A partir desta segunda-feira (26), as ruas de São Paulo estarão mais perigosas: os 40 radares móveis em operação em 290 pontos da cidade deixarão de funcionar porque a Prefeitura não renovou o contrato com a empresa privada que fazia o serviço.
Com a decisão, os "amantes da velocidade" (como dizia Galvão Bueno) terão mais espaço para rachas, abusos e assassinatos nas ruas da cidade. Mais inocentes serão atropelados e mortos pelos "pilotos urbanos", estimulados pelos anúncios fetichistas de automóveis que louvam a velocidade.
Segundo matéria de Alencar Izidoro na Folha de São Paulo, a Prefeitura não concorda com os termos do contrato (estabelecido na gestão de Marta Suplicy): o pagamento pela quantidade de multas efetuadas. A gestão Kassab defende um valor fixo de remuneração para a empresa.
Até aí, tudo bem. A questão torna-se complexa pois a nova licitação para o serviço foi suspensa pelo TCM (Tribunal de Contas do Município) por suspeitas de irregularidade (como informa outra matéria do Estadão). Quando os termos forem aprovados pelo tribunal, ainda serão necessários mais dois meses para a implantação do novo serviço.
Fica a eterna pergunta: porque os carros são fabricados para alcançar velocidades de 180km/h se o limite máximo permitido no país e de 120km/h e a velocidade média nas ruas de São Paulo dificilmente ultrapassa os 40km/h?
A falta de planejamento (para não evocar outras suspeitas) do poder público coloca em risco a vida dos paulistanos. A velocidade e a irresponsabilidade dos motoristas são as principais causas de mortes em "acidentes" no país. O excesso de velocidade é a principal infração cometida (ou melhor, autuada, já que o desrespeito a pedestres não gera multas) em São Paulo.
Como os ítens de "segurança" desenvolvidos pelas montadoras visam apenas proteger os condutores-consumidores dos veículos (air-bags, cintos de segurança, carros que absorvem impacto), as vítimas dos assassinatos automobilísticos geralmente são pedestres, ciclistas ou motoristas que não têm nada a ver com a estupidez dos "amantes da velocidade".
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