(foto: flickr do bikeportland.org)
O apocalipse motorizado está em novo endereço:
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Nesta segunda-feira chegou a notícia: o que é bom, dura pouco. A administração da cidade resolveu gastar dinheiro apagando as ciclofaixas pintadas pelos participantes da Bicicletada de Curitiba durante o Dia Sem Carro deste ano. Deve estar sobrando dinheiro e estruturas cicloviárias na capital paranaense...
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"Os carros podem fazer nenhum bem ao meio-ambiente, a não ser destruí-lo menos do que os outros."
"Não existem carros 'verdes', 'amigos do ambiente' ou 'limpos'"
As frases são de Bente Oeverli, executiva do órgão de regulação publicitária da Noruega.
Ao contrário do Brasil, onde a sociedade é excluída da participação no conteúdo da mídia, a regulação publicitária na Noruega é feita por um órgão estatal, que recomendou aos fabricantes de automóveis que não utilizem mais frases mentirosas associando suas máquinas à preservação do planeta.
Mas bom mesmo é o Brasil, que tem a melhor publicidade e as melhores telenovelas do mundo...
"Não existem carros 'verdes', 'amigos do ambiente' ou 'limpos'"
As frases são de Bente Oeverli, executiva do órgão de regulação publicitária da Noruega.
Ao contrário do Brasil, onde a sociedade é excluída da participação no conteúdo da mídia, a regulação publicitária na Noruega é feita por um órgão estatal, que recomendou aos fabricantes de automóveis que não utilizem mais frases mentirosas associando suas máquinas à preservação do planeta.
Mas bom mesmo é o Brasil, que tem a melhor publicidade e as melhores telenovelas do mundo...
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Toda quarta-feira vou até o bairro de Taipas para dar aulas de "blogs, internet e jornalismo".
Levava duas horas para ir e duas para voltar, tomando dois ônibus.
Com a instalação do bicicletário do Sesc Pompéia depois de duas Bicicletadas da Lapa, resolvi fazer uma parte do caminho de bicicleta. Vou da Paulista até o Sesc, deixo a bicicleta e de lá pego um ônibus direto.
Meia hora a menos de percurso, muito mais saúde e diversão, mostrando o potencial da integração entre a bicicleta e o transporte público.
Curiosamente, levava cerca de meia hora para atravessar a avenida Paulista no primeiro ônibus. Este era o único trecho do meu caminho pelo centro expandido que não possui corredor exclusivo de ônibus. Carro atrapalha o trânsito.
Levava duas horas para ir e duas para voltar, tomando dois ônibus.
Com a instalação do bicicletário do Sesc Pompéia depois de duas Bicicletadas da Lapa, resolvi fazer uma parte do caminho de bicicleta. Vou da Paulista até o Sesc, deixo a bicicleta e de lá pego um ônibus direto.
Meia hora a menos de percurso, muito mais saúde e diversão, mostrando o potencial da integração entre a bicicleta e o transporte público.
Curiosamente, levava cerca de meia hora para atravessar a avenida Paulista no primeiro ônibus. Este era o único trecho do meu caminho pelo centro expandido que não possui corredor exclusivo de ônibus. Carro atrapalha o trânsito.
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Para quem não leu o comentário do Kieling na postaegm anterior, segue o anúncio indicado por ele e comentado pelo jornalista Poti Campos.
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Em pouco mais de um mês, usuários de bicicletas e artistas paulistanos já pintaram cerca de 30 quilômetros de ciclofaixas nas ruas da cidade.
A iniciativa dos cidadãos fez com que a CET-SP aplicasse a primeira multa de seus 31 anos de história para um motorista que desrespeitou ciclistas na capital. No último domingo, o veículo, estacionado em uma das novas ciclofaixas foi autuado na rua São Carlos do Pinhal, como mostra a foto acima.
A sinalização no solo serve para orientar motoristas sobre a presença de bicicletas nas ruas e garantir a preferência dos ciclistas sobre os veículos motorizados, prevista no artigo 58 do Código de Trânsito Brasileiro.
A notícia bem que poderia ser verdadeira, mas o motorista infrator estava, na verdade, atrapalhando o trânsito motorizado. Com a interdição de um trecho de uma das pistas da avenida Paulista (por causa da reforma das calçadas), o órgão de trânsito proibiu o estacionamento (antes liberado aos finais de semana) em um dos lados da São Carlos do Pinhal, que serve de "alternativa" à sempre congestionada avenida.
A sinalização no solo serve para orientar motoristas sobre a presença de bicicletas nas ruas e garantir a preferência dos ciclistas sobre os veículos motorizados, prevista no artigo 58 do Código de Trânsito Brasileiro.
A notícia bem que poderia ser verdadeira, mas o motorista infrator estava, na verdade, atrapalhando o trânsito motorizado. Com a interdição de um trecho de uma das pistas da avenida Paulista (por causa da reforma das calçadas), o órgão de trânsito proibiu o estacionamento (antes liberado aos finais de semana) em um dos lados da São Carlos do Pinhal, que serve de "alternativa" à sempre congestionada avenida.
[ciclofaixas em São Paulo: democratizando o espaço]
[ciclofaixas durante a bicicletada de setembro]
[ciclofaixas em curitiba]
[ciclofaixas durante a bicicletada de setembro]
[ciclofaixas em curitiba]
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Desde o começo de setembro, participo de um projeto de oficinas integradas que reúne outros quatro educadores no bairro de Taipas, extremo norte da capital paulista.
No último sábado, as turmas das oficinas de fotografia e "blogue, internet e jornalismo" se reuniram para uma saída fotográfica/jornalística. O material coletado pelos alunos alimentará um blogue que está sendo criado e as discussões nas aulas de fotografia.
Lusival, o cadeirante da foto acima, é um dos alunos, morador do bairro.
No último sábado, as turmas das oficinas de fotografia e "blogue, internet e jornalismo" se reuniram para uma saída fotográfica/jornalística. O material coletado pelos alunos alimentará um blogue que está sendo criado e as discussões nas aulas de fotografia.
Lusival, o cadeirante da foto acima, é um dos alunos, morador do bairro.
Assim como os demais cadeirantes da cidade, Lusival teve o seu direito de ir e vir tolhido pela sociedade do automóvel e da corrupção. Postes e outros obstáculos no caminho fazem Lusival preferir andar pelas ruas, já que o asfalto em toda a cidade é sempre melhor do que as calçadas.
Quando as ruas são muito perigosas, Lusival tem que enfrentar buracos, calçadas estreitas e outros obstáculos.
Mesmo sem calçadas, Lusival anda sozinho por todo o bairro.
Ele gosta de fotografia.
A periferia de São Paulo é viva. Ao contrário do que pensa a preconceituosa e amedrontada classe média que vive em castelos televigiados no centro expandido, a "quebrada" é um lugar relativamente tranqüilo (nem mais nem menos que o resto da cidade) e, em muitos aspectos, muito mais "europeu" do que as "maisons", "chateaus" e "lofts" de Pinheiros ou da Vila Nova Conceição.
Na "quebrada", assim como na Europa, os prédios são baixos, com quatro ou cinco andares. O convívio entre as pessoas no espaço público é infinitamente maior do que no Morumbi ou em Alphaville. Vizinhos jogam dominó com vizinhos, crianças brincam nas ruas e o encontro entre as pessoas é freqüente.
Na "quebrada", assim como na Europa, os prédios são baixos, com quatro ou cinco andares. O convívio entre as pessoas no espaço público é infinitamente maior do que no Morumbi ou em Alphaville. Vizinhos jogam dominó com vizinhos, crianças brincam nas ruas e o encontro entre as pessoas é freqüente.
Problemas, é claro, não faltam. Inclusão social significa acabar com esta cena. Significa construir moradias decentes, resolver de uma vez o problema do saneamento básico e proporcionar oportunidades para todos, inclusive de mobilidade urbana.
Racismo, corrupção, resquícios da escravidão, má distribuição de renda, mesquinharia, ausência do poder público, planejamento urbano voltado a interesses especulativos e violência estatal são algumas das raízes do problema. O assalto cometido contra motoristas de carros importados nos semáforos das regiões nobres é apenas uma das conseqüências, certamente a menor.
Racismo, corrupção, resquícios da escravidão, má distribuição de renda, mesquinharia, ausência do poder público, planejamento urbano voltado a interesses especulativos e violência estatal são algumas das raízes do problema. O assalto cometido contra motoristas de carros importados nos semáforos das regiões nobres é apenas uma das conseqüências, certamente a menor.
São Paulo é excludente. O "muro" do transporte separa os cidadãos em duas categorias: os que estão "do lado de cá da ponte" e os que estão do lado de lá.
A construção da Linha 5 (Lilás) do metrô é um exemplo claro do desinteresse público pela inclusão: iniciada antes da nobre Linha 4, a ligação entre o Capão Redondo (zona Sul) e a estação Santa Cruz foi suspensa e sabe-se-lá quando será reiniciada.
A linha da zona Sul tem horário de funcionamento diferenciado e o morador da periferia que quer chegar ao centro tem que dar uma volta absurda ou então enfrentar congestionamentos dentro de ônibus que saem do Largo 13.
Outro exemplo é a diferença de qualidade entre os trens que ligam a Zona Leste ao centro e os que passam pela Marginal Pinheiros, ligando a USP à Berrini.
Morador "do lado de cá da da ponte", eu levo cerca de duas horas para chegar em Taipas e duas horas para voltar de lá. R$4,60 para usar quatro ônibus.
A linha da zona Sul tem horário de funcionamento diferenciado e o morador da periferia que quer chegar ao centro tem que dar uma volta absurda ou então enfrentar congestionamentos dentro de ônibus que saem do Largo 13.
Outro exemplo é a diferença de qualidade entre os trens que ligam a Zona Leste ao centro e os que passam pela Marginal Pinheiros, ligando a USP à Berrini.
Morador "do lado de cá da da ponte", eu levo cerca de duas horas para chegar em Taipas e duas horas para voltar de lá. R$4,60 para usar quatro ônibus.
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