Se as até as calçadas de algumas cidades do mundo vivem entupidas de carros, a resistência à invasão automobilística também é mundial.
A massa crítica, conhecida no Brasil como Bicicletada, é um iniciativa civil que celebra o uso dos meios não-motorizados e o direito de circulação com tranquilidade nas ruas. As pedaladas mensais acontecem em mais de 200 cidades ao redor do planeta.
Em fevereiro, enquanto os paulistas comemoravam o aniversário da Praça do Ciclista, os italianos de Milão celebravam o carnaval sobre duas rodas e sem motor.
No mesmo mês, enquanto os paulistanos recebiam a boa notícia da liberação de bicicletas no metrô e nos trens aos finais de semana, os italianos de Turim realizavam uma massa crítica pelo direito de transportar suas magrelas nos trens subterrâneos.
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Bicicletada de fevereiro em São Paulo
Massa crítica de carnaval em Milão (Itália)
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Algumas partes do mundo já perceberam que o uso excessivo do automóvel é um dos mais graves problemas urbanos da atualidade.
Em outras cidades, construir viadutos e estacionamentos e subsidiar a fabricação de carros ainda representam sinais de "desenvolvimento" e "progresso".
Nestas comunidades, punir quem estaciona em cima da calçada é uma afronta que deve ser evitada. Pega mal punir "bacana".
Em São Paulo (e talvez na Grécia) os agentes de trânsito têm como procedimento padrão solicitar a retirada do veículo estacionado em calçadas antes de aplicar a multa. Algo como um policial solicitar que o ladrão pego em flagrante devolva a carteira roubada para, em seguida, liberar o criminoso com um tapinha nas costas.
Ao ouvir o argumento acima, um agente da CET respondeu: "mas o ladrão está roubando uma propriedade privada". E o motorista infrator, não está roubando espaço público?
Uma das características do subdesenvolvimento capitalista é acreditar que público é aquilo que não pertence a ninguém ou, no máximo, àqueles que não podem comprar a tão sagrada propriedade privada.
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A Praça do Ciclista, ponto de encontro da Bicicletada paulistana desde 2002, é um território sem nome que recebeu batismo popular no carnaval de 2006. Hoje tem até projeto de lei (de autoria da vereadora Soninha) pedindo a nomeção oficial do espaço.
No primeiro aniversário, além do grafite pró-bicicleta, os participantes da Bicicletada também instalaram placas informativas com os itinerários de ônibus que passam pela Parada Praça do Ciclista.
Na São Paulo da era "Cidade (não tão) Limpa", as paradas de ônibus mais parecem outdoores para motoristas. Informações úteis para os cidadãos que não possuem carro deram lugar à grande superfície colonizada pela propaganda.
Na Praça do Ciclista é diferente: agora os usuários de ônibus têm acesso não apenas às linhas que passam pelo local, mas também aos itinerários de ida e volta dos coletivos.
Em março tem mais.
Sempre na última sexta-feira de cada Mês, às 18h, na Praça do Ciclista.
Visite o site da Bicicletada ou inscreva-se na lista de discussão.
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Além da limitação de horário (sábados, das 15h às 20h, domingos e feriados, das 7h às 20h), também existe o limite de duas bicicletas em cada trem. Segundo o gerente de operações do metrô, Mário Fioratti, a limitação foi necessária para que as bicicletas não ocupem demasiado espaço de outros passageiros.
E se uma família inteira quiser ir ao parque no domingo de manhã? "Aí vai ter que separar: o pai vai com o filho e a mãe vai com a filha. Até porque os intervalos entre os trêns são pequenos e o metrô é um ambiente seguro", disse Fioratti. Bicicletada no metrô, nem pensar.
O gerente também afirmou que não há previsão de modificação na estrutura interna dos trens. A retirada de alguns assentos no canto do último vagão ou a instalação de suportes no teto reduziriam o espaço ocupado pelas bicicletas. Sem a modificação, um ciclista levando sua bicicleta chega a ocupar o espaço de até seis pessoas.
Mas foi dado o primeiro passo. Resta torcer para que o segundo venha logo, seja com a instalação de estruturas mais adequadas para o transporte das bicicletas, com a ampliação do horário permitido para os dias de semana ou com a instalação dos imprescindíveis bicicletários nas estações.
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[1 - Cidade ganha 500 mil veículos: velocidade dos ônibus é uma das vítimas]
[2 - Especialista critica espaço dedicado a carros, secretário discorda]
[3 - Desenvolvimento paulista-nacional: a locomotiva era o carro]
[4 - Estado planeja PPPs e R$ 45 bilhões para os transportes na Grande São Paulo]
[5 - Especialista aponta riscos e necessidade de transparência no financiamento]
[6 - Integração de políticas é tão importante quanto destino das verbas]
[7 - Ciclistas reivindicam espaço, respeito e integração no trânsito]
[8 - Pesquisador realça irracionalidade e individualismo paulistanos]
[9 - Acesso à cidade e exclusão se enfrentam no horizonte da metrópole]
[10 - Pesquisa mostra os abismos sociais refletidos no uso dos transportes]
[11 - Idéias para melhorar o trânsito na Grande São Paulo]
[download de todas as reportagens em formato .doc]
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A medida também vale para os trens da CPTM, observando as mesmas condições e horários válidos para o metrô.
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A Praça do Ciclista é o ponto de encontro da Bicicletada desde 2002. Fica no finalzinho da avenida Paulista, quase esquina com a rua da Consolação. Em fevereiro de 2006, os participantes da Bicicletada perceberam que o espaço não possuía placa indicativa de nome e resolveram batizar o local. Surgiu então a Praça do Ciclista, que já tem até projeto de lei na Câmara Municipal propondo a nomeação oficial.
Diz a lenda que a Avenida Paulista, em seu projeto original, teria canteiros largos em toda sua extensão, a exemplo das "ramblas" de Barcelona ou da Cidade do México. Os canteiros serviriam tanto para o tráfego de pedestres e ciclistas, quanto para o passeio e convivência dos cidadãos, transformando a avenida em um espaço mais humano, com árvores, praças, bancos e espaços para crianças.
Mas a fome do automóvel por espaço e a idéia ultrapassada de que a cidade deve servir apenas para o fluxo de máquinas motorizadas impediu a construção dos tais canteiros. Hoje a Paulista possui quatro pistas largas que vivem congestionadas. Da idéia original restou apenas o espaço situado entre as ruas Haddock Lobo e Consolação, e foi lá que nasceu a Praça do Ciclista, uma iniciativa civil para humanizar a cidade.
Além do aniversário da Praça, acontecerá também a tradicional massa crítica pelas ruas para celebrar o transporte não-motorizado e a convivência pacífica.
Em mais de 200 cidades ao redor do planeta, ciclistas, patinadores e skatistas promovem mensalmente o resgate do espaço público, inspirados pelo movimento de "massa crítica".
Em São Paulo, a concentração lúdico-educativa é às 18h, na Praça do Ciclista. Às 19h30, um pedal legal para humanizar o trânsito.
O único requisito é um veículo não-motorizado (bicicleta, patins, skate, patinete, etc). Panfletos, cartazes, alegorias e boas idéias são muito bem-vindos.
* É recomendada a utilização de equipamento de segurança (capacete, luzes ou refletores).
* Em caso de chuva forte, a Bicicletada fica adiada para a sexta-feira seguinte.
[faça o download e imprima panfletos e cartazes]
[inscreva-se na lista de discussão da Bicicletada-SP]
[leia mais sobre massa crítica]
[veja o que aconteceu nas últimas edições da Bicicletada]
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Abaixo, o modelo de paraciclo que será instalado pela SVMA nos parques e em outros espaços da capital. O primeiro lote, de 1000 unidades, já começou a ser instalado.
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Por sorte essa agente da CET estava na área e não titubeou ao ser informada do abuso cometido pelos transportadores do rei do mundo: sacou a caneta, o bloco e mandou ver na multa. Parabéns a ela.
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Chegou outro dia aqui em casa a Dahon Eco, uma bicicleta dobrável. O colega pedalero também comprou uma e escreveu o seguinte relato na lista da bicicletada:
Que tem um lugar chamado Café Galícia no fim da Consolação que faz uns sucos inacreditáveis. Uva verde com agua de coco, nesse naipe! Pretendo voltar com certeza.
E a outra coisa é que não são todas as estações de metrô que proibem de entrar com a dobrável. Por enquanto sei que BELÉM E TATUAPÉ não deixam entrar. (E no Belém tem uma mulher particularmente sádica, então deixa ela ser feliz).
Hoje peguei PATRIARCA (já estava preparado mas nem precisou embalar) E ANHANGABAÚ e essas duas estações liberaram a entrada.
Todo mundo olha muito a bike. Meu tio ficou me botando medo que chama muito a atenção e que tenho que ficar esperto. E ele está certo, é preciso estar atento mesmo. Mas ficar botando medo repetidamente é algo que torra meu saco rapidinho, é o tipo de coisa que não ajuda em nada. Aí eu pensei, mas por que que ele iria me ajudar com alguma coisa? É o tipo da coisa, as pessoas quase nunca existem pra te ajudar, elas só existem. Mas que torra torra, até por que se eu ficasse dando ouvidos pra esse tipo de conselho provavelmente estaria com outra vida, talvez sem bicicleta, talvez de carro que é "mais seguro" (?!!)
Então é como o vento, assim mesmo. Ahhhh. Ou como o funcionário do metrô Anhangabaú que me perguntou:
- É estrangeira ela né? Inglesa? Americana?
- Americana.
- Ah...E é pra competição?
- Hã..Não...Competição?
- É que ela dobra desse jeito, pra que serve?
- Pra entrar no metrô?..."
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Para esta minoria é dirigida toda a atenção do poder público, com a construção de viadutos, fechamento de calçadões, criação de garagens, recapeamento de ruas, ampliação de estradas, transformação de praças em estacionamentos (a Charles Miller, por exemplo) e alguns milhões de reais por ano para gerenciar o caos.
Para esta minoria está voltada a mídia corporativa, que propagandeia os planos e factóides que prometem aliviar o caos (como a ampliação do número de pistas das marginais ou as novas formas de rodízio) e dá espaço de sobra para as reclamações dos motoristas (nas seções de cartas ou em matérias no caderno de cidades).
Para esta minoria está voltada a atenção dos especuladores, que espalham a cidade para longe do centro (onde o acesso só é possível por automóvel), construindo fortalezas onde o número de vagas para carros é maior do que o número de dormitórios e obrigando o poder público a levar infra estrutura até áreas distantes.
Para esta minoria está voltada a atenção do comércio, que criou o fenômeno tipicamente paulistano dos "manobristas no local", para atender os paranóicos que tem medo de andar algumas quadras no espaço público ou usar transporte coletivo até o seu destino.
A mais recente iniciativa para tapear os paulistanos e permitir que o lobby automobilístico continue a desfrutar das benesses que há mais de 50 anos permitem que a cidade seja o paraíso da destruição motorizada é uma "ação de marketing" de uma empresa de seguros automobilísticos.
A tal empresa, em parceria com um grupo de notícias, conseguiu se utilizar de uma concessão pública para criar uma estação de rádio destinada à minoria da população. O "serviço" prestado não aborda as dificuldades de quem anda de ônibus, bicicleta ou à pé, apenas informa aos ouvintes angustiados e solitários dentro de suas bolhas móveis as "alternativas para (tentar) escapar do trânsito".
A programação da rádio consiste essencialmente em dicas de possíveis rotas alternativas prestadas por reporteres e ouvintes que ligam de seus celulares... Opa, mas utilizar telefone celular enquanto dirige não é uma infração de trânsito que aumenta exponencialmente a chance de "acidentes" graves? Bobagem... O mais importante é continuar a enganar os paulistanos por mais alguns anos, para que eles continuem acreditando que é possível utilizar o carro para escapar do trânsito causado pelo excesso de carros.
- Ilustrada e no Caderno 2 (cadernos de cultura): "porque chegar ao teatro não precisa ser um drama"
- Dinheiro e Economia: "porque tempo perdido no trânsito também é dinheiro"
- Cotidiano e Metrópole: "porque o trânsito muda todo dia"
- Esportes (apenas Estado): "para o trânsito não acabar com seu espírito esportivo"
E depois nos perguntamos porque a mídia corporativa, com raras e esporádicas excessões, boicota as iniciativas de contestação à sociedade do automóvel e não consegue propor uma discussão óbvia: o uso excessivo do carro (e não o trânsito) é um dos principais problemas de São Paulo.
A publicidade na capa de todos os cadernos certamente bancou a tiragem dos dois jornais naquele dia, bem como os cadernos publicitários especiais das montadoras, encartados todo sábado nos jornais, banca a tiragem da semana.
Se você quer sofrer um pouco com a angústia alheia, pode ouvir a rádio pela internet.
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O apocalipse motorizado reproduz a carta abaixo e apóia a iniciativa:
Prezados Ciclistas, Promotores da Bicicleta, Ativistas e Entusiastas.
Há alguns anos o assunto bicicleta vem se tornando cada vez mais presente em todos os cantos de nosso país. Neste período várias organizações vêm se formando com o objetivo de defender e promover a bicicleta, bem como um planejamento cicloviário de qualidade para as cidades. Muitas destas organizações têm alcançado resultados superiores aos esperados e já conquistaram o respeito e até parcerias com as administrações locais.
No ano de 2004, foi lançado pelo governo federal o programa Bicicleta Brasil que visa incluir as bicis no dia a dia da mobilidade de nossas cidades. Leia mais.
Logo em seguida, para participar mais efetivamente deste movimento, as indústrias e montadoras do setor uniram-se em uma entidade nacional chamada Instituto Pedala Brasil (IPB).
Faz-se então necessária a participação formal e organizada do maior interessado no sucesso deste processo, o ciclista. Com esta finalidade está em andamento a fundação da União dos Ciclistas do Brasil (UCB) cujo objetivo será participar efetivamente junto ao governo federal e ao IPB do processo de promoção ao uso de bicicletas no país. O foco é unir todas as entidades locais em uma entidade nacional para tratar dos assuntos no nível federal.
O assunto vem sendo discutido desde o 1º Encontro Nacional de Cicloativistas em Florianópolis 2005. Tendo sido aprofundado no 2º encontro, realizado em São Paulo no ano de 2006.
A meta atual é que a UCB seja fundada no 3º Encontro Nacional de Cicloativistas a ser realizado este ano. Para tal está sendo formado agora um grupo onde serão discutidos todos os temas relativos à
elaboração do estatuto da entidade e de onde sairão os Sócios Fundadores da UCB. Este grupo já unido no Fórum Brasileiro de Mobilidade por Bicicleta (FBMB) atualmente é formado dentre outras, pelas seguintes organizações que já se posicionaram a favor da criação da UCB:
Via Ciclo - Florianópolis
ABCiclovias - Blumenau
Mobilciclo - Curitiba
Transporte Ativo - Rio de Janeiro
Rodas da Paz - Brasília
Bike Brasil - São Paulo
Comissão de Bicicletas da ANTP
Grupo CICLOBRASIL/UDESC - Florianópolis
Associação dos Ciclistas de São Vicente e Região Metropolitana
Associação Brasileira dos Ciclistas - São Vicente, SP
BIke Ciclo Verde - Rio Claro, SP
Escola de Bicicleta
Mountain Bike BH
Clube Zohrer
Caminhos do Sertão
Clube de Cicloturismo
e vários ciclistas individuais.
Existe um documento que formaliza a parceria para a criação da UCB. Aqueles que tiverem interesse em participar da discussão e da criação da União ou quiserem esclarecer alguma dúvida, por favor enviem mensagem para o Fórum Bicicleta-BR para que possamos enviar o modelo do documento a ser assinado pela entidade, grupo ou ciclista independente.
Os que preferirem, podem: baixar o Documento de Parceria, o termo de adesão, o termo de adesão individual e um modelo preenchido. Em seguida envie mensagem para o Fórum Bicicleta-BR para que possamos informar os procedimentos e o endereço em Brasília para onde deverá ser enviado o termo de adesão.
Por favor, encaminhe esta mensagem aos grupos de ciclistas de sua região.
Brasil, Janeiro de 2007
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Segundo o site, a legislação brasileira é confusa e abre brechas para que inúmeros ciclistas sejam impedidos de transportar suas bicicletas nos compartimentos de bagagem dos ônibus intermunicipais.
A idéia é pressionar as autoridades para que o Brasil tenha uma legislação clara e que permita o transporte de bicicletas (devidamente acondicionadas) em ônibus de viagem.
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"você não vai entrar na minha frente, seu #$@#%! /
desarme esta bomba antes dela explodir"
(imagem encontrada aqui por um leitor do blogue)
O combustível vira poluição, que causa câncer, doenças respiratórias, morte em idosos e crianças, aquece o planeta e tira alguns anos de vida de todos os paulistanos sobreviventes.
A guerra por espaço deixa vítimas angustiadas, a ponto de explodir de raiva ou de cometer desatinos contra seus compatriotas. Cada motorista querendo uma pista livre para deslocar suas duas toneladas a mais de 100km/h como exibe o comercial de tevê
O trânsito mata. De angústia, de raiva, em batidas ou atropelamentos. Ao final da sexta do rush, começa a madrugada da estupidez. Os pseudo-cidadãos extravasam toda a angústia acumulada em uma semana de caos acelerando forte suas máquinas assim que o congestionamento diminui.
A maior parte dos "acidentes" com vítimas em São Paulo acontece nas madrugadas de sexta e sábado. Em cada uma dessas noites o Hospital das Clínicas recebe mais de 50 motoristas vítimas de colisões (geralmente causadas pelo excesso de velocidade e bebida).
Domingo a cidade descansa. E segunda começa tudo de novo. Mais uma semana de angústia, de raiva e desespero por não sair do lugar. A crença de que a culpa do trânsito é sempre do outro é intrínseca ao ato de dirigir, que tem em si a lógica da guerra e da competição. O carro, feito e vendido como sinônimo de velocidade e liberdade é, ao mesmo tempo, a prisão de quem dirige e o tanque de guerra que mata, atrapalha e desrespeita quem não tem carro.
Agressividade ao dirigir não é um desvio de personalidade, mas sim um efeito colateral do uso excessivo destas máquinas antiquadas no espaço urbano.
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Na era do blockbuster e da colonização de corações e mentes como arma de guerra, ter acesso ao que não interessa aos cartéis de Hollywood (ou às suas embaixadas de censura estética) é o grande potencial humano da chamada "pirataria".
Como exemplo fica a dica do filme "La Bicicleta", do espanhol Sigfrid Monleón, que dificilmente será lançado no Brasil. O filme foi recentemente disponibilizado em torrent, mas provavelmente pode ser encontrado em outras redes P2P.
Dois avisos importantes:
1) pirataria é crime
2) impedir a diversidade cultural para manter monopólios econômicos e estéticos também
[resenha em espanhol]
[link para download do filme em torrent]
The Yes Men - documentário sobre dois figuras que se passam por executivos da Organização Mundial do Comércio, fazem seminários e chegam até a dar entrevista à BBC em nome da entidade.
El Topo / The Holy Mountain - filmes do chileno Alejandro Jorodorowsky, tirados de circulação pelos produtores
Israeli Wall Must Fall - filme israelense sobre a resistência palestina e internacional na cidade de Bil'in contra o muro de Israel. Também disponível no Google Video.
E vale visitar também o opensubtitles.org, um ótimo site de legendas em vários idiomas.
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A lei 14.266 prevê a criação de estruturas para deslocamento (ciclovias, ciclofaixas, rotas operacionais e faixas compartilhadas) e estacionamento (bicicletários e paraciclos) de bicicletas.
Segundo o texto, publicado hoje no Diário Oficial, a consolidação do Sistema Cicloviário cabe ao Executivo Municipal. Desde maio de 2006 existe um Grupo Executivo chamado Pró-Ciclista, que congrega técnicos e representantes dos vários órgãos municipais para desenvolver e implantar de melhorias cicloviárias na capital.
O Pró-Ciclista, capitaneado pela Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, já desenvolveu algumas ações neste sentido. Em 2006 foram investidos R$700 mil em projetos e obras na capital.
Os tão esperados paraciclos devem começar a ser instalados em breve. A Secretaria do Verde e do Meio Ambiente já realizou licitação e deverá entregar os primeiros 1000 equipamentos no prazo de 30 dias. Os primeiros paraciclos serão instalados nos parques municipais e em locais indicados pelas subprefeituras, CET, Secretaria de Esportes e outros órgãos.
A outra obra realizada a partir das indicações do Pró-Ciclista foi a sinalização da Ciclovia da Estrada da Colônia (com 2,15km de extensão).
Segundo o Pró-Ciclista, estão em andamento na cidade outros projetos e estudos para melhorar os deslocamentos por bicicleta:
- conclusão dos estudos para ciclovias ligando o centro de Parelheiros aos centros de Colônia e Embura (no extremo sul da capital), com extensão de 5,35km;
- licitação (em andamento) para a instalação de bicicletário com 300 vagas junto ao Terminal Parelheiros;
- previsão de início das obras de extensão em 2,2km da Ciclovia da Estrada de Colônia em 2007;
- continuidade ao projeto iniciado em 2006 para aimplantação de ciclovia ou ciclofaixa na Avenida Inajar de Souza, que terá 6,3km de extensão;
- início do projeto de implantação de 3km de ciclovia ao longo do Córrego Itaim, no bairro do Itaim Paulista, permitindo conexão com a estação da CPTM. O Pró-Ciclista deve elaborar e implantar o projeto ainda em 2007.
- estudos para melhoramento cicloviário nos bairros do Morumbi, Vila Sônia, Previdência e Cidade Universitária. Os estudos, realizados em parceria pela CET e pelo ITDP, foram iniciados em novembro de 2006 e serão concluídos em 90 dias. A obra será realizada pela Prefeitura.
- projeto de sinalização para tráfego compartilhado, ciclovia ou ciclofaixa em Ermelino Matarazzo a ser elaborado ainda em 2007.
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Um pedestre que se recuperava de um atropelamento?
Uma vítima leve que torceu ou quebrou o pé em uma calçada esburacada?
Um cadeirante que "se arriscou" na rua pois a calçada era estreita?
Um idoso que ousou dar uma volta no bairro?
Um ciclista derrubado por um motorista apressado?
Alguém gravemente ferido em uma colisão automobilística porque o motorista do carro da frente usava engate, aquela peça usada pela maioria dos motoristas como arma contra arranhões na pintura do pára-choque que aumenta exponencialmente a nocividade das colisões traseiras?
O motorista do carro cinza talvez não tenha percebido que aquele espaço era uma calçada.
Ao ver a pintura "espertamente" verde do piso, que igualou o espaço público para pedestres ao espaço do terreno particular destinado ao estacionamento de carros, o motorista deve ter pensado, no máximo, que "ainda tinha espaço" para o pedestre passar.
Talvez os vidros escuros de seu carro em grau acima do permitido tenham dificultado ainda mais a distinção elementar entre público e privado. Ou talvez ele já tenha se esquecido que existem calçadas, idosos, cadeirantes, ciclistas, pedestres, crianças, bairros e praças, passando a acreditar que a cidade é feita apenas de avenidas, faróis, garagens, manobristas e do carro que vai à sua frente.
A pequena Silvia foi morta quando o motorista da BMW em local proibido abriu a porta do carro, acertando a roda traseira da bicicleta e jogando mãe e filha para o meio da rua. Uma van atingiu a bicicleta e matou a criança na hora.
Em outro trecho, Hartman demonstra a fúria automobilista quando o "troco" é dado na mesma moeda. Ao caminhar ou ficar parado no meio de ruas, desperta a ira dos motoristas, que buzinam e chegam a agredi-lo pois estava "atrapalhando a passagem".
Vale lembrar que o filme se passa na Alemanha, em 1994. Ou seja, uma agressão física no filme deve ser equivalente a ser morto com um tiro na São Paulo deste início de século.
O vídeo Autoschreck, de Roland Schraut, conta a história da batalha de Hartman por ruas mais humanas. Disponível apenas em inglês.
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Para 75% dos paulistanos, será um dia completamente normal, já que o transporte público é seu meio habitual de locomoção. Será inclusive um dia melhor, já que a ausência de carros diminuirá o tempo de seus deslocamentos.
Imagine esta notícia na Folha de São Paulo... Impossível? Pois em Bogotá (Colômbia), a informação não apenas estava em um grande jornal, como era verdade. Tratava-se de mais uma edição do Dia Sem Carro na cidade, um momento de reflexão sobre o uso do transporte individual motorizado e de ação concreta pela redistribuição do espaço urbano e por mais qualidade de vida.
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A petrolífera Exxon teve lucro de U$39,5 bilhões em 2006. Foi o maior lucro de uma companhia em toda a história dos EUA, ou melhor, o maior lucro de uma companhia em toda a História.
Os trinta e nove bilhões e 500 milhões de dólares seriam suficientes para comprar o Banco do Brasil e a siderúrgica Gerdau.
Não é à toa que a empresa, através do American Enterprise Institute (entidade de lobby financiada pela Exxon), está oferecendo alguns trocados (US$ 10 mil) para cientistas que se disponham a contestar o relatório do IPCC, o painel intergovernamental que disse "já era" a respeito do clima na Terra. Os cientistas comprados pela Exxon tentarão afirmar que as alterações climáticas não são tão graves assim e que o Homem não é o maior responsável por elas...
Petróleo, capitalismo e guerra são parceiros desde que existem.
O vídeo "Destination Earth", de 1956, é um divertido exemplo da propaganda de guerra. O vídeo foi patrocinado pelo "Instituto Americano do Petróleo", uma congregação do lobby petrolífero da época. Hoje este mesmo lobby tem representante direto no assento de vice-presidente dos EUA e segue movimentando milhões em guerra e consumo predatório.
Destination Earth (1956), em inglês:
[no You Tube]
[download no archive.org]
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Francisco Alves, Gonzaguinha, James Dean, Albert Camus, Jackson Pollock, Grace Kelly, Clifford Brown, Jayne Mansfield, Dener e até o rodoviarista Juscelino Kubitschek são outras vítimas famosas encontradas em uma rápida busca na internet e na memória. Isso sem falar nos outros 1,2 milhões de anônimos que perdem a vida em "acidentes" envolvendo automóveis a cada ano em todo o planeta.
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"Nosso setor não tem do que reclamar", disse satisfeito o presidente da Fenabrave (a federação dos distribuidores). Em 2006, os brasileiros consumiram 1,972 milhão de veículos. 2007 promote ser pior: a previsão é de mais 2,08 milhões entupindo as ruas das nossas cidades.
Se o transporte individual motorizado continua a desfrutar de todos os benefícios e incentivos, quem utiliza transporte público continua a sofrer com a falta de investimentos e qualidade. Na última quarta-feira a prefeitura de São Paulo anunciou que irá "congelar" 10% do orçamento municipal previsto para 2006. A pasta mais afetada é a dos transportes, que sofreu um corte de 28%.
E as mentes dos governantes paulistas continuam infectadas pelo automobilismo. A última idéia brilhante é aumentar em até 60% o número de veículos que circulam por hora na Marginal Tietê. Como? Construindo mais pistas, viadutos e pontes em mais um processo chamado de "revitalização". E o legado de Paulo Maluf, JK e Prestes Maia continua presente. Até a cidade explodir.
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Para quem j�� n��o �� mais dependente do autom��vel, a perspectiva de dentro da cela m��vel pode parecer tortura chinesa. Para os que est��o anestesiados com o caos, pode servir para a reflex��o. E para aqueles que sonham em comprar um autom��vel, serve para lembrar da realidade que nunca aparece na propaganda.
Fez lembrar de outros minutos no tr��nsito, estes bem mais agrad��veis: um v��deo da Transporte Ativo, de bicicleta pelo Rio de Janeiro.
Veja e compare. Dirigir na cidade �� um t��dio.
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