quarta-feira, outubro 05, 2005

A rua do povo e os reféns das máquinas


(clique na imagem para ampliá-la)

Como é bom ver a Paulista ocupada pelo povo, e não por fedorentos automóveis.

Foi a maior manifestação dos últimos tempos: mais de 15 mil professores protestaram na tarde de hoje contra um projeto de lei do governador Geraldo Alckmin e de seu "Robin para negócios em educação", Gabriel Chalita. Depois de vetar o mísero aumento de 1% para as universidades públicas, Alckmin apresentou um projeto que prevê a demissão de 120 mil educadores da rede estadual e a contratação de professores em esquema de contrato temporário (de 3 a 6 meses). Em outras palavras, a tercerização da educação pública.

A massa humana que subiu a Brigadeiro interrompeu o trânsito ao virar na Paulista. Alguns motoristas reclamaram indignados na típica sensibilidade social paulistana: "fica aí atrapalhando o trânsito, vai trabalhar!".



Outros pareciam ter percebido com inveja que o outro lado da rua era mais festivo... Talvez alguns poucos tenham até notado que os milhares de professores ocupavam muito menos espaço que seus carros. E se 1 milhão de pessoas estivessem "bloqueando o trânsito" ao atravessar durante horas o cruzamento, quem sabe um motorista não inciasse conversa com o vizinho do carro à frente ou pedisse o telefone da linda motorista ao lado, como no conto "A Auto Estada do Sul", de Julio Cortázar (leia o original em espanhol aqui ou veja o preço do livro aqui).

Como é bom não estar preso a uma âncora de duas toneladas de petróleo, aço e vidro, que não pode ser abandonada em caso de emergência.

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Comments:
mano, a gente tem é que trincar com a galera do movineto passe livre abs
 
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