acontece nos Estados Unidos. As pessoas compram esses veículos para protegerem-se e às suas famílias. Os que estão do lado de fora, no entanto, não estão protegidos. E como os utilitários esportivos são grandes e muito pesados, a violência no trânsito aumenta."
"Há que se empreender a luta política para recuperar os espaços públicos, que foram privatizados pelo transporte motorizado. Há que se mostrar que o espaço público não é do automóvel. É das pessoas."
- Horácio Capel, professor catedrático da Universidade de Barcelona, em entrevista à Agência FAPESP:
"Em cidades como São Paulo, Salvador e Porto Alegre há um desprezo muito grande pelos pedestres. E há uma cultura do automóvel particular que não pode continuar. A janela do hotel em que fiquei hospedado está voltada para a avenida Rebouças. Pude ver que na maior parte do dia ela está congestionada. Andei muito em São Paulo e verifiquei problemas muito grandes de mobilidade. Há bons ônibus, mas não existe uma opção decidida pelo transporte público."
"A cidade tem áreas para passear com um valor urbano extraordinário, mas os paulistanos vão a todos os lugares em seus automóveis. Eles perderam o gosto pelo passeio. Há automóveis demais. Fiquei impressionado também com o processo de verticalização. Há locais em que havia uma casa para uma família e agora há um prédio de 30 andares. Vemos ruas inteiras assim. Isso é assombroso, porque em um prédio desses há 120 famílias e pelo menos 80 automóveis. Mas a estrutura da rua é a mesma de quando havia uma família com um automóvel."
"Tenho a impressão de que os políticos perderam o contato com a realidade social. Eles estão desconectados dos movimentos populares e a participação dos cidadãos no urbanismo é puramente formal. A maneira como se faz o urbanismo deve ser modificada. Os políticos tomam decisões urbanísticas a partir da assessoria de técnicos que acreditam ser donos da verdade por controlar o saber técnico."
- David Duarte Lima, conselheiro da Rodas da Paz, em entrevista ao Jornal do Brasil:
"Quando se aborda o tema da privatização das ruas pelos automóveis, há quem alegue que isso é uma ficção, partindo do princípio de que as pistas de rolamento não estão privatizadas do ponto de vista jurídico. Na prática, contudo, elas foram monopolizadas por um tipo de usuário de veículo. O motorista."
"O automóvel é útil. Mas é um devorador de espaços que sacrifica as cidades. O automóvel monopoliza, quase por inteiro, o espaço público. E monopoliza, também, os investimentos. O administrador público faz tudo para o automóvel. Quanto ao ciclista e ao pedestre, que se danem. (...) Examine-se a tendência de se adquirir utilitários esportivos de grande porte, como acontece nos Estados Unidos. As pessoas compram esses veículos para protegerem-se e às suas famílias. Os que estão do lado de fora, no entanto, não estão protegidos. E como os utilitários esportivos são grandes e muito pesados, a violência no trânsito aumenta."
"Há que se empreender a luta política para recuperar os espaços públicos, que foram privatizados pelo transporte motorizado. Há que se mostrar que o espaço público não é do automóvel. É das pessoas."
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Comments:
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Nunca houve uma relação de respeito. O que existe é uma absurda SUBMISSÃO dos pedestres aos carros. E quanto mais se submetem, mais os carros abusam. Ou seja, o caminho não é por aí.
Plano B, confronto direto: atravessar lentamente a faixa de pedestres quando o sinal abrir durante a travessia (e não correr como um animal caçado), sem se importar com as buzinas e roncos ameaçadores, "vandalizar" carros estacionados na calçada, denunciar todo e qualquer abuso (para isso é bem útil ter sempre uma máquina fotográfica à mão).
Sim, os motoristas ficarão ainda mais irritados do que já são por natureza (aquele desenho do Pateta é embelmático), mas pelo menos, assim começarão a enxergar que existe vida fora do carro. Pelo menos, assim espero.
Plano B, confronto direto: atravessar lentamente a faixa de pedestres quando o sinal abrir durante a travessia (e não correr como um animal caçado), sem se importar com as buzinas e roncos ameaçadores, "vandalizar" carros estacionados na calçada, denunciar todo e qualquer abuso (para isso é bem útil ter sempre uma máquina fotográfica à mão).
Sim, os motoristas ficarão ainda mais irritados do que já são por natureza (aquele desenho do Pateta é embelmático), mas pelo menos, assim começarão a enxergar que existe vida fora do carro. Pelo menos, assim espero.
Putz, achei outro incendiário!!!
hahahahahaha
Também tenho enfrentado com as armas legais e dependendo da situação com as disponíveis esse tipo de abuso.
Não corro mais em faixa de pedestre, se estou no meio e o cara ameaça a arrancar eu paro e se buzinar demora o dobro do tempo.
Carro na calçada? Tenho o telefone da BHtrans no meu celular, perco o tempo que for e ainda costumo sacar uma folha do meu caderninho e deixar um recado mal educado.
Apoio sua idéia, enquando as pessoas não se mostrarem seguras de sua posição e dos seus direitos E DEVERES enquanto pedestres a situação não vai mudar.
Já falei e repito, o que mais vejo são ciclistas desrespeitando todas as regras possíveis, mas sigo fazendo certo e dando meu exemplo, além de chamar atenção dos caboclos quando é possível.
Acho bacana ser pacífico, mas ser passivo é outra história e pra isso meu saco já ta muito cheio.
Ciclo-abraços!
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hahahahahaha
Também tenho enfrentado com as armas legais e dependendo da situação com as disponíveis esse tipo de abuso.
Não corro mais em faixa de pedestre, se estou no meio e o cara ameaça a arrancar eu paro e se buzinar demora o dobro do tempo.
Carro na calçada? Tenho o telefone da BHtrans no meu celular, perco o tempo que for e ainda costumo sacar uma folha do meu caderninho e deixar um recado mal educado.
Apoio sua idéia, enquando as pessoas não se mostrarem seguras de sua posição e dos seus direitos E DEVERES enquanto pedestres a situação não vai mudar.
Já falei e repito, o que mais vejo são ciclistas desrespeitando todas as regras possíveis, mas sigo fazendo certo e dando meu exemplo, além de chamar atenção dos caboclos quando é possível.
Acho bacana ser pacífico, mas ser passivo é outra história e pra isso meu saco já ta muito cheio.
Ciclo-abraços!
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