terça-feira, dezembro 05, 2006

Contra o aumento nas ruas


O ato da última sexta-feira (01) contra o aumento nas tarifas tinha menos gente do que o anterior. Cerca de 500 pessoas estavam concentradas em frente ao teatro municipal e iniciaram uma marcha pelas ruas do centro.

Poucos minutos depois, ainda no Largo do Paiçandu, policiais da Força Tática se adiantaram à manifestação e seguiram para a esquina com a avenida Rio Branco.


Foto tirada do Largo do Paiçandu: atrás do ônibus verde está a av. Rio Branco;
ma altura da drogaria parisiense está a manifestação.


Um grupo que ia à frente do cordão de segurança feito pelos próprios manifestantes (através de faixas) foi o primeiro a encontrar a polícia.

Alguns dizem que neste grupo estavam "punks dispostos ao confronto", que teriam agredido policiais ou tentado depredar ônibus e que a polícia apenas reagiu de maneira habitual. Outra hipótese é a detenção de um manifestante que questionava os policiais por não estarem identificados: a tentativa de prisão do garoto teria gerado indignação nos demais manifestantes, entre eles os "dispostos ao confronto".


(policiais sem identificação reprimem manifestantes / foto: CMI-SP)

Segundo reportagem do Estado de S.Paulo, o objetivo dos policiais era fazer com que a manifestação ocupasse apenas o corredor de ônibus da avenida para não atrapalhar o trânsito.

Também não se descarta a presença de agentes policiais infiltrados dispostos a causar alguma confusão para justificar uma repressão mais dura, com bombas e balas de borracha.


Foto tirada da av. Rio Branco. Ao fundo e à direita, o Largo do Paiçandu.

Seja como for, na primeira faísca (venha do lado que vier) a soma de pessoas dispostas ao confronto dos dois lados explode, muita gente se machuca, muitas notícias aparecem nos jornais e nada muda.

Do lado dos manifestantes, existe uma ínfima mas complicada parcela que está disposta ao confronto. Acreditam que táticas de guerrilha e enfrentamento usadas (e até válidas) em outras regiões e/ou tempos históricos podem ser aplicadas em São Paulo de 2006. Com isso colocam em risco a vida de outras pessoas, legitimam a repressão policial e reforçam a visão social conservadora a respeito da luta por direitos e da ocupação das ruas.

Do lado da polícia, uma tática de tolerância zero afinada, com requintes da típica brutalidade e atraso terceiromundistas. Policiais sem identificação é um hábito inaceitavelmente comum. A truculência e o ódio de alguns batalhões e setores das polícias são inadimissíveis.



Depois de reprimida (com saldo de ao menos um ferido grave e um detido que respoderá a processo) a manifestação seguiu meio "sem rumo" pelas ruas do centro até atingir a Consolação. Um grande momento de indecisão e a escolha de seguir pela Maria Antônia (onde houve mais confusão desnecessária) até o Largo Santa Cecília.

fotos: [1], [2], [3], [4]
[vídeo]

vídeos :
[24-11], [30/11], [01/12], [protesto na árvore - 03/12]

voltar ao topo

Comments:
belo vídeo.
 
Em São Paulo até Paissandu é diferente... Aqui não tem dessa de cedilha.

Já o aumento das passagens surrealmente foi divulgado na sexta e posto prática no domingo... Ainda não estou acreditando e como a bicicleta é meu meio de transporte principal ainda não pude comprovar o aumento.

Infelizmente não houve mobilização contra o aumento por aqui. A prefeitura deve tem "aprendido" com São Paulo. Até pq o aumento aqui foi de 1,90 para 2,00... sempre R$ 0,10 todo ano. Algo mais de acordo com a realidade do que R$ 0,30 numa canetada só.
 
muito bom o blog, mas sobre o texto acima gostaria de saber quem é inocente nessa historia? até quando vamos achar normal ver pessoas apanhando e outros saindo correndo? até quando vamos nos conformar em ser reprimid@s por um grupo de policiais menor do que o de manifestantes? até quando??
 
Postar um comentário

<< Home