A mídia de massa (bancada em boa parte por anúncios de automóveis) andou chamando a poluição da última semana em São Paulo de "neblina".
Quem respirou em São Paulo nos últimos dias sabe que a névoa paulistana é muito mais suja do que uma simples condensação de partículas de água na altura do solo.
Em inglês, o termo mais adequado para definir o fenômeno é "smog", uma mistura de "fumaça" (smoke) com "fog" (neblina). Para desinformar os paulistanos sobre o estado de calamidade (e garantir os anúncios de máquinas poluentes chamadas "Eco"), a mídia opta sempre por esconder as causas e falar apenas das conseqüências.
Com a proximidade do inverno, começa a enxurrada de matérias atribuindo o céu cinza ao fenômeno climático chamado de inversão térmica. De fato, "tampa atmosférica" que cobre o céu paulistano durante esta época do ano é real e impede a dispersão dos poluentes. Mas será que a podridão que vemos no horizonte é causada pela inversão térmica ou pelos escapamentos dos quase 6 milhões de automóveis da cidade?
Ao abordar a péssima qualidade do ar, a mídia corporativa nunca utiliza fotos de automóveis com o céu poluído ao fundo. O enfoque das reportagens sobre poluição é sempre o mesmo: como se proteger do ar podre. Nunca vi uma matéria em um jornalão dizendo "deixe o seu carro em casa, use o transporte público, vá a pé ou de bicicleta".
A tentativa de atribuir as 10 mortes diárias, as crises de asma, o agravamento de crises respiratórias e o céu cinza à fenômenos climáticos cumpre o seu papel: isentar a indústria automobilística e o uso excessivo dos automóveis da culpa.
Na semana que passou, a filha da faxineira que trabalha aqui em casa telefonou à mãe dizendo que as inalações que estava fazendo não estavam surtindo efeito. Com 10 anos de idade, a menina sofre de bronquite e tem o quadro agravado nesta época do ano. Ao final da conversa telefônica, a mãe me contou a história, terminando a frase com o tradicional "também, com esse tempo não tem jeito"...
A família da menina não possui automóvel, mas como tantos outros paulistanos é vítima da mídia de massa, da falta de atitude dos governantes, da indústria automobilística e dos 30% de paulistanos que possuem carro.
Quem respirou em São Paulo nos últimos dias sabe que a névoa paulistana é muito mais suja do que uma simples condensação de partículas de água na altura do solo.
Em inglês, o termo mais adequado para definir o fenômeno é "smog", uma mistura de "fumaça" (smoke) com "fog" (neblina). Para desinformar os paulistanos sobre o estado de calamidade (e garantir os anúncios de máquinas poluentes chamadas "Eco"), a mídia opta sempre por esconder as causas e falar apenas das conseqüências.
Com a proximidade do inverno, começa a enxurrada de matérias atribuindo o céu cinza ao fenômeno climático chamado de inversão térmica. De fato, "tampa atmosférica" que cobre o céu paulistano durante esta época do ano é real e impede a dispersão dos poluentes. Mas será que a podridão que vemos no horizonte é causada pela inversão térmica ou pelos escapamentos dos quase 6 milhões de automóveis da cidade?
Ao abordar a péssima qualidade do ar, a mídia corporativa nunca utiliza fotos de automóveis com o céu poluído ao fundo. O enfoque das reportagens sobre poluição é sempre o mesmo: como se proteger do ar podre. Nunca vi uma matéria em um jornalão dizendo "deixe o seu carro em casa, use o transporte público, vá a pé ou de bicicleta".
A tentativa de atribuir as 10 mortes diárias, as crises de asma, o agravamento de crises respiratórias e o céu cinza à fenômenos climáticos cumpre o seu papel: isentar a indústria automobilística e o uso excessivo dos automóveis da culpa.
Na semana que passou, a filha da faxineira que trabalha aqui em casa telefonou à mãe dizendo que as inalações que estava fazendo não estavam surtindo efeito. Com 10 anos de idade, a menina sofre de bronquite e tem o quadro agravado nesta época do ano. Ao final da conversa telefônica, a mãe me contou a história, terminando a frase com o tradicional "também, com esse tempo não tem jeito"...
A família da menina não possui automóvel, mas como tantos outros paulistanos é vítima da mídia de massa, da falta de atitude dos governantes, da indústria automobilística e dos 30% de paulistanos que possuem carro.
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Comments:
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E haja tanta inalação! Nunca havia pensado nisso, apenas ficava olhando para o "fenômeno", pensando em todo esse smog como algo irritante. Muito irritante.
cara... tem toda razão, os grandes jornais fazem questão de esconder a verdadeira causa da poluição. e como é que eles iriam falar de uma coisa tão status quo, né?
parabéns por seu trabalho em seu blog.
nao tenho carro nem moto, mas vou procurar pegar minha bike. ainda bem q o metrô começou a apoiar as bikes, mas ainda o horário é muito restritivo.
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parabéns por seu trabalho em seu blog.
nao tenho carro nem moto, mas vou procurar pegar minha bike. ainda bem q o metrô começou a apoiar as bikes, mas ainda o horário é muito restritivo.
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