terça-feira, dezembro 26, 2006

Dezembro e a chuva



Choveu. Choveu muito na tarde da última sexta-feira em São Paulo. Andar de bicicleta na chuva não é impossível, mas pode ser um tanto desagradável. Não tanto pela água que vem do céu, geralmente mais limpa do que aquela que respinga do asfalto, cheia de óleo, fuligem e tudo que o paulistano joga diariamente nas ruas impermeáveis e que não é levado para os rios ou recolhido pelos incasáveis garis.



Era dia de Bicicletada, a última do ano. As placas da Praça do Ciclista, reinstaladas no Dia Sem Carro, ainda estavam por lá. A Praça do Ciclista é um espaço no final da avenida Paulista, um canteiro largo com uma estátua e um gramado no meio. Dizem que o projeto original da avenida previa canteiros centrais largos ao longo de toda a Paulista, espaços para caminhadas, com árvores ou ciclovias.

Os canteiros foram engolidos pelo automóvel e deram lugar a quatro pistas de rolamento que passam o dia congestionadas. Em 2006 foram instaladas grades pela CET para impedir a passagem de pedestres no canteiro, ou seja, para legitimar que a cidade é feita exclusivamente para o automóvel. Sobrou a Praça do Ciclista, espaço de resistência que teve batismo popular em fevereiro deste ano e funciona como ponto de encontro das Bicicletadas paulistanas.


placa instalada pelos participantes da Bicicletada no Dia Sem Carro



Quatro bravos ciclistas apareceram. Refugiados no ponto de ônibus, trocavam idéias sobre bicicleta, chuva, São Paulo...



E ainda deu tempo de pequenos ajustes e troca de conhecimentos sobre mecânica das magrelas.



Em janeiro tem mais. Sempre na última sexta-feira de cada mês, às 18h, com encontro marcado na Praça do Ciclista, o canteiro central no finalzinho da Paulista, quase na Consolação, em cima do buraco da rampa anti-mendigo, em frente aos sebos do Belas Artes... Ali, onde a incansável estátua olha para o oceano de automóveis e sonha com dias melhores.

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Comments:
Caro Ludista,

Acompanho o seu blog há uns seis meses e sempre que posso recomendo a leitura a amigos. Agora, se me permite, gostaria de fazer uma pequena observação, algo que tenho certeza que é de seu conhecimento. Nem toda água que cai do seu é limpa, ainda mais em São Paulo, onde a água da chuva pode estar contamindada com partículas de arsínico, chumbos e outros poluente, que se encontram no ar poluído.

Ou seja, também por conta da quantidade absurda de veículo motorizados, um banho de chuva deixa de ser prazeroso e passa a ser perigoso.

Abraços,

Juliano
 
Juliano, tens razão. Fiz uma pequena correção no texto e acho que somada ao teu comentário, fica tudo esclarecido. Valeu e um abraço!
 
Puxa! Quatro pessoas! Foi esse também o número de ciclistas que apareceram na bicicletada em Santo André (que seria a primeira, mas infelizmente não aconteceu).
A chuva estava muito chata e iria mais trazer uma imagem negativa de alguns loucos pedalando na chuva do que chamar atenção à causa. Mas, dia 12/01 tem mais, e o que é melhor, dessa vez não coincide com a data da paulistana.
Grande abraço e força no pedal.
 
Andar de bicicleta na chuva é realmente mais insalubre e desgastante para o ciclista e para a bicicleta, mas se a chuva for amena, e o trânsito PESADO, essa atividade acaba sendo um enorme prazer! Nada como lavar a alma deixando os carros para trás! :-D

http://hernanivila.blogspot.com/2006/12/um-dia-de-chuva.html

http://hernanivila.blogspot.com/2006/12/chuva-proximidade-do-natal-e-118-kms.html
 
Tenho acompanhado o seu blog e gostaria de te perguntar: sabe de alguma similar aqui em Curitiba?
Conheço apenas os bike night de Curitiba e os que promovemos em São José dos Pinhais, mas ou são treinos ou são simples passeios.
 
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