terça-feira, janeiro 24, 2006

Diários do Lebronx III - Havana é aqui

O Rio de Janeiro é muito (mas muito) parecido com a capital cubana, Havana. Construções belíssimas caindo aos pedaços, prostituição na orla, povo alegre, festeiro e simpático, áreas "exclusivas" para turistas, muito calor no verão, música de primeira qualidade, paisagens belíssimas, mulheres e (porque não) homens maravilhosos... E o principal: nas duas cidades existem mundos paralelos: o oficial, das leis e regras, e o paralelo, da malandragem e do jeitinho. Não é necessário conhecer Havana nem o Rio de Janeiro para imaginar qual o mundo "real" das duas cidades.

Em linhas gerais, as diferenças:
- em Havana o desemprego é mais democrático e a miséria é mais distribuída; lá todo mundo vive na merda, ninguém é tão rico nem tão pobre quanto no Rio;
- em Havana não há analfabetismo nem mortos por falta de tratamento médico;
- no Rio o tráfico é de cocaína; em Havana, de charutos;
- em Havana, a forma de distribuir a renda é a malandragem para extorquir alguns dólares dos turistas, não a arma na cabeça apontada por uma criança de 12 anos como nas ruas cariocas;

A inspiração para estes comentários veio do trajeto Rodoviária-Leblon, feito em um ônibus de linha, e de duas frases desta reportagem do Jornal do Brasil: "Cuba é Madureira (subúrbio carioca) no poder" e "os cubanos são cariocas ao quadrado".

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