segunda-feira, junho 18, 2007

É tudo mentira


(reprodução de portal da internet encontrada aqui)

Na semana passada uma montadora francesa publicou um site falso na internet para divulgar seu produto e inseriu "notícias" sobre o fato nos principais portais da internet.

O informe trazia letrinhas miúdas avisando que tratava-se de uma publicidade. Em letras maiores e imagens, a companhia automobilística avisava que um asteróide (homônimo ao veículo propagandeado) iria se chocar com a terra.

Ao clicar na notícia o internauta era levado para o site de um inexistente Observatório de Asteróides, onde não havia sequer referência ao fato de tratar-se de uma propaganda.


Além da campanha, a notícia também saiu do ar.

A falsa notícia foi logo desmentida e a campanha foi retirada do ar por alguns portais. No UOL, além da campanha, saiu do ar também a notícia que esclarecia o assunto (o link encontrado no mecanismo de busca não está mais no ar).


(reprodução: Paulo Pinto/OESP)

Como se não bastasse a confusão virtual, a campanha publicitária também vem causando transtornos no mundo real. A montadora instalou algumas caixas gigantes para acomodar suas bolhas metálicas de duas toneladas e vender um mundo que só existe na publicidade.

A caixa de tinha vedação acústica para impedir a entrada do barulho dos outros automóveis e seu interior era forrado com um painel "cheio de natureza".

No final de semana a Prefeitura mandou retirar uma das caixas, instalada em um shopping na Avenida Paulista. A "peça" não possuía alvará e ubstruía a passagem de pedestres vindos da escada rolante. Igualzinho ao mundo real.

A propagação de notícias falsas não é novidade, mas geralmente era associada à práticas de intervenção artística ou política. Orson Welles, na década de 30, transmitiu ao vivo uma (falsa) invasão alienígina pelo rádio.

A CIA, agência de inteligência estadunidense, também já assumiu ter plantado notícias falsas nos quatro cantos do mundo para "colaborar" com a política externa do país. Grupos e artistas como o Yes Men, Rtmarks, Joey Skaggs, Eva and Franco Mattes e Luther Blissett desenvolveram práticas semelhantes.

A grande diferença é que todos (inclusive a CIA) se utilizaram dos golpes em causas políticas, artísticas ou de contestação. Já o chamado "marketing de guerrilha" (sic) serve apenas para vender produtos.

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Comments:
"No final de semana a Prefeitura mandou retirar uma das caixas, instalada em um shopping na Avenida Paulista. A "peça" não possuía alvará e ubstruía a passagem de pedestres vindos da escada rolante. Igualzinho ao mundo real.". Os carros atrapalham mesmo os pedestres na vida real. Só que na vida real, a prefeitura não obriga os carros a sairem...
 
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