sábado, abril 30, 2005

32a bicicletada de São Paulo


(clique nas fotos para ampliar)

Aconteceu ontem, sexta-feira, a 32a bicicletada de São Paulo. Seguindo a tradição mundial dos eventos de Massa Crítica, a bicicletada paulistana agora acontece sempre na última sexta-feira de cada mês. Confira: www.bicicletada.org ou leia outro excelente relato com fotos em http://geocities.yahoo.com.br/debicicleta/sexta

Depois de uma longa estiagem e de alguns eventos paralelos, a tradicional pedalada pela coexistência pacífica no trânsito voltou a ocupar as ruas com criatividade. Além dos panfletos e das máscaras anti-poluição, um homem-placa ajudou a estabelecer contato visual com os motoristas.


Ocupando a rua. Desta vez a segunda pista da Av. Paulista, deixando livre a faixa de ônibus.


Um dos panfletos distribuídos (clique para ampliar ou faça o download em PDF no site da bicicletada)


Panfletagem e homem placa.


Os motoristas geralmente são receptivos, mas alguns preferem continuar no tédio da solidão escurecida e refrigerada. Fica a dica: da próxima vez, levemos um cartaz escrito "boa noite" para tentar estabelecer comunicação através do insul-filme.


A bicicletada terminou no MASP (Museu de Arte de São Paulo). Lá acontecia uma "homenagem" aos 40 anos da Rede Globo organizada pelo CMI-Brasil.


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quinta-feira, abril 28, 2005

Bicicletada na hora do rush - sexta-feira


sexta-feira (29)
18h
Paulista x Consolação


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quarta-feira, abril 27, 2005

plim-plim


("resgate o espaço público - semana sem tv - de 25 de abril até 01 de maio")

Abrimos parêntese no :. apocalipse motorizado: ontem foi aniversário da Rede Globo. São 40 anos de hegemonia e controle midiático, político e cultural do nosso país. Sexta-feira tem festa em São Paulo (veja no fim do texto).

Esta também é a Semana Sem TV (TV Turnoff Week), uma campanha do site adbusters que acontece entre 25 de abril e 01 de maio. Nada melhor do que celebrar o aniversário da Globo com a TV desligada.

Quem tem cartão de crédito internacional e não suporta entrar em qualquer lugar e dar de cara com uma indefectível TV ligada, pode investir no chaveiro TV-B-Gone. O brinquedinho desliga todas as televisões da área, independente da marca ou modelo.

Cidadão Kane Marinho
A Rede Globo é a entidade mais presente no Brasil (o sinal chega a 99% do território). Dizem até que a emissora é uma das grandes responsáveis pela fundação do Brasil contemporâneo, este país tropical de população numerosa e economia neoliberal subdesenvolvida. Uma mistura tensa e confusa de Audis com trens de subúrbio, de Higienópolis com Itapecerica, da fome com a obesidade, de São Paulo com o Piauí, do Pay-Per-View com o programa do João Kleber. O que não sai na Globo simplesmente não aconteceu, não faz parte do Brasil oficial nem sequer rende assunto para o dia seguinte. E viva Chico Buarque!

O império do "jornalista" Roberto Marinho esteve sempre dentro do poder. Apoiou o golpe militar e a ditadura, silenciou durante as Diretas, apoiou o governo Sarney, a eleição e a saída de Collor, a reeleição e os dois mandatos de FHC e agora faz carinho no governo Lula. Explica-se: a aventura da TV a cabo foi vitoriosa (hoje a NET é praticamente monopolista no setor), mas fez crescer de forma insustentável a dívida da Globo com o BNDES. Foram se os tempos de oba-oba das privatizações dos anos 90, secou a torneira da paridade com o dólar e a empresa teve que abrir mão de alguns anéis para não perder os dedos.

Hoje, além da TV Globo, dos canais Globosat, das operadoras NET e Sky, o império tem jornais, rádios, revistas, editoras e conteúdo multimídia. Centenas de deputados e senadores possuem afiliadas de algum veículo das Organizações Globo (tv, rádios ou jornais).

A gente se vê na rua
Desligue a TV e vá pra rua! Se não conseguir, pelo menos assista ao filme "Muito Além do Cidadão Kane" (“Brazil: beyond citzen kane”), produção inglesa que conta a história da empresa de Roberto Marinho. O filme está disponível em redes de compartilhamento de arquivos (P2P) como o Kazaa, eMule e bittorrent.

Em São Paulo, uma festa ao ar livre está programada para a próxima sexta-feira (29), às 19h, no vão livre do MASP. Veja também algumas matérias e a programação de eventos "comemorativos" no site do CMI Brasil.

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terça-feira, abril 26, 2005

Pode colocar aí mesmo, é só um ponto de ônibus


(clique nas fotos para ampliar)
Já faz tempo que o Dia do Trabalho é uma grande festa pelega. Shows e sorteios de carros e casas. Afinal, devemos todos comemorar a maravilhosa situação do trabalhador brasileiro: ganha um ótimo salário, trabalha pouco, vive tranquilo, tem educação, cultura, lazer, saneamento básico, transporte, igualdade de oportunidades...

Desta vez a CUT, uma das centrais sindicais que organiza as festas, resolveu montar o palco em frente ao prédio da Gazeta, na Av. Paulista. E o ponto de ônibus que existe no local? "Não tem problema, é só um ponto de ônibus", disse quem autorizou a instalação.

O ponto já é bastante movimentado e, durante uma semana, milhares de pessoas terão que se espremer embaixo da estrutura e no pequeno espaço de calçada que restou. Afinal é por uma boa causa: domingo tem J.Quest, Latino, KLB... E quem sabe você não ganha um carro no sorteio pra não precisar mais andar de ônibus?


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domingo, abril 24, 2005

USP x atletas - ato na segunda


A partir de amanhã (25) os "ciclistas-atletas" que não pertencem aos quadros da USP (funcionários, estudantes e professores) estão proibidos de utilizar as ruas da Cidade Universitária nos dias úteis. Como a USP fecha aos domingos, restam os sábados, das 5h às 14h. (leia mais aqui ou veja o oficio do prefeito da USP)

A norma é confusa e vaga. Não sabemos ainda se um ciclista-não-atleta poderá entrar, nem ao menos como diferenciar um "ciclista-atleta" de outros.

Harmonia distante
A USP registra semanalmente 2 ou 3 casos de desentendimentos entre ciclistas, motoristas e pedestres. A maior parte envolve os chamados “pelotões”, atletas que treinam em grupo pelas ruas da Cidade Universitária.

Sabemos que boa parte dos motoristas não aceita dividir a rua com um veículo potencialmente mais lento. Ao ocupar uma faixa para circulação ou treinamento, o ciclista tem grande probabilidade de ouvir um argumento estúpido como "não paga IPVA e fica aí atrapalhando o trânsito". Tentar explicar que a bicicleta é um veículo pode ser difícil no trânsito de São Paulo. O motorista, estressado e apressado, não tem tempo para conversas; prefere resolver com um chingamento, uma arrancada ou uma fechada.

Por outro lado, alguns "pelotões" reproduzem a lei da selva. Muitos não respeitam a preferência do pedestre nas travessias e chegam a buzinar antes das faixas. Boa parte dos atletas não utiliza a bicicleta como meio de transporte e alguns acabam se apropriando do espaço da universidade para uma atividade particular, sem ao menos respeitar a convivência geral.

No passado recente, o aluguel do espaço universitário por academias foi oficializado com o nome de "parceria" (leia aqui) ou leia sobre a recente proibição das tendas de apoio). Pouco antes, a USP tinha fechado suas portas aos domingos, botanto a pá de cal no uso recreativo do campus.

Até a década de 80, a USP era também um parque na zona oeste. Frequentada por todos, a praça do relógio tinha campos de futebol e o melhor cachorro quente da cidade. De lá pra cá, a cidade se adensou, a desigualdade aumentou, a especulação imobiliária correu solta e a "ilha da fantasia" quase virou "castelo do terror": assaltos, tráfico, acidentes, lixo, trânsito e brigas entre os frequentadores. A USP se fechou e hoje o hot dog é péssimo por lá. Numa cidade carente de áreas públicas de boa qualidade, a "ilha da fantasia" ainda atrai visitantes de todos os tipos. A maioria só quer aproveitar, mas gente mal-educada existem em qualquer lugar.

Protesto segunda-feira
O comportamento lastimável de alguns atletas não justifica a proibição de acesso aos atletas em geral e, muito menos, àqueles que usam a bicicleta como meio de transporte ou lazer. É como proibir a circulação de automóveis porque alguns motoristas tiram "rachas" nas ruas.

Na próxima segunda-feira (25) haverá uma pedalada a partir das 19h, saindo do portão 6 do Ibirapuera (av. IV Centenário) até a USP. Segundo o texto oficial de divulgação, o protesto é "em prol dos ciclistas de São Paulo" e não apenas contra a regra da USP (apesar do ponto final ser o gabinete do prefeito da Cidade Universitária).

O :. apocalipse mototizado apoia a iniciativa, mas repudia a atitude de alguns motoristas que praticam ciclismo na USP e acham que as ruas são pistas de treinamento particulares.

Aproveitamos para disponibilizar o panfleto "Não faça com o pedestre o que o motorista faz com você" [ver JPG], destinado a ciclistas (atletas ou não) que acabam embarcando na lógica do mais forte e desrespeitam a parte mais fraca do trânsito: o pedestre.

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quarta-feira, abril 20, 2005

Bom feriado, São Paulo

quarta-feira, 10h30:.


quarta-feira, 19h30:.


Bom feriado a quem permanece vivo.


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Números, busca e copyleft

O :. apocalipse motorizado tem novidades.

Para começar, o mecanismo de busca no arquivo foi definitivamente implantado. Após alguns dias de ajustes, agora você pode procurar por uma ou mais palavras em todos os artigos publicados.

Uma nova seção foi criada: :. apocalipse em números, as estatísticas do caos. Dizem que os números podem ser facilmente direcionados para justificar um determinado ponto de vista. Neste caso, a idéia é apenas apresentar um panorama geral da mobilidade em São Paulo; as comparações e análises ficam por sua conta.

Fica por sua conta, por exemplo, comparar o número de estacionamentos (9000) com o de bicicletários (nenhum). Fica por sua conta entender que é ridículo uma cidade como São Paulo ter apenas 3,4km de ciclovias fora de parques para a circulação de 800 mil bicicletas. Também é sua a conta que coloca mais gente nos carros do que nos trens e no metrô.

Por fim, foi adicionado um logo de Copyleft: ao contrário do copyright, que aprisiona o conhecimento nas estruturas de mercado, essa nova tendência afirma que o conhecimento é livre e deve ser acessível ao maior número de pessoas.

Qualquer artigo deste site pode (e deve) ser distribuído livremente (pedimos apenas a gentileza de citar a fonte). Isto sim é globalização! O resto é apenas o refinamento técnico da exploração mercantilista de Pedro Álvares Cabral, das Cruzadas católicas, dos patrões ingleses do século XVIII ou de outro saqueador qualquer.

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terça-feira, abril 19, 2005

Boas novas em sampa (e na net)


(foto: Eduardo Dimitrov) (clique para ampliar)

Depois de uma longa estiagem, parece que os ciclistas paulistanos estão decididos a voltar definitivamente para a atividade nas ruas. Na foto acima, um belo grafite na Av. Santo Amaro.

A grande nova da semana fica por conta da internet: o site da bicicletada foi totalmente reformulado. Confira aqui.

Outras boas no terreno virtual ficam por conta dos sites pessoais critical_mass e pedalero, dois grandes parceiros.

Antes tarde do que nunca, vale conferir as fotos da jornada paulistana "na cidade sem o meu carro 2004" no fotolog transito, de outro colega de pedalada.

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segunda-feira, abril 18, 2005

Panfletagem anti-poluição


(fotos: João Campos) (clique para ampliar)

Na última sexta-feira, dez ciclistas enfrentaram o caos das avenidas Rebouças X Faria Lima para panfletar e conscientizar os motoristas a respeito da poluição. A atividade foi articulada pelo pessoal da Bicicletada-SP, que felizmente parece estar de volta à ativa.


No trânsito parado, o passatempo favorito dos paulistanos é usar o telefone celular. Apesar de ilegal, o hábito é generalizado e serve para anestesiar a solidão das celas-móveis.


Cerca de 500 panfletos foram distribuídos.


Ao final, a bela imagem da noite caindo (apesar da camada cinza-pouição no horizonte). Cenas visíveis apenas para aqueles que têm tempo de parar e contemplar.


Uma parte do grupo no final da atividade. Parabéns galera!!! Seguimos pedalando por uma cidade melhor!

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domingo, abril 17, 2005

Enquanto isso, em Paris


Enquanto a prefeitura de São Paulo pensa em abrir os calçadões para os automóveis e reduz o subsídio ao transporte público, a capital francesa dá exemplo para evitar cenas como a da foto acima.

A matéria abaixo foi retirada da revista Label France. Veja também esta outra matéria do The Times (em inglês): Paris bans cars to make way for central pedestrian zone.

Paris declara guerra aos automóveis
Por Emmanuel Thévenon

Em meados de 2001, Paris declarou guerra aos automóveis e aos prejuízos que estes acarretam: barulho, poluição, engarrafamentos, etc. Denis Baupin, vice-Prefeito de Paris e responsável pelos Transportes, pretende "reduzir em 50%, até 2010, o total das emissões poluentes na capital". Para atingir uma meta tão ambiciosa, a capital deu início a um número impressionante de obras destinadas a limitar o espaço que o automóvel ocupa na cidade.

Mas como convencer os motoristas a abrirem mão do carro na locomoção intramuros? Inicialmente, é preciso atingi-los em cheio, isto é, no bolso. Em Londres, por exemplo, o acesso ao centro da cidade é pago e, em Paris, as 50.000 vagas de estacionamento gratuito que restavam desapareceram. Além disso, novas vagas pagas, a preços acessíveis (10 euros mensais), serão criadas, para atender as necessidades dos moradores do centro, o que deverá encorajá-los a deixar o carro na garagem.

Outra iniciativa são os "bairros verdes", espaços de convívio para seus habitantes, mas verdadeiros labirintos para os motoristas corajosos que neles se aventuram. O primeiro, implantado em meados de 2002 no XIVº distrito, causou tumulto: os motoristas não esperavam as repentinas mudanças de sentido da circulação, que provocaram uma série de engarrafamentos inexplicáveis e despertaram a ira dos habitantes do bairro. Apesar deste início caótico, o movimento de arborização irá estender-se a outros vinte bairros, sobretudo o centro de Paris, que terá um limite de velocidade de 30 quilômetros por hora.

Espaços civilizados

Todo dia, o Bulevar Magenta (X distrito) absorve 30% do tráfego rodoviário da capital! Como ele, outras grandes avenidas de Paris tornaram-se paulatinamente verdadeiras auto-estradas urbanas. Para canalizar o fluxo incessante de carros, essas vias serão transformadas em "espaços civilizados", locais democraticamente compartilhados pelos usuários. No eixo Clichy-Rochechouart, as obras já começaram: as calçadas ganharão 50 centímetros de largura e, do lado esquerdo da rua, uma via será reservada aos ônibus nos dois sentidos de circulação, enquanto as bicicletas circularão livremente em novas ciclovias margeadas por árvores.

O retorno do bonde

Se, por um lado, há dissuasão, por outro, os franceses têm sido encorajados a utilizar meios de transporte alternativos, como o metrô, rápido e confortável, apesar de sua rede subterrânea estar saturada. A única benfeitoria possível é o prolongamento da linha 14 até a estação Saint-Lazare. No futuro, a prefeitura de Paris terá que promover a utilização da infra-estrutura de superfície, aumentando consideravelmente a oferta de transportes alternativos, como os novos ônibus da rede Mobilien (que fazem parte do programa de modernização).

Com 40 km implantados por ano até 2005, essa rede abastecerá, com rapidez e regularidade, 17 linhas parisienses e 45 linhas do subúrbio, proporcionando maior conforto aos usuários (informações em tempo real, ar condicionado, etc.). Os primeiros resultados são encorajadores, pois a poluição diminuiu e a utilização dos ônibus Mobilien aumentou de forma espetacular. Assim, o ônibus do Pequeno Cinturão (PC1), cujo itinerário segue os bulevares circulares "Maréchaux" (grandes avenidas que circundam o centro da cidade), ganhou a preferência de cerca de 45% dos usuários de transportes públicos desde sua modernização.

Outra grande novidade será o retorno do bonde intramuros em Paris, no final de 2006, um verdadeiro evento para a Cidade das Luzes, cujo último bonde foi aposentado em 1937. Com 8 km de comprimento, a nova linha ligará inicialmente a Ponte do Garigliano, na zona sudoeste, à Porta de Charenton, no leste da cidade. Depois, irá até a Porta de Bagnolet, percorrendo um total de 13 km. Modernos e rápidos, seus vagões, de 43 metros de comprimento e cerca de 300 lugares, possibilitarão o transporte de cerca de 10.000 passageiros por hora, com a freqüência de um bonde a cada dois minutos: uma capacidade de transporte quatro vezes maior que a dos ônibus que circulam no Pequeno Cinturão. Acessível às pessoas com dificuldade de locomoção, os itinerários do novo bonde terão conexão com os outros meios de transporte (ônibus, metrô, RER*, etc.).

Paris de bicicleta

Muito utilizada durante a Segunda Guerra Mundial, a bicicleta acabou ficando em último lugar no ranking das políticas de transportes parisienses, representando apenas um por cento das locomoções! Apesar de um urbanismo denso e de uma rede repleta de ruelas, Paris tem tudo para se tornar uma cidade para ciclistas. Além disso, os tempos estão mudando: são mais de 197 km de vias, das quais 27 km nos parques, cerca de 50 novos corredores de ônibus e 85 km de ciclovias.

Até 2010, serão construídos 300 km de pistas suplementares, a começar pelos " bairros verdes ", seguidos dos seis "eixos civilizados" e dos bulevares sul Maréchaux (itinerário do futuro bonde), com a implantação de 70 km de vias exclusivas para ônibus programada para 2003 e 2004. Outro projeto visa facilitar a locação de bicicletas e ampliar os estacionamentos em prédios e vias públicas.

Descongestionar as vias periféricas

A administração de Paris optou por investir nas vias transversais (bonde, trem urbano, ônibus Mobilien), buscando descongestionar os bulevares Maréchaux e o impressionante anel viário do bulevar periférico. Os bulevares serão remodelados, com a implantação do bonde e o bulevar periférico deve receber uma cobertura. Além disso, várias portas de Paris serão reformadas, com o apoio das administrações dos departamentos e municípios interessados, levando em conta uma preocupação a mais: a estética.


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sexta-feira, abril 15, 2005

Contemplação


(clique na foto para ampliar)
Av. 23 de maio, sexta-feira, 22h45.

As 8 pistas que passam o dia congestionadas viram luzes em movimento acelerado. A poluição fica escondida pela noite e o barulho constante das rodas no asfalto lembra o mar que São Paulo não tem. Beleza estranha na maior cidade da América do Sul.

O motorista que cruzava o viaduto da rua Cubatão, de onde a foto foi tirada, provavlemente não teve tempo nem coragem para descer do carro e contemplar a cidade por alguns instantes.

A lógica do carro não permite contemplação: "ande-e-pare, ande-e-pare". Se não andar, vem buzina em poucos segundos. No mais, todas as ruas parecem um lugar violento para aqueles que não as frequentam.

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quinta-feira, abril 14, 2005

Panfletagem anti-poluição nessa sexta


Quem anda de bicicleta por São Paulo e passa por ruas movimentadas sente na pele os efeitos da poluição. Na semana que passou, os boletins da CETESB indicaram que a coisa está literalmente preta. Estima-se que os veículos são responsáveis por 70% da poluição na capital. Na cidade, 7 a 10 pessoas morrem por dia vítimas da poluição, especialmente idosos ou crianças com doenças respiratórias.

Amanhã (sexta, 15), às 17h30, o pessoal da bicicletada marcou uma panfletagem na esquina das avenidas Rebouças X Faria Lima. Munidos de máscaras e panfletos, tentarão dar um "alívio-lúdico-consciente" para a nuvem de fuligem e gáses tóxicos que cobre a capital. Compareça!

Na foto, além da motorista falando impunemente ao celular para espantar o tédio de sua "cela móvel", vemos um exemplo de máscara que pode ser usado por quem pedala. Este tipo pode ser encontrado em casas cirúrgicas ou lojas de material de construção. Nas cirúrgicas, você consegue comprar uma caixa com 50 máscaras por R$9,00.

A máscara bloqueia apenas as partículas sólidas emitidas pelos veículos e a poeira levantada pelo trânsito. Mesmo assim, dá um alívio e, principalmente, causa impacto nos sedentários e poluidores motoristas que dirigem seus "EcoSport" movidos a diesel. Outro dia tava passando pela rua Estados Unidos com uma dessas máscaras e um vendedor de flores constatou: "Cara, você disse tudo sem dizer uma palavra!".

A maior parte dos motoristas vai pensar: "coitado, ele não tem dinheiro pra comprar um carro e tem que ficar nessa poluição". Mas alguns vão entender que estamos todos no mesmo barco. Apesar da escassez de estudos científicos, acredita-se que os efeitos da poluição são praticamente os mesmos para quem dirige ou para quem pedala.

Por um lado, o ciclista fica mais exposto às partículas sólidas e acaba absorvendo mais ar (e poluição) por causa da atividade aeróbica. Por outro lado, os motoristas ficam muito mais tempo no trânsito e as entradas de ar dos carros ficam exatamente na altura do escapamento do veículo da frente. Ou seja, morremos todos por causa de alguns.

Se você tem dinheiro e um cartão de crédito internacional, vale a pena investir em uma máscara que realmente filtra a poluição (gases e partículas sólidas). Dê uma olhada neste site.

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quarta-feira, abril 13, 2005


01

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Adesivos "um carro a menos" para colar na bicicleta


Estive em Florianópolis no último fim de semana. Bela cidade, muitas bicicletas, praias lindas, sol e calor. Participei do I Encontro Nacional de Cicloativistas, organizado pela Viaciclo como parte do progrma Locomotives 2005 do I-ce (uma ONG holandesa que estimula transportes de baixo custo e pouco impacto ambiental).

Além da troca de experiências com outros ciclistas urbanos, ONGs e associações, trouxe de lá uma porção de adesivos para bicicletas iguais aos da foto (feitos pelo pessoal da brilhante revista CarBusters). Os adesivos são a prova d'água e ficam perfeitos nas bicicletas.

Ainda tenho 15 adesivos em português e alguns em outros idiomas. Assim, os 15 primeiros que escreverem para o nosso e-mail serão presenteados com um adesivo em português e outro na língua que escolher (russo, francês, japonês, alemão ou inglês).

Os paulistanos deverão buscar o adesivo na nossa "sede" (que fica em local de fácil acesso). Pessoas de oturas cidades receberão pelo correio. Corra! São só 15!

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terça-feira, abril 12, 2005

Causa e consequência na terra de Ayrton Senna


Outro dia recebi o e-mail abaixo. O texto reflete a lógica dos apressados ídolos de Ayrton Senna: aqueles motoristas ansiosos, que acham que os outros motoristas menos "habilidosos" na "pilotagem" são os culpados pelo trânsito e pelos acidentes.

O e-mail:
Dicas rápidas para não foder os outros motoristas que sabem dirigir no caótico trânsito brasileiro.

1. No semáforo, deixe a porra da primeira marcha engatada e quando o sinal abrir arranque. Não espere que o motorista de trás tenha que te lembrar.

2. Você dirige um carro e não uma jamanta, certo? Portanto, você não precisa usar a pista da esquerda antes para virar para a direita.

3. Quando um outro motorista der pisca avisando que precisa entrar na pista que você está, deixe de ser filho da puta e deixe o cara passar. Certamente vai acontecer com você um dia.

4. Faixas no asfalto das rápidas e ruas com mais de uma pista não são para enfeite e, se você não tem inteligência suficiente para saber onde estão as rodas do seu carro, melhor andar de bicicleta que as rodas são vistas de onde você está sentado.

5. Se você não sabe fazer baliza, tenha humildade para parar num estacionamento e não foda a vida de quem tá com pressa. Ah! Se você não gosta do seu carro, problema seu. Isso não quer dizer que os outros motoristas acham legal que fiquem dando totó nos seus carros para estacionar.

6. Largue de ser cavalo e aprenda que se a merda da placa do radar diz 60Km/h, é 60 de verdade, e não é 20Km/h disfarçado, pôrra !!!!!

7. A vida anda muito corrida, por isso, se você gosta de passear pelo centrão a 30Km/h, faça isso as 05h00 da manhã.

8. Que tal dar sinal de que vai entrar em alguma rua se você percebe que tem algum motorista esperando sua importante escolha ?

9. Se o seu namorado vai te deixar na frente do shopping, deixem as preliminares para um local
apropriado. Certamente não vai ser a última vez que você o vê, portanto, dê tchau e suma do carro !!!!

10. Essa é pra você, frustrado sexual que adora botar o rabo numa Harley: Por que você não bota a orelha na merda do escapamento aberto e acelera ? Todo mundo sabe que o barulho da sua moto é inversamente proporcional ao seu tato com as mulheres.

11. Nossa, um acidente !!! Qualé, nunca viu uma lanterna quebrada ? Então você não precisa ficar olhando com cara de otário pra qualquer coisinha que acontece no trânsito e andando como se estivesse num cortejo fúnebre.

12. Só pra descontrair: Saiba que todo mundo tira você pra comédia quando te veêm com a cara colada no volante. Assim não precisa nem usar o cinto de segurança. Num acidente a sua cara e o painel vão virar a mesma coisa com ou sem cinto.

13. Especial para nossos amigos da Polícia Rodoviária: Se é dia de movimento intenso, que tal sair da frente da pôrra do seu postinho já que é só pra ficar embaçando ? Que tal desligar a luzes da viatura se não
tem nada acontecendo ? Que tal cuidar de quem anda pelo acostamento ao invés de ficar revirando o carro dos outros pra achar uma ponta de baseado e dizer: Ahaaaaa !!!! Como que a gente se acerta agora?

SE VOCÊ NÃO PRECISA DESSAS DICAS, IGNORE. MAS AJUDE A MUDAR NOSSO TRÂNSITO PASSANDO ESSE E-MAIL PARA AQUELE SEU AMIGO QUE É UMA LONTRA NO VOLANTE.

SE VOCÊ NÃO PASSAR, SEU BRAÇO NÃO VAI CAIR E VOCÊ NÃO VAI FICAR 7 ANOS SEM TRANSAR, MAS QUANDO FIZEREM UMA CAGADA NA FRENTE DO SEU CARRO, LEMBRE QUE VOCÊ NÃO COLABOROU E NÃO ADIANTA RECLAMAR.

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domingo, abril 10, 2005

E os carros continuam no calçadão


Rua XV de novembro, centro: mais um domingo de carros circulando e estacionando impunemente nos calçadões exclusivos para pedestres.

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sábado, abril 09, 2005

Pachamama te veo tan triste


"O que foi essa lombada?"

(retirado de www.subvertise.org)

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sexta-feira, abril 08, 2005

Aqui jaz um prédio histórico


As estimativas mais otimistas afirmam que a cidade de São Paulo possui uma área equivalente a 6 parques do Ibirapuera ocupada APENAS por estacionamentos particulares. São mais de 800 mil vagas em cerca de 9000 estabelecimentos comerciais destinados ao estacionamento pago de veículos (sem contar os clandestinos, a zona azul, o estacionamento grátis nas ruas e as garagens dos prédios residenciais).

Na foto acima, dois exemplares na rua São Francisco, comecinho do centro velho para quem desce do espigão da Paulista pela Brigadeiro.

Entre os dois, remanescente, um prédinho degradado que deve ter sido construído na primeira metade do século XX. A região, farta em transporte público, comércio, serviços e lazer é mais um local de trabalho ou passagem para o paulistano, que mora bem longe dali. Afinal, quem quer morar do lado de um estacionamento?

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quinta-feira, abril 07, 2005

Bicicletas em SP

Momento ciclístico-literário. Reproduzo abaixo o belo texto do colega de pedalada André Maleronka (www.transito.zip.net).

"Vou pedalando.


O sol queima a Rua Itaboca, me dá firme na cabeça, os bondes comem os trilhos, é um barulhão que estremece até as casas; os trens da Sorocabana e da Santos a Jundiaí vão se repetindo lá em cima do viaduto da Alameda Nothmann, carregados e feios. Gente se pendura até nas portas. Vou pedalando... Sei lá por que gosto. Sei que gosto. Atravesso essas ruas de peito aberto, rasgando bairros inteirinhos, numa chispa, que vou largando tudo pra trás – homens, casas, ruas. Esse vento na cara... Agora vou indo lá pro Pacaembu. Vou pegar a Nothmann, subir, desembocar direto na Barra Funda, ô puxada sentida! É me curvar sobre o guidão, teimar no pedal, enfiar a cara. Depois, ganho a avenida larga e, numa flechada, alcanço o estádio.”

O escritor João Antonio (nascido em São Paulo em 1937 e falecido no Rio de Janeiro em 1996), uma das maiores pontes entre o cotidiano das ruas e o papel impresso, falava em seu conto “Paulinho Perna Torta” de uma São Paulo que aparentemente não existe mais. Tanto os antigos modos da malandragem dos salões de bilhar da Lapa e dos inferninhos do Bom Retiro deram lugar à violência nos centros e nas periferias quanto os bondes (que já eram lotados) foram substituídos no dia-a-dia por um sistema de ônibus, trens e metrôs deficiente, amparado pela ampla penetração dos carros particulares – uma equação bem mais violenta e suja.

Gigantesca e inchada, prestes a se tornar a segunda cidade mais populosa do planeta, o transporte na região metropolitana não funciona legal: são mais de 17 milhões de habitantes, 7 milhões de carros particulares congestionando as vias todos os dias (na maioria das vezes só com o motorista dentro), poucos quilômetros de metrô e linhas de ônibus quase sempre lotadas. Metade das residências daqui acumula pelo menos um carango, já que muitas vezes esse é o único jeito de chegar onde se precisa. Se de dia já é difícil, imagina na balada – nem tem ônibus a noite inteira. Assim como pra ir trampar você faz um extrinha camelando na lentidão do tráfego ou se acotovelando nos transportes públicos, à noite você, ou quem estiver te levando de carona, vai ter que escolher entre dirigir e chapar. Siniiiiistro, Jamanta!

É aí que entram as bicicletas. Se você vai percorrer cerca de 10 quilômetros, que é mais ou menos a média de deslocamento diário das pessoas pra chegar ao trampo, escola ou balada, já está mais do que provado que indo de bike você chega antes. Nesses casos – ou mesmo pra distâncias maiores – poder combinar umas pedaladas com transporte público seria lindo. Ninguém ia precisar sair de carro mais, mas o esquema de locomoção em São Paulo é tão legal que você é proibido de entrar no trem, no metrô ou no busão levando sua bicicleta, pura e simplesmente, como demonstra um recente comercial da Caloi estrelado pelo VJ Edgard. Fora a estação de trens de Mauá (onde ficam estacionadas cerca de 1.700 bicicletas diariamente!), não há bicicletários. Então, pra embarcar, você teria que desmontar e empacotar (!!) sua magrela. Apesar disso, nos últimos 10 anos, o número de ciclistas diários em São Paulo praticamente dobrou. São pelo menos 400 mil bicicletas fazendo a mesma função dos carros particulares, de um jeito bem mais democrático, limpo e aproveitando bem melhor a paisagem que essa cidade ainda tem pra oferecer.

Você poderia dizer “mas eu sou louco de sair pedalando e respirar toda essa poluição?”. Na real, é bem melhor do que estar trancado dentro de um carro, que além de responsável por 70% da poluição do ar daqui, deixa você bem na altura pra inalar a podreira dele e dos outros, que vai se concentrar dentro dos veículos. No alto, de bike, na mais perfeita união entre homem e máquina (segundo os alemães do Kraftwerk), você respira melhor, além de poder observar de verdade o lugar onde você vive, fazendo um exercício da hora.

Claro, existem algumas regras e precauções pra você fazer seu rolê numa boa. Pelo Novo Código de Trânsito, a bicicleta tem preferência na pista, isto é, os carros têm que deixar você em paz, guardando um metro e meio de distância ao te ultrapassarem. Um capacete, faróis e refletores também te garantem. Encarar o mar de carros é uma tarefa que exige treinamento e atenção, mas isso em São Paulo é fácil. As chuvas quase diárias dão um belo adianto na dispersão dos poluentes, e essa pode ser a melhor desculpa pra você desencavar aquela bicicleta empoeirando na garagem e começar participando de algum dos inúmeros passeios que existem por aqui. Tem quase todos os dias e existem muitos grupos organizados. É uma ótima pra saber como anda seu condicionamento físico e adquirir segurança pra transitar. Além disso, você vai pedalar com gente experiente e a fim de te ensinar o que for preciso.

Desses todos, talvez o mais interessante seja a Bicicletada. Organizados através de uma lista de discussão por e-mail, o grupo Bicicletada faz manifestações mensais em que ciclistas ocupam as ruas pra celebrar o movimento em duas rodas e mostrar que existem outras opções além de um consórcio na sua vida.

André Maleronka

(originalmente publicado na revista Pista n. 11, janeiro de 2005)

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quarta-feira, abril 06, 2005

Quando você dirige sozinho, dirige com Hitler.


(retirado de www.subvertise.org)

"Quando você dirige sozinho, dirige com Hitler!
Junte-se a um clube de caronas hoje!"

O cartaz norte-americano é de 1943, mas poderia ser utilizado em São Paulo do século XXI. Era só substituir Hitler por Bush, Bin Laden ou Enéas.

A capital paulista tem o menor índice de ocupação de veículos no país: 1,2 pessoas por automóvel, ou seja, cada um sozinho (estressado, amedrontado e entediado) no seu próprio carro.

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terça-feira, abril 05, 2005

Tudo sobre rodas

Hoje fica a dica: assista ao filme "Tudo sobre rodas", do carioca Sérgio Bloch.

"O cotidiano de 13 personagens que, puxando, empurrando ou pedalando algum veículo, ganham a vida pelas ruas do Rio de Janeiro".

O filme será exibido no festival "É tudo verdade".
No Rio, dia 08 de abril, às 21h, no CCBB.
Em São Paulo, dia 10 de abril, às 14h, no MIS.
A entrada é gratuita e o filme é fantástico.
Aproveite porque coisa boa assim geralmente não sai em DVD nem passa no Cinemark.

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segunda-feira, abril 04, 2005

Ação contra os carros no centro



Cansados de esperar por alguma atitude oficial, um grupo de cidadãos paulistanos resolveu botar a mão na massa no último domingo (03/04).

Em uma ação bem-humorada, os veículos estacionados nas áreas exclusivas para pedestres foram "multados" pela infração (confira a multa abaixo).

Há muito tempo os calçadões do centro da cidade vem sendo ocupados com o estacionamento ilegal de automóveis, principalmente aos domingos.

A atual administração, além de manter a política de "vistas grossas", vem manifestando o desejo de abrir algumas dessas áreas para a circulação de veículos. (veja mais informações na seção cidade do arquivo)



Esta foi a "multa" aplicada. Clique na imagem para ampliar.



Calçadão da rua XV de novembro, em frente ao prédio da CET.



Praça do Patriarca



Às 14h45 resolvemos ligar para o 156 (telefone de denúncias da CET). Informamos que dezenas de carros estavam estacionados na praça do Patriarca. A atendente, muito simpática e prestativa, informou que a denúncia seria atendida com urgência.

Esperamos no local por exatos 45 minutos e nada, ninguém apareceu.

Como o sol estava quente e o domingo ainda na metade, resolvemos tomar uma água de coco.

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domingo, abril 03, 2005

Se assim quiser

Vai chegar um dia que o homem perceberá que criou as máquinas e toda essa parafernália tecnológica para que ele (homem) possa trabalhar cada vez menos. Nesse tempo, certamente o meio de transporte não será o automóvel. Utopia ainda distante na cidade dos "carros gaseados a prestação (Tom Zé, "São, São Paulo", A grande liquidação)"...

Se assim quiser
(Arnaldo Antunes - Saiba - 2004)

Acabou a hora do trabalho
começou o tempo do lazer
Você vai ganhar o seu salário
pra fazer o que quiser fazer

O que você gosta e gostaria
de estar fazendo noite e dia
Ler, andar, ir ao cinema, brincar com seu neném,
e até mesmo trabalhar também

Quando quiser, se assim quiser
Se assim quiser, como quiser
Como quiser, quando quiser

Ir de bicicleta ao mercado
Escolher um peixe pro jantar
Encontrar a namorada ou o namorado
Escolher alguém pra visitar

Quando quiser, se assim quiser
Se assim quiser, como quiser
Como quiser, quando quiser

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sexta-feira, abril 01, 2005

Primeiro de abril

Ao contrário do que vem sendo divulgado pela imprensa, o prefeito José Serra afirmou no dia de hoje que o número de calçadões no centro será ampliado (e não reduzido). As novas áreas ganharão bancos, jardins, banheiros públicos e estacionamentos para bicicletas. A cidade ganhará ainda novas praças e parques, além de uma campanha permanente de desestímulo ao uso do automóvel.

As novidades municipais também incluem o aumento significativo do subsídio ao transporte público, a troca de 100% da frota de ônibus por veículos movidos a gás e a instalação de paraciclos em todos os terminais de ônibus. O prefeito também afirmou que a CET passará a autuar veículos estacionados sobre a calçada, em cima de faixas de pedestres, aqueles que não dão seta ao fazer conversões ou ameaçam pedestres e ciclistas, incluindo os que circulam nos bairros nobres.

As principais avenidas, incluindo as marginais Tietê e Pinheiros, ganharão ciclovias ou ciclofaixas. A partir de segunda-feira, todos os prédios públicos serão equipados com paraciclos e o comércio receberá incentivos para implantar estacionamentos para bicicletas. As máfias de guardadores de carro e valet-park também serão extintas com rapidez.

Os carros de polícia serão proibidos de estacionar em cima das calçadas e os veículos oficiais passarão a ser rigorosamente punidos quando cometem infrações de trânsito. Os veículos utilitários (SUVs), como Cherokee, Pajero e "Eco-sport", soferão aumento do IPVA, por ocuparem muito mais espaço que os convencionais.

Integração com o metrô
A integração do sistema de ônibus com o metrô, prometida em campanha, passa a vigorar a partir de hoje. O usuário pagará apenas uma passagem (que será reduzida para R$1,00) e terá direito a realizar o número de viagens necessárias durante o dia inteiro. O passe livre para estudantes de escolas públicas também foi autorizado pelo prefeito e passa a vigorar na segunda. Também serão vendidos bilhetes semanais e mensais (com desconto), a exemplo de países como a Inglaterra e a França.

Já o governo estadual irá tirar do papel a inspeção veicular contra a poluição, punindo com rigor aqueles que não mantém seus veículos regulados e equipados com catalisadores.

Alckimin afirmou que não irá esperar o período eleitoral para inaugurar a linha 4 do metrô e disse que novas linhas serão construídas em caráter de urgência. A frota de trens (incluindo os da zona leste) será rapidamente substituída e o tempo de espera será significativamente reduzido. O governador também iniciou uma limpeza administrativa no Detran, órgão mais corrupto da esfera estadual. As empresas de recursos de multa estão proibidas de funcionar a partir de hoje.

Volta dos trens
O presidente Lula afirmou no dia de hoje que irá transformar em caráter de urgência o sistema transporte no país. Acabará imediatamente com a máfia dos ônibus interestaduais. Também ressucitará e ampliará o transporte ferroviário de passageiros, extinto com a chegada das montadoras de automóveis nas décadas de 50 e 60. O presidente acabará com a notória corrupção na Polícia Rodoviária Federal.

Lula também afirmou que irá acabar com os a mamata das fábricas de automóveis, que deixarão de receber os monumentais incentivos fiscais que nenhum outro setor tem no país. Disse ainda que irá transferir estes recursos para o setor de transporte público, que hoje não recebe nenhuma ajuda governamental.

O presidente também revogou a lei que permite a circulação de carros com vidro fumê. Lula apresentou ainda um decreto que permite a todo cidadão destruir ou atear fogo em veículos com alarme disparado por mais de 10 minutos.

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