quinta-feira, maio 19, 2005

Novos horizontes?


Já faz algum tempo que toda "boa" promoção contempla os vencedores com automóveis. A nova campanha de assinaturas do Estadão seguiu a mesma linha.

O slogan "novos horizontes" é associado a idéia de liberdade. Tá certo, um carro realmente permite viagens longas em um país que asssassinou sua malha ferroviária a partir da década de 50.

No entanto, o uso do automóvel na cidade provoca efeito exatamente oposto: os horizontes de quem anda de automóvel são cada vez menores. O trânsito sufocante, o medo da violência, os vidros fechados, a blindagem e o insul-filme fazem com que as pessoas deixem de frequentar as ruas.

O horizonte de quem anda de carro são as placas, os semáforos e o congestionamento. Quem anda a pé, de bicicleta ou transporte público acaba indo muito além da visão através do para-brisa escurecido; interage com a rua, vive o desconhecido, descobre caminhos, ruas, lojas, praças e passa a conhecer muito melhor a cidade em que vive. Isso sim são novos horizontes em tempos de clausura paranóica, das câmeras de vigilância, da poluição, dos alarmes e do medo.

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Comments:
Cara admirei seu trabalho...
em um país onde ter carro é qse uma tradição em familia...(ou não)

ta de parabens.
 
Eae cara blz?
Depois de algum tempo voltei pra internet, hehehe!
Tá ótimo seu site, ótimas fotos, matérias melhores ainda!
Tu tá de parabéns irmão!!
Força!
Abraço!

Clayton!
 
é isso aí, Thiago!! Viva a liberdade de não ter carro!
 
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