domingo, setembro 30, 2007

Reflexões de setembro



Depois da Bicicletada do Dia Sem Carro, quando mais de 300 pessoas ocuparam as ruas para celebrar alternativas de mobilidade urbana e questionar a primazia do automóvel particular sobre os demais modos de transporte, os participantes da massa crítica paulistana acharam que era importante iniciar uma série de reflexões sobre a iniciativa civil que acontece desde 2002 em São Paulo.



A tradicional concentração lúdico-educativa na Praça do Ciclista teve muita conversa. Relações com a mídia, com o poder público, com a polícia, segurança e postura dos participantes durante as atividades e uma longa discussão sobre "o que é a Bicicletada".

Foi apenas um começo de conversa, que deve continuar a acontecer na lista de discussão por e-mail e nos encontros mensais. A Bicicletada é uma iniciativa horizontal, sem líderes ou organização formal, um movimento caracterizado pelo encontro de indivíduos diferentes em um determinado tempo e espaço.



Se o Dia Sem Carro trouxe a alegria de ver que existe muita gente disposta a agir pela humanização das cidades, também trouxe a alguns dos participantes um pouco de medo: como manter os princípios de auto-organização e, ao mesmo tempo, lidar com "ameaças" externas e internas inerentes a qualquer iniciativa que tenha muita gente?

As experiências internacionais mostram que a massa crítica (e não só ela) está sujeita a uma série de "intempéries" que muitas vezes são difícieis de equacionar: cooptação por políticos, participantes agressivos durante as pedaladas, ataques da mídia de massa, disputas de ego, reações violentas de motoristas, agressões policiais e judiciais, apropriação comercial das iniciativas, desrespeito dos participantes aos usuários de outros meios de transporte....



A convivência entre os seres humanos não é fácil. Resistir ao poder do automóvel e de suas indústrias associadas (petróleo, publicidade, biocombustíveis, pneus, asfalto, montadoras e órgãos de trânsito) segue caminhos ainda mais tortuosos. Respeitar a pluralidade de opiniões e ações também é complicado para boa parte dos seres humanos. Mas os exercícios de democracia que envolvam a participação direta das pessoas são imprescindíveis para qualquer sociedade, não importando para que lado sopre o vento.



Depois da conversa, cerca de 50 pessoas pedalaram pelas ruas de São Paulo, panfletaram e celebraram a construção de cidades humanas.



A Bicicletada terminou na Praça do Ciclista, com uma "Pizza delivery" e mais conversa.



Já passava das 11 horas da noite e o trânsito de automóveis ainda era infernal na avenida Paulista. Que a massa silenciosa dos pedais a girar continue nas ruas!



[vídeo]

Fotos boas nos álbuns abaixo:

[contraponto e fuga]

[pedalante]

[luddista]

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sexta-feira, setembro 28, 2007

Dia Mundial Sem Carro - clipping


(foto: Bike Lane Diary)

Mais de 1500 cidades ao redor do planeta realizaram atividades e reflexões sobre o uso de automóveis no último sábado (22).

Confira abaixo uma seleção de matérias e notícias sobre o Dia Mundial Sem Carro.

Tem algum link não listado? Mande por e-mail que a gente publica aqui.


Brasil:

[São Paulo - relatos, fotos e vídeos]

[Belo Horizonte - fotos]

[Belo Horizonte - fotos]

[Belo Horizonte - Vaga Verde]

[Rio de Janeiro]

[Rio de Janeiro - vídeo]

[Rio de Janeiro - Vaga Viva]

[Blumenau - vídeo]

[Salvador]

[Brasília]

[Cosmo Online - Desafio Intermodal SP]

[SP - Pra lá e pra cá - "Os pontos 'autos' do Dia Sem Carro"]

[SP - Desafio Intermoda - CicloBR]

[SP - CAB na Virada Esportiva]


Mundo:

[Toronto, Canadá - fotos]

[Toronto, Canadá - "Carfree Dance" - vídeo]

[Bruxelas, Bélgica - fotos]

[Bruxelas, Bélgica - vídeo]

[Nova Iorque - Park(ing) Day - vídeo]

[Nova Iorque - Park(ing) Day - fotos]

[San Luis de Potosi, Méxio - fotos]

[Lisboa - vídeo e relato]

[Munique, Alemanha - fotos]

[Munique, Alemanha - vídeo]

[Munique, Alemanha - vídeo]

[Szeged, Hungria - vídeo]

[Bangkok, Tailândia - vídeo 1]

[Bangkok, Tailândia - vídeo 2]

[Portland, EUA - fotos]


Brasil - mídia corporativa:

[OESP - "Dia Sem Carro não reduz trânsito"]

[iG - "Prefeito adere a ônibus e metrô (...)"]

[G1 - Cidades Brasileiras Participam do Dia Sem Carro]

[SPTV - SP teve congestionamento no Dia Sem Carro]

[FSP - "Carro virou extensão do corpo"]

[G1 - "'Pichadores conscientes' ajudam a divulgar DSC]

[iG - desafio intermodal SP]

[Bom Dia Brasil - "Movimento dos 'sem carro' tenta mudar a rotina estressante do trânsito em SP"]

[GloboNews - Cidades e Soluções]

[Planeta Sustentável - "Foi mesmo um dia sem carro?"]


Mídia corporativa (conteúdo fechado):

[UOL News - "Ciclistas e pedestres contam como é viver sem carro"]

[UOL News - Oded Grajew: SP precisa de transporte público de qualidade]

[UOL News - "Após 10 anos, rodízio de veículos satura (...)"]

[UOL News - "Poluição dos carros mancha apelido de 'cidade maravilhosa'"]

[Revista da Folha - cicloativismo]

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quinta-feira, setembro 27, 2007

Ciclofaixa é crime ambiental em Curitiba


(fotos: Antonio Neto, Ulrich Jäger, L Peters, João Carlos)

No Dia Sem Carro de Curitiba (PR), cerca de 50 pessoas (e duas fadas) participaram da Bicicletada local, a única atividade da jornada internacional de reflexão sobre o uso dos carros que aconteceu na cidade em 22 de setembro.



Além da pedalada para humanizar o trânsito, da panfletagem e das alegorias, os participantes da Bicicletada decidiram mostrar que a construção de estruturas cicloviárias não requer muito esforço nem dinheiro.



Com duas latas de tinta, alguns pincéis e um pouco de vontade, é possível construir uma estrutura prevista no Código de Trânsito Brasileiro: uma ciclofaixa.

A pintura do solo que reserva um espaço preferncial (não exclusivo) aos ciclistas nada mais é do que um lembrete aos motoristas para que preservem a vida.



A atividade, que foi precedida de um convite à comunidade, transcorreu de forma pacífica e alegre, exceto pelo comportamento de alguns portadores de armas (motorizadas ou não).



Ciclofaixa pintada, três carros da Guarda Civil se aproximam do local procurando "o líder". Os agentes da lei (alguns sem identificação) acabaram levando todos os participantes para a Delegacia do Meio Ambiente, alegando que os ciclistas estavam cometendo "crime ambiental" (!!!).



Como diz um dos relatos publicados sobre a Bicicletada de Curitiba, "espero que o final desta história seja feliz, com conscientização do poder público e da sociedade sobre a necessidade da democratização do trânsito para ciclistas, e aprofundamento do respeito verdadeiro ao meio ambiente".



[relato no CMI]

[relato no pedaleiro]

[fotos Antonio Neto]

[fotos L Peters]

[pedido às autoridades curitibanas]

[carta ao Prefeito de Curitiba]

[abaixo-assinado por uma cidade mais tranqüila e saudável]

[vídeo: massa crítica na Rui Barbosa]

[vídeo: homenagem à jardinagem libertária]

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Tentativa de assassinato



Ao transformar as calçadas em abientes esburacados, cheios de degraus de acesso a garagens, sem rampas de acesso nas esquinas, com larga tolerância ao estacionamento que "só" atrapalha pedestres e com tempos de semáforos desumanos, a sociedade paulistana comete um crime contra todos os portadores de mobilidade reduzida.

São duas as penas a que estão sujeitos cadeirantes, idosos e pedestres em geral: o confinamento em suas residências ou "acidentes" graves nos seus deslocamentos cotidianos.

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quarta-feira, setembro 26, 2007

O SESC Pompéia também tem bicicletário


(fotos: Toni / pedalante)

Desde o último sábado (22 de setembro, Dia Sem Carro), o Sesc Pompéia passou a integrar a lista de estabelecimentos paulistanos que recebem bem os usuários de bicicleta.

Depois de duas bicicletadas da Lapa (janeiro e setembro) que cobraram o estímulo ao uso de bicicletas, o centro cultural, artístico e esportivo finalmente instalou um local adequado para o estacionamento de 25 magrelas.

O bicicletário fica em frente ao deck da piscina e funciona todos os dias até as 22h.

[mais: pedalante]

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Vaga Viva 2007



Espaço público ocupado por propriedades privadas.



Espaço público para uso de todos.

Na última sexta-feira (21), véspera do Dia Mundial Sem Carro, a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente promoveu mais uma Vaga Viva em São Paulo.

A retomada temporária do espaço público para uso humano, que contou com o apoio do Instituto Akatu, do Conjunto Nacional, do Movimento Nossa São Paulo e de diversos indivíduos, aconteceu na rua Padre João Manuel, esquina com a avenida Paulista.

A iniciativa, que já havia acontecido no ano passado durante o Dia Sem Carro, segue a proposta mundial do Park(ing) Day, que este ano aconteceu em 48 cidades ao redor do planeta.


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terça-feira, setembro 25, 2007

A máquina de repetir desinformação


(reprodução: manchetes de dois grandes jornais paulistanos)

Apesar da enxurrada de matérias na semana que antecedeu o Dia Sem Caro (algumas muito mal feitas, outras nem tanto), a grande (?) mídia ignorou solenemente os acontecimentos em 22 de setembro, restringindo-se a repetir manchetes, textos e fotos de boicote à reflexão do ano anterior.

O que significa a foto de um político andando de ônibus? "Um político fazendo demagogia", responderia qualquer brasileiro, ciente que nenhum de seus representantes usa transporte coletivo.

E a culpa não é do político, que estava apenas cumprindo o seu papel, mas da máquina de repetir desinformação, que prefere a foto do político no ônibus do que a imagem de bicicletas, pedestres ou cadeirantes desfilando nas ruas.

Não à toa: imagens de "pessoas comuns" resgatando o espaço público podem estimular a "subversão". Imagine se as pessoas começam a perceber que o carro, além de poluir, ocupa espaço público e degrada a cidade? Imagine se as pessoas percebem que as ruas com mais bicicletas são muito mais bonitas e silenciosas do que aquelas entupidas de carros? Perigoso, muito perigoso...



"O Dia Sem Carro fracassou, o transporte coletivo é ruim e andar de bicicleta é perigoso", esta foi a mensgem nada subliminar passada pelos veículos da mídia corporativa pós 22 de setembro, com algumas pequenas brechas aqui e acolá para um ou outro texto de melhor qualidade.

Não é por acaso que mídia está em crise. A realidade supera os releases preparados por assessorias de imprensa e disfarçados de notícia por redatores apressados.

As milhares (milhões?) de pessoas que estavam na avenida Paulista, no Minhocão ou em qualquer outro local onde aconteceram atividades no Dia Sem Carro sabem que a realidade das ruas é bem diferente daquela retratada pela mídia.


Caderno publicitário de 8 páginas encartado em um dos jornais dia 22.
Caderno publicitário de 8 páginas encartado no outro jornal dia 23.
Silêncio na imprensa, estímulo ao poder e à agressividade das máquinas.

Por mais que o bombardeio de desinformação e publicidade automotiva seja constante e avassalador, existe uma massa crítica cada vez maior de pessoas dispostas a construir a realidade intervindo diretamente na realidade, sem se preocupar muito com o que o mundo da fantasia bélica segue vendendo.

Duvida? Procure no Youtube os vídeos do Dia Sem Carro e veja se você encontra alguma imagem do Prefeito andando de ônibus...

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Andre Gorz: fev.1923 - 24.set.2007


(reprodução: CarBusters)

"O que tem de pior nos carros é serem como castelos ou mansões à beira do mar: bens luxuosos inventados para o prazer exclusivo de uma minoria muito rica, os quais em concepção e natureza nunca foram direcionados para o povo. Ao contrário do aspirador de pó, do rádio, ou da bicicleta, que retêm seu valor de uso quando todos possuem um, o carro, como uma mansão à beira do mar, é somente desejável e útil a partir do momento que as massas não têm um. Por isso, tanto em concepção quanto na sua finalidade original o carro é um bem de luxo. E a essência do luxo é a de que ele não pode ser democratizado. Se todos puderem ter o luxo, ninguém obtém as vantagens dele. Do contrário, todos logram, enganam e frustram os demais, e é logrado, enganado e frustrado por sua vez. "

Primeiro parágrafo de "A ideologia social do carro a motor", texto do filósofo austríaco Andre Gorz, morto ontem, em Vosnon (França).

"A ideologia social do carro a motor" é um dos textos contidos na coletânea "Apocalipse Motorizado", livro organizado por Ned Ludd que segue como referência em língua portuguesa para a luta contra as bolhas segregacionistas que roubam espaço público.

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A Praça do Ciclista tem bicicletário? Tem sim senhor!


(fotos: Mário Sergio / SVMA)

Na última sexta-feira (21), véspera do Dia Mundial Sem Carro, a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente instalou os seis primeiros paraciclos em uma rua da cidade (os que já haviam sido instalados estavam em parques ou repartições públicas).

O local escolhido não poderia ser melhor: a Praça do Ciclista, ponto de encontro mensal da Bicicletada paulistana, no finalzinho da congestionada avenida Paulista (quase na Consolação).

Os paraciclos da Praça do Ciclista permitem ao usuário de bicicletas a integração com o transporte coletivo e o acesso a diversos pontos culturais da cidade.

Tomara que a iniciativa seja replicada exponencialmente pelos administradores públicos e pela iniciativa privada.

No site Bentivi existe uma cartilha bem bacana para ajudar os comerciantes na instalação dos paraciclos. E no site da prefeitura você encontra a cartilha do programa Passeio Livre, com a legislação municipal referente às calçadas (para que o estacionamento de bicicletas não atrapalhe a circulação de pedestres).



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segunda-feira, setembro 24, 2007

Dia Sem Carro 2007 em São Paulo - o que a grande (?) mídia não mostrou


("Take me to your leader" - fotos/pictures: gira)

Cerca de trezentas pessoas lideradas pelo espírito de alegria e resgate do espaço público participaram da Bicicletada do Dia Sem Carro no último sábado (22).

Usuários de bicicleta, patins, skate e patinetes ocuparam a Avenida Paulista para celebrar as cidades humanas e a convivência entre as pessoas.

About 300 people leaded by the spirit of happiness and the desire of reclaiming the streets joined Carfree Day Critical Mass last saturday.

Bicycles, skates, toy scooters and rollerskates ocuupied one of the main streets in Sao Paulo to celebrate human spaces and the the habit of living togheter.



As atividades na Praça do Ciclista começaram de manhã, com um mutirão de limpeza do espaço e prática meditação.

The day started with a cleaning "task force" at Bicyclist's Square and zazen meditation.





Vozes múltiplas têm espaço na Massa Crítica. São muitas as reivindicações de quem usa transporte a propulsão humana em São Paulo. Todos têm poder e cada um tem muito o que dizer.

A Bicicletada é um espaço horizontal, sem líderes, sem heróis nem fronteiras. Um exercício de democracia que acontece no espaço público das cidades.

Multiple voices has space in Critical Mass. Who uses human powered vehicles has many demands. Everyone has the power, each of us has many to say.

Critical Mass is an horizontal movement, without leaders, heroes or borders. A direct democracy experience that happens on public spaces.













Atividades lúdico-educativas.

Fun and education.





Praça do Ciclista: a única parada de ônibus em São Paulo que traz informações fundamentais aos usuários de transporte coletivo.

No lugar da propaganda, itinerários completos de todas as linhas que passam pelo local.

Bicyclis't Square: the only bus stop in Sao Paulo that has usefull information for those who use public transportation.

Instead of propaganda, complete itineraries of all the buses that stop there.



Compartilhando a comida.

Sharing food.



Compartilhando o espaço.

Sharing space.



No Dia Sem Carro, quem deveria dar segurança, acabou atrapalhando e criando tensão. Fechando o corredor de ônibus e com policiais sem identificação, a PM com suas motos e carros tentou "organizar" a massa.

Desde o começo, a faixa de ônibus foi deixada livre. Aos poucos, uma pista foi destinada aos 30% da população que possui automóvel. Se cada uma das 300 pessoas presentes estivesse dentro de um carro, o congestionamento seria bem pior.

At Carfree Day, the ones who're supposed to serve and protect are the ones who brought tension and mess. Police cars and motorcyles interrupted the bus lane and some cops without ID tags tried to "organize" the mass.

Since the begining of the ride, the bus lane was left free by the mass. As the ride goes on, other lane was left free for the minority (30%) of the population who choose to use automobiles. If each of the 300 people on the ride were in a car the congestion will be much worst.



Ocupando duas pistas da Paulista.

Uma faixa livre para os ônibus, uma faixa livre para os carros.

Occuping one two lanes on Paulista Avenue.

One was free for the buses, the other for the cars.



Várias idades, vários veículos.

All ages, all vehicles.





A massa passa!

The mass goes on!





Carro ocupa espaço.

Cars steal space.





Respeito ao pedestre.

Respecting pedestrians.





"You own a car, not the road"





Liberdade é não estar preso a um carro.

Freedom.





De volta à Praça do Ciclista para continuar a festa. Depois da massa crítica, confraternização, exibição de vídeos e música na rua.

Enquanto isso, no andar debaixo, barulho, poluição e solidão na cidade do automóvel.

Back to Bicyclist's Square to keep the party on. After the ride, videos, talk and music on the streets.

Meanwhile, one floor down, noise, pollution and loneliness on Automobile City.


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