segunda-feira, outubro 31, 2005

Bate-papo: transporte alternativo e mobilidade urbana



Peço desculpas pelo aviso em cima da hora, mas vai rolar amanhã (terça-feira, 01) um bate-papo sobre transporte alternativo e mobilidade urbana na USP (prédio da História). O encontro acontece às 17h30 e terá participação de integranets da Bicicletada, do Movimento Passe-Livre e da Coopbike (a cooperativa de bicicletas de São Paulo). Apareça!

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Sociedade do Automóvel em apenas 64MB


arte: Gustavo Aguillar (Mastan)

Os colegas da Transporte Ativo disponibilizaram uma versão "light" do vídeo Sociedade do Automóvel. São apenas 63MB, em formato WMV (necessário windows media player). Se quiser assistir ao vídeo em streaming, clique aqui. Se preferir baixá-lo para o seu computador, clique com o botão da direita aqui e selecione "salvar destino como".

No site do vídeo, você também pode baixar a versão em avi, com maior qualidade (arquivo de 245MB) ou então solicitar um DVD.

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sexta-feira, outubro 28, 2005

Bicicletada de outubro - adiada

Em virtude da chuva, a Bicicletada de hoje foi adiada para sexta-feira que vem.

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quinta-feira, outubro 27, 2005

Bicicletada de outubro - sexta (28)


(arte: pedalero, sobre obra de Singer)

"1 veículo, 1 pessoa": esse é o número que impera no trânsito paulistano. Cada motorista na sua cela móvel, ocupando cerca de 15 metros quadrados de espaço público, poluindo o ar, fazendo barulho e imobilizando a cidade.

Apenas 30% da população paulistana tem carro. A taxa de ocupação destes veículos é de 1,2 pessoas/automóvel. Boa parte dos deslocamentos feitos de carro poderiam ser feitos através do transporte público ou até das bicicletas, deixando as ruas livres para quem realmente precisa usar o carro e melhorando a vida de todos, inclusive de quem fica estressado no trânsito.

"1 veículo, 1 pessoa": a bicicleta não polui o ar, não congestiona o trânsito e ainda humaniza a cidade. A bicicleta ocupa pelo menos 1/5 do espaço de um automóvel e provoca sensação de bem estar àqueles que a utilizam. A bicicleta é um veículo como outro qualquer e deve transitar com segurança e tranquilidade.

Por estas razões estaremos mais uma vez nas ruas na próxima sexta-feira (28), às 18h, com encontro marcado no finalzinho da Paulista (quase na Consolação). É a Bicicletada: sem carro, nas ruas! Pelo fim da imobilidade na cidade, pela convivência entre os seres humanos, pelo resgate do espaço público e pelos direitos de quem utiliza meio de transporte não-motorizado.

Veja o que aconteceu na última Bicicletada ou assista a um vídeo feito no Dia Mundial Sem Carro.

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quarta-feira, outubro 26, 2005

Aqui ja$ a vida


(clique nas imagens para ampliá-las)

Mais uma vez o dinheiro venceu o bom senso. Em nome dos interesses de comerciantes e especuladores do centro, os históricos calçadões começaram a ser fechados para os seres humanos não motorizados.

A foto acima é da rua 24 de maio, a primeira vítima. Abrir os calçadões para o fluxo de veículos foi a idéia mais estúpida desde a construção do Minhocão (a via expressa construída por Paulo Maluf, que jogou a pá de cal no centro na década de 70).

O argumento oficial é que a área central precisa ser "requalificada" e que o fluxo de veículos irá trazer a classe média de volta ao centro. É fato que boa parte da classe média paulistana não abandona seus carros e morre de medo de andar nas ruas (apesar de já terem sido assaltados diversas vezes dentro de seus automóveis). Também é fato que o comércio e a classe média são atores fundamentais em qualquer espaço urbano e não podem ser desprezados.

No entanto, existe uma boa parcela desta mesma classe média que estaria disposta a um passeio de metrô ou ônibus se estes meios de transporte fossem valorizados e estimulados pelo poder público. Outros optariam por bicicletas ou pelas próprias pernas. Alguns argumentam que os calçadões foram tomados pelos camelôs e que a idéia utópica de um espaço livre para o passeio foi por água abaixo com o caos provocado pelos ambulantes.

A estupidez consiste em tentar solucionar um problema urbano com a criação de outro. É fato que os camelôs se espalharam de forma desorganizada, criando um grande entrave ao "desenvolvimento" de diversas regiões.

Mesmo se deixarmos de lado as razões sociais e econômicas que levam ao comércio informal, a "solução" para o "problema urbanístico" dos camelôs não passa pela abertura de novas vias, mas sim pela erradicação da corrupção de fiscais e guardas municipais e pela organização do espaço público para atender aos iteresses da maioria.

No mundo inteiro acontece a criação áreas livres de carros. O automóvel particular como forma prioritária de transporte ocupa muito espaço e recursos da cidade, degrada o patrimônio, traz barulho e poluição e gera a situação de caos e imobilidade que é marca de São Paulo neste começo de século.

Vale lembrar ainda que apenas 30% da população paulistana possui automóvel. Ou seja, o fim dos calçadões é uma medida que atende os interesses da minoria absoluta da população. Também é mais uma atitude que reforça o caráter higienista desta administração: em vez de garantir segurança, informação e estrutura para estimular a classe média a utilizar o farto transporte público que abastece o centro, a prefeitura preferiu expulsar os pobres para que as carruagens blindadas circulem livremente pela região.



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segunda-feira, outubro 24, 2005

O preço do trabalho no Brasil


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Recentemente o prefeito José Serra proibiu a colocação de cavaletes de propaganda nas esquinas. As peças publicitárias que indicavam aos motoristas a direção de apartamentos à venda atrapalhavam a circulação de pedestres e degradavam a cidade. Em um país onde o trabalho vale muito pouco e a dignidade menos ainda, as soluções comerciais beiram o absurdo e lembram os tempos de escravidão.

Kátia, 21 anos, desempregada, passa o domingo segurando uma placa. Das 9h às 17h30 a moradora de Itapecerica da Serra fica parada em uma esquina nobre da capital debaixo do sol. Meia hora de almoço e 30 reais no bolso ao final do dia. A refeição não está incluída no "salário", mas seus benevolentes patrões fornecem um sanduiche e um suco para que ela mantenha a saúde no papel de "cavalete humano".

O deslocamento até o local de trabalho também fica por conta de Kátia, que leva mais de 1h30 para voltar para casa, já que o transporte público é reduzido significativamente aos domingos. A jovem não reclama do trabalho, mas diz que preferia quando entregava panfletos de apartamentos nos semáforos: "era mais divertido, pelo menos eu via gente".

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domingo, outubro 23, 2005

Exercitando a cidadania


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Domingo, dia do referendo sobre o comércio de armas. Momento sublime da democracia, a votação é o momento em que o povo, após grande reflexão e uma profunda e séria discussão, demonstra sua opinião consciente sobre os rumos coletivos do país... Ou será que não?

Nos dias eleitorais, a cidade sem lei entra em vigor. Com o pretexto de evitar que alguém deixe de votar por "força maior", o estacionamento é liberado em toda a cidade (incluindo pontos de ônibus, calçadas e faixas de pedestre). Até o Minhocão, tradicionalmente fechado aos domingos, estava aberto para facilitar a vida do eleitor motorizado.

Nas duas fotos, paulistanos no exercício pleno de sua cidadania, pensando profundamente sobre os rumos do país e no bem geral do coletivo... Ou será que não?

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quinta-feira, outubro 20, 2005

Cooperativa, show e vídeo



A semana que passou foi meio complicada e o blog ficou meio devagar. De qualquer forma, no próximo sábado (22) tem coisa interessante acontecendo na lanchonete Viva Melhor (r. Dona Antonia de Queiroz, 40 - travessa da R. Augusta).

Às 12h acontece mais um encontro da Coopbike, uma cooperativa de bicicletas baseada nas Bike Churchs gringas. A idéia é trocar experiências sobre manutenção de bicicletas e botar a mão na massa, ou melhor, nas rodas, quadros e engrenagens. A Coopbike tem uma lista de discussão aberta aos interessados. Veja também o relato e as fotos do primeiro encontro.

No mesmo local, só que à partir das 18h, acontece um show com as bandas Agrotóxico, Deserdados e Grevisionários, além da exibição do vídeo Sociedade do Automóvel.

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quarta-feira, outubro 19, 2005

Transporte Ativo ganha prêmio ANTP/Abradibi



Para queimar a língua, ou melhor, a ponta dos dedos deste que escreve, o Salão Duas Rodas terá ao menos um momento dedicado ao transporte sustentável: a entrega do prêmio ANTP/Abradibi de incentivo ao uso de bicicletas.

Para nossa alegria, entre os vencedores está a ONG Transporte Ativo, com sede no Rio de Janeiro e ativistas em todo o país. Parabéns Zé Lobo, Christiano, Erika, João Guilherme, Dion, Léa e outros tantos bravos pedaleros espalhados pelo Brasil. A premiação será na próxima sexta (21), às 19h, no Salão Duas Rodas.

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segunda-feira, outubro 17, 2005

Dois pés atrás



Com o slogan "Só máquinas perfeitas", começa amanhã (18) o 8o Salão Duas Rodas. Dois pés atrás: o cartaz não se diferencia em nada da divulgação do Salão do Automóvel, das exposições de gado ou das feiras eróticas. Substitua as motos e bicicletas por automóveis, bois ou bonecas infláveis e você vai ver que o argumento procede. Na programação, nada a respeito de mobilidade urbana auto-sustentável e não poluente.

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sexta-feira, outubro 14, 2005

Individualismo sobre duas rodas


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"Vá para as ruas e defenda uma grande causa: a sua". Lamentável ver uma empresa que também fabrica bicicletas fazer uma propaganda tão escrota quanto esta. Nem as indústrias de blindagem automobilística conseguiram utilizar com tamanha cara-de-pau o individualismo como apelo de consumo, desprezando aqueles que lutam (nas ruas e coletivamente) por melhores condições de vida e circulação nas cidades.

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quinta-feira, outubro 13, 2005

A velocidade e os vidros escuros


Mais uma apologia à velocidade que mata: "desafia as leis da física: gruda no chão e voa ao mesmo tempo". Só faltou dizer que destrói obstáculos (vivos ou não) sem prejudicar a saúde de quem dirige. "Air bags", carros que absorvem impacto, cintos de segurança, milhões de dólares em pesquisa: tudo para zelar pela integridade do motorista. Se você está do lado de fora, é melhor se cuidar para não ser atingido pelas duas toneladas que "voam" de 0 a 100km/h em 5,7 segundos.

Isso sem falar dos vidros pretos: as películas que escurecem o vidro são proibidas na intensidade mostrada no anúncio. De acordo com a resolução do Contran, a transparência do vidro (de dentro para fora) não pode ser reduzida em mais de 25% no para-brisa e 30% nos vidros laterais. Que atire a primeira pedra quem já viu algum veículo sendo multado por esta infração.

No feriado, dirigi pela primeira vez um carro com vidros escurecidos. Mesmo seguindo a lei, o escurecimento do vidro atrapalha (e muito) a visibilidade do motorista. Olhar nos retrovisores laterais torna-se um ato heróico. Além disso, os vidros pretos impedem a comunicação entre motoristas, pedestres e ciclistas: fica impossível sinalizar para o pedestre que ele pode atravessar a rua, agradecer o ciclista pela passagem cedida e outros atos necessários para a convivência nas ruas.

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sexta-feira, outubro 07, 2005

Abrace a Coopamare


("lata de lixo anti-catador": centro de mídia independente / Henrique Parra)

A Coopamare, cooperativa de catadores de papel que há 15 anos desenvolve "atividades socioeducativas e de geração de renda para a população de rua", está ameaçada de despejo desde o último dia 26 de setembro.

No próximo domingo (09, amanhã), às 10h, tome a sua vacina anti-higienista e vá abraçar a coopamare.

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quinta-feira, outubro 06, 2005

Sociedade do Automóvel - vídeo para download


arte: Gustavo Aguillar (Mastan)

Graças ao colega Newton Costa (que gentilmente cedeu um espaço para hospedar o arquivo), está disponível para download uma versão digital do vídeo "Sociedade do Automóvel", trabalho de conclusão de curso dos jornalistas Branca Nunes e Thiago Benicchio.

Visite o site, faça o download do arquivo, copie, empreste, distribua, exiba. ("copyright? is dying...")

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quarta-feira, outubro 05, 2005

A rua do povo e os reféns das máquinas


(clique na imagem para ampliá-la)

Como é bom ver a Paulista ocupada pelo povo, e não por fedorentos automóveis.

Foi a maior manifestação dos últimos tempos: mais de 15 mil professores protestaram na tarde de hoje contra um projeto de lei do governador Geraldo Alckmin e de seu "Robin para negócios em educação", Gabriel Chalita. Depois de vetar o mísero aumento de 1% para as universidades públicas, Alckmin apresentou um projeto que prevê a demissão de 120 mil educadores da rede estadual e a contratação de professores em esquema de contrato temporário (de 3 a 6 meses). Em outras palavras, a tercerização da educação pública.

A massa humana que subiu a Brigadeiro interrompeu o trânsito ao virar na Paulista. Alguns motoristas reclamaram indignados na típica sensibilidade social paulistana: "fica aí atrapalhando o trânsito, vai trabalhar!".



Outros pareciam ter percebido com inveja que o outro lado da rua era mais festivo... Talvez alguns poucos tenham até notado que os milhares de professores ocupavam muito menos espaço que seus carros. E se 1 milhão de pessoas estivessem "bloqueando o trânsito" ao atravessar durante horas o cruzamento, quem sabe um motorista não inciasse conversa com o vizinho do carro à frente ou pedisse o telefone da linda motorista ao lado, como no conto "A Auto Estada do Sul", de Julio Cortázar (leia o original em espanhol aqui ou veja o preço do livro aqui).

Como é bom não estar preso a uma âncora de duas toneladas de petróleo, aço e vidro, que não pode ser abandonada em caso de emergência.

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terça-feira, outubro 04, 2005

Globo, carro, celular


(clique na imagem para ampliá-la)

O anúncio acima estava na revista Época, que eu recebi gratuitamente no último fim de semana (oferta de uma empresa de telefonia que quis fazer um "agrado"). Entre os anúncios, 8 páginas eram dedicadas aos automóveis, 8 às Organizações Globo (Fundação Roberto Marinho, canais e revistas da Globo) e 6 às empresas de telefonia celular.

É impressionante como a distância entre propaganda e mentira é cada vez menor. Para vender um carro, por exemplo, é necessário descontextualizá-lo totalmente. Repare no cenário acima: tudo que o carro impede quando é transformado em modelo único de locomoção está lá: a praça, o passeio, o ciclista, o céu azul...

Não existem propagandas com carros em congestionamentos monstruosos, céus poluídos, ciclistas espremidos, pedestres amedrontados...

Outro detalhe interessante: quase todos os anúncios de automóveis trazem os veículos com os vidros pretos. Apesar de ilegal, escurecer totalmente o vidro (principalmente o dianteiro) é fetiche generalizado na sociedade que trocou a convivência pelo isolamento, a praça pela grade e a janela pela tela da televisão.

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sábado, outubro 01, 2005

Che



Semana passada reclamaram que a Marilyn Monroe já tinha aparecido duas vezes aqui no site. Aí vai o companheiro Che Guevara pra acalmar os ânimos femininos.

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