sexta-feira, agosto 12, 2005

2005: 307 mortos em atropelamentos. E o ano não acabou.


Saiu no Estadão desta quinta: só no primeiro semestre deste ano, 307 pessoas foram mortas em atropelamentos, uma média de 50 mortos por mês, ou 1,7 por dia. Isso para não contar os motoristas, motociclistas e ciclistas que perderam a vida em um "acidente".

A reportagem do jornal acompanhou o Corpo de Bombeiros durante 24 horas: foram 33 chamados de resgate para vítimas de atropelamentos. Ou seja, um atendimento a cada 46 minutos. Isso sem contar as vítimas atendidas pelos próprios motoristas, viaturas de polícia e outros.

"O histórico é sempre o mesmo: ou o motorista passou no farol vermelho ou estava em alta velocidade e desrespeitou a faixa de pedestres", disse o tenente Marcos das Neves Palumbo.

Além das vidas perdidas ou sequeladas, o custo em saúde pública é monstruoso. Mesmo assim, não vemos nenhum político, autoridade ou intelectual dizendo que o excesso de veículos é um problema para qualquer cidade.

No mais, continuo me perguntando: por que é lícito vender uma arma... ops, um automóvel que chega a 200km/h se o limite máximo de velocidade no país é de 120km/h? Por que as propagandas de automóveis não trazem avisos como as de cigarro: "carro mata, use com cuidado" ou então "carro provoca dependência, obesidade, poluição e stress". Será que o custo em saúde pública é muito maior com as vítimas do cigarro do que com as vítimas dos automóveis, ou será que ninguém nunca fez essa conta?

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Comments:
com certeza...
a culpa eh das multinacionais por trás disso tudo... elas querem impor uma imagem de luxo, glamour, conforto e satisfação pessoal em cima do carro... quando a realidade são acidentes, estresse, despesas altas, etc.
Acho que falta propaganda por parte dos transportes alternativos, por exemplo a bicicleta, para que mais pessoam a utilizem e assim redescubram o verdadeiro prazer de ser livre sobre rodas... pois essa tal de liberdade dos automóveis hj em dia eh a maior furada, você depende de tudo para se locomover
 
Tá aí, vc tocou em um ponto fundamental. Se o limite no país é 120 Km/h, que diabos justifica os carros poderem andar tanto mais? É o mesmo tipo de hipocrisia que rola em relação às multas. Todos os argumentos contra a instalação de mais radares são furados e hipócritas.
 
Tem duas coisas que eu fico puto (entre milhões de outras, mas essas duas têm a ver com o assunto):

1) Nego reclamando que "estão multando demais". Estão multando quem faz coisa errada, caramba! Em 14 anos de habilitação eu só levei quatro multas até hoje, sendo duas delas por um policial rodoviário que tirou motivos da cartola para ver se conseguia um $ e uma que não era nem do meu carro, mas que eu paguei pra não me estressar. E olha que isso foi em São Paulo mesmo, onde todo mundo critica a "indústria das multas".

2) Os telejornais reclamando que as montadoras estão "na pior crise dos últimos anos" ou que "as vendas de automóveis caíram x%". Ah, vá pro inferno! A venda de carros é maior do que o número de habilitações emitidas, tão reclamando do quê?! Como se vender carros fosse solução para a economia...
 
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