Na última quinta-feira (31) a ONG Transporte Ativo promoveu o segundo desafio intermodal no Rio de Janeiro. A idéia é simples: participantes utilizando diversos meios de transporte devem ir de um local até o outro da cidade. E o resultado comprova: os meios não motorizados são muito mais rápidos, eficientes, menos poluentes, mais saudáveis e mais divertidos do que as máquinas de quatro rodas.
No trajeto de 16km entre a Central do Brasil e o Leblon, a moto foi o veículo mais rápido (41 minutos). Com apenas sete minutos de diferença chegou a bicicleta. A diferença entre os dois veículos de duas rodas é simpels: além do risco de acidentes graves ou fatais ser infinitamente maior para quem pilota motocicletas, os motorizados de duas rodas poluem mais do que um ônibus urbano.
O desafio não trouxe surpresas: os últimos colocados foram as máquinas de quatro rodas. Em penúltimo lugar chegou o automóvel. Vendido em até 48 prestações como ilusão de liberdade e status, a máquina de duas toneladas levou 73 minutos, ou seja, chegou quase meia-hora depois da bicicleta.
Se o automóvel fosse apenas uma opção suicida e estressante para quem o utiliza, estava tudo bem. Mas carro ocupa espaço e atrapalha também a vida de quem não congestiona as ruas. Em último lugar (79 minutos) chegou o ônibus.
NA MÍDIA:
Confira os resultados (tempo gasto e poluentes* emitidos no percurso):
1) MOTO
- 41 minutos
- monóxido de carbono: 88g
- hidrocarbonetos: 19,2g
- óxido nitroso: 4,8g
2) BICICLETA
- 48 minutos
- poluentes: zero
3) BICICLETA RECLINADA
- 48 minutos
- poluentes: zero
4) METRÔ/BICICLETA**
- 51 minutos
- poluentes: não há medição
5) METRÔ/PATINS**
- 59 minutos
- poluentes: não há medição
6) BICICLETA PELA CICLOVIA
- 61 minutos
- poluentes: zero
7) METRÔ/ÔNIBUS**
- 62 minutos
- monóxido de carbono: 60g
- hidrocarbonetos: 10,5g
- óxido nitroso: 80g
8) CARRO
- 73 minutos
- monóxido de carbono: 33g
- hidrocarbonetos: 4,95g
- óxido nitroso: 4,2g
9) ÔNIBUS
- 79 minutos
- monóxido de carbono: 60g
- hidrocarbonetos: 10,5g
- óxido nitroso: 80g
* Os índices de poluição são nominais, medidos pelo IBAMA. Vale lembrar que os poluentes emitidos são do veículo. Ou seja, enquanto cada ônibus transporta mais de 50 passageiros, carros e motos geralmente levam apenas uma ou duas pessoas.
** O metrô é movido a energia elétrica, não emitindo poluentes durante a circulação. Seu impacto ambiental está na geração da energia (usinas hidrelétricas, termoelétricas, nucleares, etc).
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Comments:
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Muito legal, embora talvez pudesse ter sido feita essa comparação com percursos mais curtos. Uma hora de bicicleta, como transporte rotineiro, não é tão viável, ainda mais no Rio (40 graus no verão). Eu usaria o metrô ou o ônibus, caso não houvesse metrô disponível. Se fosse meia hora seria perfeito.
Há concessionárias vendendo carros em 60 meses (assim quando você termina de pagar, já está no momento de comprar um outro, a Princesa Isabel seria contra isso)
O tempo considerado pelo que entendi foi apenas o do percurso, quem opta (será?) por carro ainda tem que achar um estacionamento ou vaga... isso pode levar bastante bem mais de seis minutos (diferença para o ônibus). O carro individual perde em tudo.
Há concessionárias vendendo carros em 60 meses (assim quando você termina de pagar, já está no momento de comprar um outro, a Princesa Isabel seria contra isso)
O tempo considerado pelo que entendi foi apenas o do percurso, quem opta (será?) por carro ainda tem que achar um estacionamento ou vaga... isso pode levar bastante bem mais de seis minutos (diferença para o ônibus). O carro individual perde em tudo.
Luddista, ótimo texto, não sobrou nada pra eu escrever no meu site, hehe!
Michel, nesses tempos incluiu-se o tempo de estacionamento do veículo adotado sim, mas você tem razão quando sugere que o tempo para encontrar uma vaga para estacionar um carro é imprevisível (podendo em casos extremos até levar a desistir de ir onde se pretendia). E gostei da sua frase sobre a Princesa Isabel. :)
Michel, nesses tempos incluiu-se o tempo de estacionamento do veículo adotado sim, mas você tem razão quando sugere que o tempo para encontrar uma vaga para estacionar um carro é imprevisível (podendo em casos extremos até levar a desistir de ir onde se pretendia). E gostei da sua frase sobre a Princesa Isabel. :)
Aqui em sp, evito de usar a bike para ir ao centro, devido á dificuldade de se encontrar lugares seguros para guardar a magrela, e nem os estacionamentos permitem vc deixar a sua, mesmo pagando! E têm também, esse trânsito suicida, vc se desgasta pedalando ás vezes correndo o risco de se ferir (gravemente ou não)... estou utilizando o sistema do Bilhete quando tenho algo para o centro de sp programado, e a bicicleta para trajetos mais curtos ou aos finais de semana para o centro, nesse caso até rola um passeio...
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