A Parceria Público Privada para a construção da linha 4 do metrô poderia receber o velho nome de "Caracu". A iniciativa privada entra com a cara e o poder público com o... resto.
Com dinheiro da população o governo está construindo a linha. Com o dinheiro da população, a iniciativa privada irá lucrar para operar os trens e estações (com direito a exploração de publicidade e dos espaços comerciais).
Paulo Henrique Amorim comenta o caso da cratera e da PPP em seu site Conversa Afiada:
OITO MOTIVOS PARA SERRA REVER O CONTRATO DA LINHA 4
Paulo Henrique Amorim
. Primeiro motivo – que concorrência foi essa, em que as quatro maiores empreiteiras do Brasil estão no mesmo negócio? Concorrência? (Adam Smith deve estar se estrebuchando no túmulo!)
. Segundo motivo – o sistema que o Governo Alckmin adotou (“turn key”) entrega TUDO às empreiteiras. As autoridades públicas – Metrô, Secretaria de Transportes, Governo do Estado – não dão o menor palpite sobre a obra. Nem a vigiam.
. Terceiro motivo – se der problema, como deu com a cratera, as empreiteiras avisam ou pedem ajuda ao Poder Público se quiserem.
. Quarto motivo – o sistema “turn key” não tem controle externo. Logo, é propício às maiores roubalheiras – SE os empreiteiros forem de má fé, o que não está absolutamente provado no caso da Linha 4.
. Quinto motivo - o sistema “turn key” fixa o preço e, se o empreiteiro entregar a obra antes do tempo, ele ganha mais dinheiro. Logo, SE os empreiteiros forem de má fé – o que não está provado -, podem querer acelerar a obra, em prejuízo da segurança.
. Sexto motivo – a construção da Linha 4 teve 11 acidentes em dois anos de trabalho. 11 acidentes!!! E ninguém foi processado.
. Sétimo motivo – o sistema de “turn key” que o Governador Alckmin adotou foi induzido pelos bancos estrangeiros financiadores. Ou seja, foi mais um capítulo da doutrina da privatização que o Presidente Fernando Henrique adotou e da qual Alckmin se tornou o mais fiel executor em São Paulo (embora o tivesse negado três vezes durante a campanha presidencial). O Governo Serra quer ficar - como FHC - na mão dos banqueiros internacionais? Ou pretende ter o direito de entrar no túnel das obras para ver se há vazamento – como há na estação Faria Lima, ali perto da cratera?
. Oitavo motivo – a explicação que os empreiteiros deram é uma afronta à opinião pública e ao Poder Público: dizer que a culpa é da chuva. Qualquer estudante medíocre da cadeira de Cálculo (e o governador José Serra estudou engenharia) sabe que os empreiteiros cometeram um erro elementar ao calcular todas as possibilidades, antes de planejar a proteção do túnel e das paredes do túnel. Se as empreiteiras são capazes dessa inaceitável falta de transparência serão capazes de muitas outras, em detrimento do cidadão e do Poder Público que concedeu a elas o direito de fazer a obra.
. Ou o Governador Serra acredita que a culpa é da chuva? Precisa esperar o IPT para saber?
Com dinheiro da população o governo está construindo a linha. Com o dinheiro da população, a iniciativa privada irá lucrar para operar os trens e estações (com direito a exploração de publicidade e dos espaços comerciais).
Paulo Henrique Amorim comenta o caso da cratera e da PPP em seu site Conversa Afiada:
OITO MOTIVOS PARA SERRA REVER O CONTRATO DA LINHA 4
Paulo Henrique Amorim
. Primeiro motivo – que concorrência foi essa, em que as quatro maiores empreiteiras do Brasil estão no mesmo negócio? Concorrência? (Adam Smith deve estar se estrebuchando no túmulo!)
. Segundo motivo – o sistema que o Governo Alckmin adotou (“turn key”) entrega TUDO às empreiteiras. As autoridades públicas – Metrô, Secretaria de Transportes, Governo do Estado – não dão o menor palpite sobre a obra. Nem a vigiam.
. Terceiro motivo – se der problema, como deu com a cratera, as empreiteiras avisam ou pedem ajuda ao Poder Público se quiserem.
. Quarto motivo – o sistema “turn key” não tem controle externo. Logo, é propício às maiores roubalheiras – SE os empreiteiros forem de má fé, o que não está absolutamente provado no caso da Linha 4.
. Quinto motivo - o sistema “turn key” fixa o preço e, se o empreiteiro entregar a obra antes do tempo, ele ganha mais dinheiro. Logo, SE os empreiteiros forem de má fé – o que não está provado -, podem querer acelerar a obra, em prejuízo da segurança.
. Sexto motivo – a construção da Linha 4 teve 11 acidentes em dois anos de trabalho. 11 acidentes!!! E ninguém foi processado.
. Sétimo motivo – o sistema de “turn key” que o Governador Alckmin adotou foi induzido pelos bancos estrangeiros financiadores. Ou seja, foi mais um capítulo da doutrina da privatização que o Presidente Fernando Henrique adotou e da qual Alckmin se tornou o mais fiel executor em São Paulo (embora o tivesse negado três vezes durante a campanha presidencial). O Governo Serra quer ficar - como FHC - na mão dos banqueiros internacionais? Ou pretende ter o direito de entrar no túnel das obras para ver se há vazamento – como há na estação Faria Lima, ali perto da cratera?
. Oitavo motivo – a explicação que os empreiteiros deram é uma afronta à opinião pública e ao Poder Público: dizer que a culpa é da chuva. Qualquer estudante medíocre da cadeira de Cálculo (e o governador José Serra estudou engenharia) sabe que os empreiteiros cometeram um erro elementar ao calcular todas as possibilidades, antes de planejar a proteção do túnel e das paredes do túnel. Se as empreiteiras são capazes dessa inaceitável falta de transparência serão capazes de muitas outras, em detrimento do cidadão e do Poder Público que concedeu a elas o direito de fazer a obra.
. Ou o Governador Serra acredita que a culpa é da chuva? Precisa esperar o IPT para saber?
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Comments:
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É luddista, e pensar que as maiores empreiteiras do Brasil (e logo os melhores engenheiros), estão envolvidas no fato, e têm a coragem de culpar a "natureza" ou a "chuva", que não cai com intensidade a pelo menos cinco dias antes do acidente!!
Alias, os engenheiros do nosso pais vêm ficando com o filme queimado um episódio após outro.
E agora? Será que o Serra vai rever esse contrato, como prometeu em campanha?
Alias, os engenheiros do nosso pais vêm ficando com o filme queimado um episódio após outro.
E agora? Será que o Serra vai rever esse contrato, como prometeu em campanha?
Luddista
Muito bom texto, nos faz pensar sobre como o dinheiro pode corromper.
Traduzi e publiquei no meu blog uma matéira muito interessante sobre o prefeito de Madri, na Espanha e um projeto de ciclovias e transporte por bicicletas. Acho que voce pode se interessar
abraço !
http://pedal-br.blogspot.com/2007/01/prefeito-de-madri-planeja-construir.html
Muito bom texto, nos faz pensar sobre como o dinheiro pode corromper.
Traduzi e publiquei no meu blog uma matéira muito interessante sobre o prefeito de Madri, na Espanha e um projeto de ciclovias e transporte por bicicletas. Acho que voce pode se interessar
abraço !
http://pedal-br.blogspot.com/2007/01/prefeito-de-madri-planeja-construir.html
Bem, sei q vc é jornalista. Mas o Paulo Henrique Amorim, independente do que tenha dito, é mais um conversa-fiada. Os jornalistas dos principais veículos de informação do país não têm coragem nenhuma de dizer o q pensam; quando dizem alguma coisa verdadeira e q possivelmente pode prejudicar a imagem de "alguém muito importante" é porque foram AUTORIZADOS pelos seus respectivos "patrões". E isso tudo acontece, simplesmente porque somos um povo "bundão", um povo que acredita que existe gente honesta em política; um povo que acredita que a ÚNICA coisa que tem q fazer para resolver os problemas é depositar seu voto na urna. Não sabem que depositar seu voto na urna é apenas o primeiro passo, e que durante todo o tempo devem se mobilizar e organizar socialmente para FISCALIZAR,PROCESSAR, E BOTAR NA CADEIA, casos seus representantes não cumpram com a lei ou não respeitem a vontade e as expectativas da população. Mas, infelizmente, vivemos no mundo do "murici", cada um por si.
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