quinta-feira, novembro 30, 2006

Resgatando as ruas pelo direito ao transporte



Mais de 1000 pessoas participaram do ato de hoje contra o aumento nas tarifas do transporte coletivo. Um baita ato, com grande receptividade da população, criatividade, música e alegria nas ruas. Ao contrário do último ato, nenhum incidente entre a polícia e os cidadãos, provavelmente menos destaque nos jornais de amanhã.

outras fotos (cmi):


Amanhã, sexta (01), tem outro ato.
De novo a partir das 17h, em frente ao Teatro Municipal.





Ao fundo as obras Linha 4 do metrô: depois de construída, será privatizada.





Bloco das bicicletas dá carona ao exército de palhaços.





Contemplar: um hábito perdido nas ruas desde que o automóvel tomou de assalto o planejamento e a vida nas cidades.





Imagine se cada pessoa estivesse em um carro?






Fim do ato, em frente ao Teatro Municipal.

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Gentileza ou egoísmo?


(fotos: Magna Galvão)

Propaganda de estímulo ao transporte individual privado nos trens do Rio de Janeiro. "Liberte-se do transporte público ruim, compre um carro e que se dane a sua cidade". Se você também achou a peça cretina, escreva para a ouvidoria do banco.



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quarta-feira, novembro 29, 2006

Quinta (30) - ato contra o aumento no transporte coletivo



Amanhã (30) acontece mais uma manifestação contra o aumento das tarifas do transporte coletivo anunciado pela prefeitura e pelo governo do Estado para os próximos dias.

A concentração será a partir das 17h, em frente ao Teatro Municipal.


"investimento público / subsídio desncessário"

Segundo esta reportagem, o custo anual do subsídio municipal ao sistema de ônibus será de R$529 milhões (se a prefeitura aumentar o valor previsto para 2007, de R$320 milhões). Muito? Pouquíssimo: somente no terceiro estágio do programa de recapeamento de ruas, que trocou o asfalto em trechos de 51 ruas, a prefeitura gastou R$30 milhões.

Com o aumento, o passageiro de São Paulo terá que desembolsar 86% do custo dos ônibus (míseros 14% são subsidiados). Veja abaixo quanto cada cidade do mundo cobra de seus habitantes pelo direito de locomoção (fonte: Estado de S.Paulo):

São Paulo (com aumento):
Passageiro: 86% / subsídio: 14%

Frankfurt:
Passageiro: 45% / subsídio: 55%

Viena:
Passageiro: 40% / subsídio: 60%

Estocolmo:
Passageiro: 34% / subsídio: 66%

Paris:
Passageiro: 33% / subsídio: 67%

Nova Iorque:
Passageiro: 32% / subsídio: 68%

Atenas:
Passageiro: 27% / subsídio - 73%

Amsterdã:
Passageiro: 25% / subsídio - 75%


E a comparação com "hermanos de latino america" não deixa dúvidas: São Paulo é uma das piores cidades do mundo no quesito transporte público e, conseqüentemente, uma das mais excludentes ao deixar de prover acesso democrático e livre ao espaço urbano. Quem lucra com isso?



[centro de mídia independente - semana contra o aumento]

[artigo sobre a manifestação da última sexta, 24]

[matéria da Carta Maior sobre a repressão aos atos contra o aumento]

[centro de midia independente - caso de estudante espancado pela pm]

[fotos da manifestação da UNE/UBES na terça-feira, 28]

[wiki da Frente de Luta contra o Aumento]

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Bicicletada - novembro

Atitude suspeita



WORKSHOP ATITUDE SUSPEITA NA OFICINA OSWALD DE ANDRADE

processo e preparação: dias 28, 29 e 30/11 e 01/12 - das 19 às 22h

realização das ações: dia 06/12 – concentração: 12h / ações: 13h

Local: Oficina Oswald de Andrade - Rua Três Rios, 363 - Estação Tiradentes do Metrô

• • • •

SUA LIBERDADE É VIGIADA!

Participe da ação ATITUDE SUSPEITA, visite os blogs:

http://atitude-suspeita.blogspot.com

http://mapeia.blogspot.com


( Esqueleto Coletivo / EIA - Experiência Imersiva Ambiental)

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terça-feira, novembro 28, 2006

Desejo de liberdade

Existem acadêmicos e acadêmicos...


acadêmico em exemplo prático

A paulistana Tatiana Schor fez mestrado em geografia na USP, pertinho de onde seu colega acima demonstrou os problemas de "uma mercadoria privada de uso público".

"O Automóvel e a cidade de São Paulo" é o nome de sua pesquisa, que está sendo digitalizada e, em breve, estará disponível para download.

Como a própria autora ressalta na introdução de sua tese, ao comentar com amigos que estudava o automóvel, seus interlocutorers geralmente perguntavam quais eram as propostas dela para melhorar o trânsito de São Paulo. Seu estudo não apresenta soluções para o "problema", mas já em 1999 ela percebia a "crescente e arrasadora importância do carro particular como meio de transporte", inclusive como causa fundamental do tal "trânsito".

Enquanto a versão digital da tese não fica pronta, você pode conferir dois artigos da autora no disco virtual: "Abram alas que eu quero passar" e "O automóvel e o desgaste social".


(disco virtual: novas figuras na seção clippart)

e alguns trechos de "Abram alas (...)":

"O desenvolvimento simultâneo da indústria automobilística e do capitalismo fica expresso inclusive nos termos utilizados para designar maneiras de organizar a produção (fordismo, pós-fordismo, toyotismo). Foi a necessidade de constituição do sistema automobilístico que boa parte do desenvolvimento industrial e planejamento urbano capacitou-se e direcionou-se. Suas necessidades técnicas impulsionaram a indústria, suas necessidades de espaço e de movimento veloz, como é fato para o caso de São Paulo, redimensionaram o desenho do urbano. O Automóvel, tanto construtor quanto destruidor, encanta o homem."

"(...) quanto mais o indivíduo quer utilizar o seu carro menos ele consegue. Afinal se todos tiverem um carro e quiserem consumi-lo ao mesmo tempo, concretizando a individualidade, tem-se o estacionamento forçado (a trava). Quanto mais iguais forem os carros maiores serão as tentativas de modificar as aparências tornando cada um único, porém, homogeneamente igual. No caso da trava poderemos considerar como sendo o limite da propriedade privada e no caso da homogeneidade desesperadora como o limite desta sociedade que se transforma crescentemente em espetacular, isto é, puramente voltado para as aparências."

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segunda-feira, novembro 27, 2006

Nada justifica a brutalidade fardada, a resignação popular e o jornalismo porco


Quem é o palhaço?

Na última sexta-feira (24) fui ao ato contra o aumento das passagens do transporte coletivo. A concentração estava animada, bateria, malabares, cartazes criativos e muita gente.

Poucos entre os presentes não eram estudantes. Será que o resto da população não está preocupada com o aumento acima da inflação que a prefeitura pretende impor ao transporte coletivo? Será que o povo já assumiu seu papel de escravo resignado da democracia midiática, que vota uma vez a cada dois anos e passa o resto do tempo xingando o político eleito? Onde estavam os tais "movimentos sociais"? E os tais "partidos políticos"?

Pouco depos das 18h, os cerca de 800 presentes decidiram sair em marcha pelas ruas centrais. Trajeto combinado em assembléia, festa, panfletagem e conversa nas ruas do centro.



O trânsito abriu passagem para a manifestação. Polícia Militar, agentes da CET e da SPTrans acompanhavam de perto, mas não houve nenhum incidente em quase duas horas de caminhada pelas ruas e pelos calçadões remanescentes do centro...



... ou melhor, nenhum incidente que pudesse ser motivo de ação policial. Na foto acima, vários carros em local proibido não despertaram o interesse dos agentes de trânsito (nem dos manifestantes).



Terminal D. Pedro: além de panfletagem, alguns manifestantes abriram as portas traseiras de alguns ônibus para que os passageiros entrassem de graça. Vandalismo na opinião de alguns, a abertura das portas era um ato de desobediência civil, ou seja, uma ação que não atenta contra a vida, mas sim contra uma lei que julga-se incoerente. Em última instância, na opinião de quem abriu as portas, o transporte público, por ser um direito, deveria ser gratuito.



Até aí, tudo bem. Poucos instantes depois, chega o primeiro carro da Força Tática, a versão "de rua" da famigerada "tropa de choque". Nesta altura do campeonato, os manifestantes (ainda que involuntariamente, na opinião de alguns) bloqueavam o terminal, impedindo a entrada e saída dos ônibus.

Ao avistar os homens fardados, decidi me afastar. Em primeiro lugar não concordava com a obstrução do terminal, acreditava que a manifestação deveria seguir adiante sem prejudicar os resignados passageiros (que têm a liberdade de pagar tarifas abusivas por um serviço péssimo). Em segundo, minha experiência em manifestações dizia que em pouco tempo aconteceria o que de fato aconteceu.

Não houve conversa, não houve aviso, não houve sequer a tradicional ameaça da tropa enfileirada batendo com os cassetetes nos escudos e avançando para cima da massa. A PM simplesmente disparou aleatoriamente bombas de efeito moral, gás pimenta e lacrimogênio.

Quem já foi em alguma manifestação sabe que estas armas químicas de uso contra civis, apesar do nome, não têm nada de "efeito moral": provocam náuseas, falta de ar, problemas respiratórios, os estilhaços tiram pedaços da pele e o barulho das explosões pode provocar a perda da audição.


(foto: CMI São Paulo)

Ainda que consideremos a ação dos manifestantes como "perturabação da ordem pública" e uma "violação do direito de ir e vir dos demais passageiros", existem diversas formas de se dissipar um aglomerado de gente.

Utilizar um megafone e dizer que todos devem desobstruir o espaço em tantos minutos seria o mais razoável. Dialogar com os manifestantes, perguntar suas razões e até pedir para que saíssem seria possível. Avançar com a tropa protegida por escudos para abrir espaço poderia até ser aceitável, deter os mais exaltados (sem a truculência habitual) também.

Jogar bombas ao léu no meio de um terminal de ônibus cheio é irresponsabilidade digna de regimes ditatoriais. É uma clara demonstração de que a polícia de São Paulo só conhece uma maneira de lidar com manifestações populares: suprimi-las, utilizando amplo arsenal bélico na repressão a rodo de quem está pela frente. Além de manter a ordem para os donos do Estado, desconta a raiva acumulada em pessoas desarmadas e indefesas.


(grafite nas ruas de Santiago, Chile - foto: João Campos)

Um capítulo à parte nessa história é a cobertura de uma parcela da mídia corporativa. Seguindo a tradição "espreme que sai sangue", os principais veículos deram destaque ao "confronto" e não aos outros momentos do ato.

Esta matéria da Folha de São Paulo foi mais além e criou uma teoria conspiratória para explicar a "tática" dos manifestantes. O trecho final da matéria demonstra o quilate da má intenção jornalística:

"Não se viam bandeiras do PT. Nem os radicais PSTU e PSOL estavam representados na passeata e invasão do terminal de ônibus. Também a União Nacional dos Estudantes e a Central Única dos Trabalhadores não estavam presentes.

Em vez disso, muito jovem vestido de preto, camisetas da banda Ramones, correntes na roupa, piercings, punks. Também tinha "zapatistas brasileiros", que desfilaram com bandeiras vermelhas e pretas, e camisetas enroladas no rosto, para parecer o Subcomandante Marcos, líder do movimento mexicano. "Kassab, mas que vergonha, essa passagem tá mais cara que a maconha", protestava um grupinho.

Ah, também tinha os palhaços do "Palhaços pelo Passe Livre", que defendem a vida sem catracas e a passagem gratuita para todos."

Parece piada, coluna social ou artigo do Zé Simão, mas não é, é matéria "séria" de quem se auto-denomina "o maior jornal do país". Veja também uma resposta publicada no CMI.

Muito mais condizente com a realidade foi a cobertura do Estadão. Alguns trechos da reportagem de Fabiano Rampazzo (para assinantes):

"Ontem à noite, após o confronto, a PM declarou que 'apenas reagiu ao ataque de estudantes mascarados com toucas ninjas, que, com coquetéis molotov, pedaços de madeira e barras de ferro tentavam manter fechados os portões do terminal.'

A reportagem acompanhou a manifestação e o bloqueio ao terminal, mas não viu nem coquetéis molotov nem 'toucas ninjas'. "

(...)

"Um rapaz deitado foi espancado com golpes de cassetete por quatro policiais ao mesmo tempo. Desesperadas, pessoas que estavam no terminal e nada tinham a ver com o protesto dos jovens gritavam e buscavam algum lugar para se proteger. 'Eles querem matar todo mundo?', disse, chorando, a vendedora Ana Lins, que aguardava o ônibus.

A tropa saiu do terminal e seguiu os estudantes, lançando mais bombas. Pedestres, motoristas e lojistas foram atingidos por gás pimenta."

E o repórter ainda faz um desabafo em outra nota publicada na mesma edição:

"Foi a segunda bomba lançada pela PM que me acertou. O estilhaço que me feriu o ombro serviu, contudo, apenas de antepasto. Mais tarde, na Sé, a um centímetro de meu rosto, um PM, me confundindo com um estudante, disparou um jato de spray de gás pimenta, que me deixou queimando por duas horas. A pergunta é: se eu fosse um estudante, isso seria válido?"

[vídeo da repressão policial]

[wiki da Frente de Luta contra o Aumento]

[estudante espancado pela PM não poderá se formar este ano]

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sábado, novembro 25, 2006

Encontros e desencontros


Encontro...

Na última quarta-feira (22) o programa "Aventuras com Renata Falzoni" (canal ESPN Brasil) exibiu uma bela matéria sobre o "critical mass" de Nova Iorque e sobre a Bicicletada de São Paulo. O vídeo você confere no blog do Lilx.

No dia seguinte, um encontro inesperado perto do Ibirapuera. Alguns minutos de conversa e mais dois ciclistas conhecidos da Renata aparecem. Mais alguns minutos de conversa tranformam o caminho pela cidade em um momento de troca de idéias no espaço compartilhado.

Para quem anda de carro, um encontro casual na rua significa, no máximo, uma buzinadinha apressada. Para quem não está preso dentro de uma bolha de quatro rodas é possível contemplar a cidade, se integrar ao espaço e conviver com as pessoas.

Uma hora mais tarde, também perto do Ibirapuera, um exemplo claro dos males provocados pelo uso excessivo do automóvel, inclusive para quem dirige. Em vez do encontro, o ódio; em vez da conversa, o grito; no lugar da convivência, a disputa mesquinha por um lugar na fila do congestionamento.

[matéria da Renata Falzoni sobre Critical Mass e Bicicletada]

[vídeo "Carro faz mal à saúde"]

[video in english: "car dependency damages your health]


...desencontro: carro faz mal à saúde

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sexta-feira, novembro 24, 2006

Pendure sua carteira - Dia Sem Compras - 25 de novembro


Os 20% mais ricos consomem 80% dos recursos naturais planetários

Assim como o Dia Sem Carro, que aconteceu em 22 de setembro, o próximo sábado (25) é mais uma data para pensarmos sobre hábitos contemporâneos nocivos à vida humana e ao planeta. Em diversas cidades ao redor do planeta acontece o Dia Sem Compras, uma reflexão sobre o consumismo e seus impactos.

O Dia Sem Compras surgiu em 1993 por iniciativa do grupo canadense AdBusters, dedicado à anti-propaganda.

"O objetivo é que neste dia, além de não comprar nada, todos façam uma reflexão sobre os impactos sociais e ambientais dos nossos hábitos de consumo. Os atuais padrões de consumo são insustentáveis do ponto de vista ambiental e injustos socialmente, já que a grande maioria da população é privada do consumo de bens e serviços essenciais para uma vida digna." (IDEC - Instituto de Defesa do Consumidor)

[Dia Sem Compras no IDEC]

[pimenta negra]

[natal sem presentes]

[Buy Nothing Day - vídeos, links internacionais e notícias no AdBusters]

[Dia Sin Compras - vídeos, panfletos e notícias no ConsumeHastaMorir]

[excelente documentário "Gran Superfície" - em capítulos no YouTube]

["Gran Superfície" - link para download no eMule]

[Recicloteca]


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Quanto tem que piorar para começar a melhorar?



Quinta-feira, 17h, trânsito infernal em São Paulo. Daqui até o final do ano, só vai piorar. Compras de natal, buzinas, gente nervosa e angustiada nas ruas, mais carros, mais congestionamento, mais "acidentes", mais mortos... E tudo sob o calor infernal do eternamente recapeado asfalto paulistano.

Quanto tem que piorar para começar a melhorar? Até quando o carro vai ser tratado como rei em São Paulo e todas as outras formas de locomoção como de segunda categoria? Quantos anos vai levar até que o estímulo ao transporte público e alternativo deixe de ser factóide de jornal e passe a virar política concreta e efetiva nas ruas?

Quando as autoridades, a mídia e a dita "sociedade" vão perceber que o problema de São Paulo não é o "trânsito", mas sim o uso excessivo e irracional dos automóveis particulares?

Quem vive em São Paulo nesta época do ano tende a achar que ainda vai piorar muito até começar a melhorar...

[vídeo - como ultrapassar 100 carros em 5 minutos]

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quinta-feira, novembro 23, 2006

Sexta-cheia: ato contra o aumento das tarifas e Bicicletada

A útlima sexta-feira de novembro tem duas atividades importantes em São Paulo: um ato contra o aumento das tarifas do transporte coletivo e a Bicicletada de novembro.


(arte: Frente de Luta contra o Aumento)

O ato contra o aumento das tarifas de ônibus, metrô e trem começa às 17h, em frente ao Teatro Muncipal.




(arte: CLTP / CMI)

E às 18h começa a concentração lúdico-educativa para a Bicicletada de novembro na Praça do Ciclista.


(arte: luddista)

[panfletos e cartazes para impressão]

[inscreva-se na lista de discussão da Bicicletada-SP]

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quarta-feira, novembro 22, 2006

Nota técnica: alteração no sistema de feeds em RSS

A pedido de um leitor, o recebimento de "feeds" em RSS foi alterado para o modo completo, ou seja, quem usa um agregador de notícias passará a receber o "post" na íntegra (e não apenas o título).

Há controvérsias a respeito da mudança, portanto peço aos leitores que deixem aqui seus comentários a respeito do melhor sistema para o recebimento dos "feeds".

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Carro é coisa de homem


reprodução: revista "Topo da Mente / FSP"

A Folha de São Paulo publicou recentemente uma revista especial chamada "Top of Mind". Anglicanismos coloniais à parte, a publicação trazia o resultado de uma pesquisa realizada anualmente para verificar as marcas mais presentes na cabeça dos brasileiros.

Para deliberar o que está no topo da mente dos brasileiros, a pergunta era simples: "quando eu digo refrigerante, qual marca vem à sua cabeça".

Uma das seções da revista se chamava "transporte". Mas Caloi, Metrô, Shimano, Dahon, Mafersa, Busscar, CPTM ou "minhas pernas" não estavam no páreo. Para os publicitários da Folha, transporte se resume a carro, pneu, caminhão e combustível. Até petróleo tem grife.



Carro é coisa de homem. Não precisa ser publicitário ou freqüentador do salão do automóvel para chegar a esta conclusão. O grande falo de quatro rodas dá status e poder, permite matar (ou, resignadamente, buzinar para) os "adversários" na rua. Enfim, traduz o que há de mais estúpido no universo masculino.

Metade das mulheres não se lembrou de nenhuma marca de pneu, caminhão ou combustível. E o topo da mente de 10% delas não está colonizado por nenhuma marca de carro.

Não é à toa que o número de homens mortos no trânsito é muito superior ao de mulheres, em especial se contarmos aqueles que se matam dirigindo de forma irresponsável em altas velocidades.

Pena que uma parcela das mulheres tenha acreditado que "revolução sexual" e "igualdade de gêneros" signifique apenas embarcar no mundo agressivo dos homens para "competir" de igual para igual pelo "sucesso" na vida.


Jornalismo moderno: uma página de texto, uma página de publicidade

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terça-feira, novembro 21, 2006

Pratique uma Atitude Suspeita

Esqueleto Coletivo e EIA
convidam você a cometer uma


ATITUDE SUSPEITA
ações simultâneas sob as câmeras de
vigilância pública do centro de São Paulo



(arte e texto: Esqueleto Coletivo)

PODER • CONTROLE • VIGILÂNCIA • PUNIÇÃO • INDÚSTRIA DO MEDO • PANOPTISMO

Todos os dias nossos passos são captados, ampliados, arquivados. As estruturas do Poder vigiam e congelam imagens nos maquinários portadores da Verdade. Denunciadoras de Delito: câmeras suspensas sobre cada esquina, sobre todas as cabeças, ações e intenções. Sob a perspectiva da Punição, nos auto-controlamos e atuamos dentro de um roteiro pré-estabelecido. Será?

Junte-se a nós com suas proposições poéticas e políticas para ocuparmos a cidade na primeira semana de dezembro, durante o EIA 2006.

Performance, protesto, happening, qualquer ação, intervenção ou atitude suspeita sob as câmeras de vigilância do centro. Mande sua idéia para:

esqueletocoletivo@yahoo.com.br

Propomos o diálogo, queremos valorizar as particularidades que nos fazem seres únicos e assumir nossa existência, invertendo a lógica a favor do cidadão. Estimular o conhecimento das "realidades" e situações onde estamos inseridos, contra a alienação que é um dos elementos mais eficazes da manutenção do poder estabelecido. É necessária a libertação do controle imposto, atitude consciente é a melhor resposta.


SUA LIBERDADE É VIGIADA!

Participe da ação ATITUDE SUSPEITA, visite o blog:

http://atitude-suspeita.blogspot.com/

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Mantenha distância



Alguns motoristas acham que a sinalização de trânsito é apenas um excesso de cuidado de engenheiros paranóicos ou de médicos alarmistas. Acreditam que a sua exímia habilidade em pilotar seu maravilhoso carrão está muito acima de bobagens como velocidades máximas, curvas perigosas ou travessias de pedestres.

Geralmente esta parcela de motoristas também acredita na existência de uma "indústria da multa", supostamente reponsável por sacanear motoristas que só estavam fazendo "uma contravençãozinha boba" e que a punição às infrações só serve para "enriquecer políticos ladrões ou policiais corruptos".

À cavalo, de ônibus ou no precipício depois da curva perigosa, o castigo tende a chegar, sempre acompanhado do desperdício de recursos públicos para consertar a burrada dos exímios pilotos.



[artigo de Mino Carta sobre o trânsito]

[vídeo "alivia aí, seu guarda" ou "dez razões para que eu não seja multado"]

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segunda-feira, novembro 20, 2006

Organizações e práticas coletivas - debate na terça (21)


(arte: EIA)

Amanhã (terça, 21) tem debate sobre "organizações e práticas coletivas" promovido pelo EIA (Experiência Imersiva Ambiental). Bicicletada, Sociedade do Automóvel, :.apocalipse motorizado e outras experiências em discussão. Começa às 20h, no Centro Universitário MariAntônia (r. Maria Antônia, 294, Vila Buarque).

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sábado, novembro 18, 2006

Dia de Ação Global por Oaxaca - segunda (20)



Na próxima segunda-feira (20) acontece um Dia de Ação Global em solidariedade a Oaxaca. Em São Paulo as atividades acontecem a partir das 14h, em frente ao prédio da Gazeta (av. Paulista, 900).


Carros-barricada feitos pela população...

Há vários meses o estado de Oaxaca (México) vive uma verdadeira insurreição popular, daqueles momentos raros na história em que o povo se cansa e, por diversas razões e com diversas propostas, resolve contestar a opressão acumulada.

Em junho deste ano uma greve de professores foi violentamente reprimida pelo governador do Estado, Ulisses Ruiz. Entidades e cidadãos mexicanos constituíram a Assembléia Popular dos Povos de Oaxaca e começaram a exigir a saída do governador, acusado de ter desviado mais de 10 bilhões de dólares destinados a programas sociais.

As manifestações cresceram a cada dia, aglutinando outros setores da populção, e o governo federal de Vicente Fox decidiu enviar forças repressoras da Polícia Federal Preventiva. Dezenas de cidadãos foram mortos, incluindo o jornalista novaiorquino Bradley Will. Outras centenas seguem presos ou desaparecidos.

O povo de Oaxaca resiste, pede a saída imediata de Ruiz, a libertação dos presos políticos e a punição dos assassinos. Apesar do silêncio brutal da mídia corporativa brasileira (mais interessada no último festival de moda em Londres do que nos acontecimentos dos países vizinhos), a cobertura da mídia independente tem sido bastante ampla e de extrema qualidade. Mais do que isso, tem possibilitado ações globais que auxiliam na resistência local.


...carros anti-barricada para reprimir a população.

veja também:

[Oaxaca resiste - artigo no Diplo]

[vídeo viernes negro]

[bicicletada por Brad Will em Nova Iorque]

[Friends of Brad Will]

[site da APPO]

[centro de mídia independente]

[vídeos no youtube]

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sexta-feira, novembro 17, 2006

Agenda: Ecocine e passeio sobre rodas GLBTT


(dica: Matias Mickenhagen)

Acontece em São Paulo a partir de hoje (e até o dia 23) a 5a edição do festival Ecocine. Além da exibição de vídeos na mostra competitiva e de uma programação especial para as crianças, o Ecocine também terá mesas de debate e a exibição de filmes clássicos como a trilogia Qatsi.


(cena do filme Koyanisqaatsi - reprodução: Eigentum des jeweiligen Studios)

Entre outros, é chance única de ver em tela grande a obra-prima Koyaanisqatsi, domingo (19), às 21h30.

O Ecocine acontece no Espaço Unibanco de Cinema (r. Augusta, próximo ao metrô Consolação). Confira a programação completa aqui.


(dica: André Maleronka)

Também no domingo (19), a partir das 14h, acontece o primeiro passeio sobre rodas da comunidade GLBTT. Vale patins, bicicleta, patinete, skate... Começa na Praça da Luz (em frente ao Museu da Língua Portuguesa) e segue pelas ruas do centro histórico. Através do site DiverCidade é possível ainda alugar uma magrela para o dia do evento.

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