"você não vai entrar na minha frente, seu #$@#%! /
desarme esta bomba antes dela explodir"
(imagem encontrada aqui por um leitor do blogue)
A cada sexta-feira que passa, a legião de carros sedentos por combustível e conquista de territórios parece maior e mais agressiva em São Paulo. É o dia do rush, com muito barulho, agressividade, tédio e degradação do espaço público.
O combustível vira poluição, que causa câncer, doenças respiratórias, morte em idosos e crianças, aquece o planeta e tira alguns anos de vida de todos os paulistanos sobreviventes.
A guerra por espaço deixa vítimas angustiadas, a ponto de explodir de raiva ou de cometer desatinos contra seus compatriotas. Cada motorista querendo uma pista livre para deslocar suas duas toneladas a mais de 100km/h como exibe o comercial de tevê
O trânsito mata. De angústia, de raiva, em batidas ou atropelamentos. Ao final da sexta do rush, começa a madrugada da estupidez. Os pseudo-cidadãos extravasam toda a angústia acumulada em uma semana de caos acelerando forte suas máquinas assim que o congestionamento diminui.
A maior parte dos "acidentes" com vítimas em São Paulo acontece nas madrugadas de sexta e sábado. Em cada uma dessas noites o Hospital das Clínicas recebe mais de 50 motoristas vítimas de colisões (geralmente causadas pelo excesso de velocidade e bebida).
Domingo a cidade descansa. E segunda começa tudo de novo. Mais uma semana de angústia, de raiva e desespero por não sair do lugar. A crença de que a culpa do trânsito é sempre do outro é intrínseca ao ato de dirigir, que tem em si a lógica da guerra e da competição. O carro, feito e vendido como sinônimo de velocidade e liberdade é, ao mesmo tempo, a prisão de quem dirige e o tanque de guerra que mata, atrapalha e desrespeita quem não tem carro.
Agressividade ao dirigir não é um desvio de personalidade, mas sim um efeito colateral do uso excessivo destas máquinas antiquadas no espaço urbano.
O combustível vira poluição, que causa câncer, doenças respiratórias, morte em idosos e crianças, aquece o planeta e tira alguns anos de vida de todos os paulistanos sobreviventes.
A guerra por espaço deixa vítimas angustiadas, a ponto de explodir de raiva ou de cometer desatinos contra seus compatriotas. Cada motorista querendo uma pista livre para deslocar suas duas toneladas a mais de 100km/h como exibe o comercial de tevê
O trânsito mata. De angústia, de raiva, em batidas ou atropelamentos. Ao final da sexta do rush, começa a madrugada da estupidez. Os pseudo-cidadãos extravasam toda a angústia acumulada em uma semana de caos acelerando forte suas máquinas assim que o congestionamento diminui.
A maior parte dos "acidentes" com vítimas em São Paulo acontece nas madrugadas de sexta e sábado. Em cada uma dessas noites o Hospital das Clínicas recebe mais de 50 motoristas vítimas de colisões (geralmente causadas pelo excesso de velocidade e bebida).
Domingo a cidade descansa. E segunda começa tudo de novo. Mais uma semana de angústia, de raiva e desespero por não sair do lugar. A crença de que a culpa do trânsito é sempre do outro é intrínseca ao ato de dirigir, que tem em si a lógica da guerra e da competição. O carro, feito e vendido como sinônimo de velocidade e liberdade é, ao mesmo tempo, a prisão de quem dirige e o tanque de guerra que mata, atrapalha e desrespeita quem não tem carro.
Agressividade ao dirigir não é um desvio de personalidade, mas sim um efeito colateral do uso excessivo destas máquinas antiquadas no espaço urbano.
voltar ao topo
Comments:
<< Home
há muito tempo abdiquei completamente do meu 'direito' (direito? ahahahah) de dirigir.
Já tive carros, mas nunca dirigi (ficava na garagem e só saia pelas mãos de minha ex-mulher)
desisti faz anos, ainda quando fiz um exame de carta.
hj, mais de 40 anos, nunca fui dependente dessa máquina, e faço esse favor a mim mesmo, ao meu coração e à cidade. Um nervoso a menos dirigindo uma arma de 2 toneladas.
Pra mim, bicicleta é lazer, esporte e transporte. Tudo isso. Tornei-me mais calmo, melhor, mais saudavel.. enfim, o resto vcs conhecem.
[]s e bom pedal
Já tive carros, mas nunca dirigi (ficava na garagem e só saia pelas mãos de minha ex-mulher)
desisti faz anos, ainda quando fiz um exame de carta.
hj, mais de 40 anos, nunca fui dependente dessa máquina, e faço esse favor a mim mesmo, ao meu coração e à cidade. Um nervoso a menos dirigindo uma arma de 2 toneladas.
Pra mim, bicicleta é lazer, esporte e transporte. Tudo isso. Tornei-me mais calmo, melhor, mais saudavel.. enfim, o resto vcs conhecem.
[]s e bom pedal
#
posted by 
: 09 fevereiro, 2007 14:21
: 09 fevereiro, 2007 14:21
Parabéns wlad! Você também é considerado esquisito?
Falando sério, a questão da poluição local do carro (não efeito estufa, etc) gerada pelo motor a princípio poderia ser praticamente eliminada. É por isso que se diz que motos poluem mais que carros.
Mas existem outras fontes de poluição que nunca são mencionados. A cada não sei quantos milhares de km os carros trocam de pneus. Eu imagino que muito deste particulado acaba no nosso pulmão. Bem certamente não faz. E a mesma coisa acontece com o asfalto e poeira natural que estaria restrita ao chão por plantas e baixas velocidades do ar. Tudo isso nós respiramos.
O particulado em geral tem outros efeitos como sementes para a formação de gotas de chuva (sem algum particulado é difícil chover pois é muito difícil a formação de gotas). Isto pode afetar significativamente o clima local.
O particulado extra resultado pode estar até mesmo reduzindo a radiação solar no chão (como grandes erupções vulcânicas). o que cancelaria um pouco o efeito estufa (alguns modelos levam isso em consideração).
O carro afeta a vida das pessoas de tantas maneiras que eu acho impossível enumerá-las todas: sempre surgem novas. Infelizmente, quase sempre afeta de maneira negativa.
Falando sério, a questão da poluição local do carro (não efeito estufa, etc) gerada pelo motor a princípio poderia ser praticamente eliminada. É por isso que se diz que motos poluem mais que carros.
Mas existem outras fontes de poluição que nunca são mencionados. A cada não sei quantos milhares de km os carros trocam de pneus. Eu imagino que muito deste particulado acaba no nosso pulmão. Bem certamente não faz. E a mesma coisa acontece com o asfalto e poeira natural que estaria restrita ao chão por plantas e baixas velocidades do ar. Tudo isso nós respiramos.
O particulado em geral tem outros efeitos como sementes para a formação de gotas de chuva (sem algum particulado é difícil chover pois é muito difícil a formação de gotas). Isto pode afetar significativamente o clima local.
O particulado extra resultado pode estar até mesmo reduzindo a radiação solar no chão (como grandes erupções vulcânicas). o que cancelaria um pouco o efeito estufa (alguns modelos levam isso em consideração).
O carro afeta a vida das pessoas de tantas maneiras que eu acho impossível enumerá-las todas: sempre surgem novas. Infelizmente, quase sempre afeta de maneira negativa.
A sociedade faz muita pressão para que você tenha um carro também. Já tive que "justificar" muitas vezes porque não tenho. Para amigos, familiares, namoradas. Acho que uma pequena parte das pessoas que têm carro pode ser devido a não suportar essa pressão.
#
posted by : 09 fevereiro, 2007 18:16
: 09 fevereiro, 2007 18:16
Vocês já viram o comercial do Honda Fit? Eles dizem que uma pesquisa apontou os proprietários deste carro como os mais satisfeitos. Até aí tudo bem. Mas eles mostram pessoas discutindo umas com as outras(fora do carro), e de repente, quando entram no carro, ficam calmas.
#
posted by : 09 fevereiro, 2007 19:27
: 09 fevereiro, 2007 19:27
Wlad, você não tem carro?!? Mas por quê??? Como você faz para ir comprar pão na padaria?
#
posted by : 09 fevereiro, 2007 19:29
: 09 fevereiro, 2007 19:29
pão na padaria? vc tá louco? usa o carro para ir até ali na esquina?
por isso o mundo tá essa porcaria, cheio de humanos amalucados.
por isso o mundo tá essa porcaria, cheio de humanos amalucados.
#
posted by : 10 fevereiro, 2007 00:45
: 10 fevereiro, 2007 00:45
:)
lembram de uma cena de 'os deuses devem estar louco'.. uma pessoa sai de carro de casa de carro, e 15 metros para frente, sem sair do carro, coloca uma carta na caixa de correio, e volta pra casa.
Fabio, eu sei q é só brincadeira...
:)
lembram de uma cena de 'os deuses devem estar louco'.. uma pessoa sai de carro de casa de carro, e 15 metros para frente, sem sair do carro, coloca uma carta na caixa de correio, e volta pra casa.
Fabio, eu sei q é só brincadeira...
:)
#
posted by : 10 fevereiro, 2007 00:49
: 10 fevereiro, 2007 00:49
Eu já nem tenho carro pelo motivo da grande maioria... “grana”, não só pra comprar, mas também pra manter, pois pelo que eu sei gasta “ein”... principalmente com impostos e manutenção.
Brincadeiras a parte (claro que to falando sério do “dinheiro”), o maior motivo pra fugir do carro é pelo stress que ele consegue gerar nas pessoas, e ao contrario do comercial do “Honda Fit”, algumas pessoas se transformam realmente ao entrar “em qualquer automotor”, geralmente para seu lado mais sombrio (falo com propriedade, pois sou motociclista), e é incrível a reação que tomamos diante de coisas banais... graças, eu ainda conservo no sangue o “vírus da bicicleta”, que me ajuda a me controlar e lembrar que não estou com meu cavalo no meio do campo de batalhas...
Abraços a todos e muita calma... mesmo com a bike.
Brincadeiras a parte (claro que to falando sério do “dinheiro”), o maior motivo pra fugir do carro é pelo stress que ele consegue gerar nas pessoas, e ao contrario do comercial do “Honda Fit”, algumas pessoas se transformam realmente ao entrar “em qualquer automotor”, geralmente para seu lado mais sombrio (falo com propriedade, pois sou motociclista), e é incrível a reação que tomamos diante de coisas banais... graças, eu ainda conservo no sangue o “vírus da bicicleta”, que me ajuda a me controlar e lembrar que não estou com meu cavalo no meio do campo de batalhas...
Abraços a todos e muita calma... mesmo com a bike.
#
posted by : 10 fevereiro, 2007 14:10
: 10 fevereiro, 2007 14:10
o que tu acha da proposta de mudança da lei 9.520 ?
http://marcelovarda.blogspot.com/2007/02/lei-9520-lei-da-morte.html
http://marcelovarda.blogspot.com/2007/02/lei-9520-lei-da-morte.html
Veio essa lei já deveria fazer parte do código na sua reestruturação (1998), pois não é nada mais que o justo.
Como uma pessoa pode invadir um bar (igual o episódio da mulher ciumenta q tava na mídia semana passada http://www.bonde.com.br/bondenews/bondenewsd.php?id=97&dt=20070205 ), matar uma pessoa e responder por um acidente como se tivesse batido em um poste ou em outro carro?
Só no Brasil mesmo....
Como uma pessoa pode invadir um bar (igual o episódio da mulher ciumenta q tava na mídia semana passada http://www.bonde.com.br/bondenews/bondenewsd.php?id=97&dt=20070205 ), matar uma pessoa e responder por um acidente como se tivesse batido em um poste ou em outro carro?
Só no Brasil mesmo....
#
posted by : 13 fevereiro, 2007 11:22
: 13 fevereiro, 2007 11:22
Tenho dois sobrinhos pequenos, hoje com 8 e 11 anos, que vira e mexe me perguntam: "Tia, você e o Tio Di não vão ter carro?". Se estiver na casa deles e chover na hora em que eu for embora então... o clima "coitada" paira no ar!
Até então eu e meu marido não pensávamos muito nisto, pois com despesas de faculdade de ambos o fato é que não tínhamos mesmo dinheiro para comprar um carro. Mas agora, que nossa vida financeira está começando a se estruturar, fico pensando que o dinheiro que gastaríamos com um nós poderemos planejar uma viagem bacana, que nos acrescentará muito mais... Já conversávamos bastante sobre isto, mas após descobrir e começar a ler o "Apocalipse...", tomamos mesmo a decisão: nos organizaremos para sempre usar transporte público e a "sola", pois sempre gostamos de caminhar. Para os raros eventos que exigem vestido de noite (com licença que eu sou mocinha, tá?) o táxi dá conta do recado. E quem sabe o próximo passo seja aprender a andar de bicicleta, que aos 30 anos eu ainda não sei... Libera um lugar no ônibus e fica todo mundo mais feliz :-)
Um abraço, parabéns (e obrigada) pela discussão.
Postar um comentário
Até então eu e meu marido não pensávamos muito nisto, pois com despesas de faculdade de ambos o fato é que não tínhamos mesmo dinheiro para comprar um carro. Mas agora, que nossa vida financeira está começando a se estruturar, fico pensando que o dinheiro que gastaríamos com um nós poderemos planejar uma viagem bacana, que nos acrescentará muito mais... Já conversávamos bastante sobre isto, mas após descobrir e começar a ler o "Apocalipse...", tomamos mesmo a decisão: nos organizaremos para sempre usar transporte público e a "sola", pois sempre gostamos de caminhar. Para os raros eventos que exigem vestido de noite (com licença que eu sou mocinha, tá?) o táxi dá conta do recado. E quem sabe o próximo passo seja aprender a andar de bicicleta, que aos 30 anos eu ainda não sei... Libera um lugar no ônibus e fica todo mundo mais feliz :-)
Um abraço, parabéns (e obrigada) pela discussão.
#
posted by : 14 fevereiro, 2007 18:04
: 14 fevereiro, 2007 18:04
<< Home
