sexta-feira, março 30, 2007

Porque a indústria de veículos é criminosa


São Paulo, quinta-feira, 29 de março

Porque ela é a principal responsável pela poluição atmosférica que mata oito pessoas por dia na cidade de São Paulo.

Porque em vez de reduzir as emissões de seus veículos, ela prefere fabricar e vender modelos-fetiche que consomem alta quantidade de combustível.

Porque ela fabrica e vende subprodutos dos automóveis (as motos) sem nenhum filtro de poluição, ainda que existam diversas tecnologias consolidadas para a redução das emissões.

Porque ela estimula comportamentos agressivos, individualistas e irresponsáveis através de seus anúncios publicitários.

Porque o lobby a ela associado é o principal responsável pela baixa qualidade do transporte coletivo.

Porque o lobby a ela associado é um dos grandes responsáveis pelas guerras por combustível.

Porque ela fabrica e vende veículos que chegam facilmente a 180km/h em um país onde os limites de velocidade não passam dos 120km/h.

Porque ela transforma ítens de segurança fundamentais como airbags e freios ABS em opcionais exclusivos para os modelos de luxo. Em vez de contribuir com a redução do número de mortos em "acidentes", ela se ausenta da responsabilidade direta sobre a segunda causa da morte de jovens no Brasil para manter seus lucros astronômicos.

Porque em vez de instalar os dispositivos de preservação da vida como ítens de série, ela prefere tornar padrão em suas máquinas os dispositivos de proteção da propriedade.

Fica a sugestão de um amigo: se a nova aposta dos publicitários é o mundo virtual, com "ações de marketing" em jogos de simulação da vida como Second Life, que tal se as indústrias automobilísticas migrassem de vez para este mundo imaginário e deixassem o planeta Terra e seus habitantes em paz?

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Comments:
Será que o GPS vai deixar a privacidade ainda mais vulnerável?

Você conhece o clássico caso do "Ford Pinto", cujo filme "Clube da Luta" fez alusão, em algumas cenas? Tudo a ver com este post!

Infelizmente ainda sou escravo do carro pra algumas coisas, apesar de ser usuário do transporte coletivo.

Porém o seu blog me faz refletir, estudar, medir todo o trânsito. Mais ou menos num esquema observador a la "Discovery Channel".
 
Trabalho durante todo o dia e estudo à noite. Se dependesse de ônibus ou bicicleta para me locomover do trabalho para a faculdade e da faculdade para casa eu não conseguiria cumprir meus horários. Ou seja, sou mais um carro emissor de CO2 no estressante mar automobilístico de minha cidade.

Qual seria a solução economicamente correta para esse "problema"?
 
Gordin, não sei a distância do seu trabalho à faculdade permite ir de bicicleta ou se o trajeto o permite (entenda-se segurança).
Muito provavelmente não possa, e realmente não tem jeito de você usar transporte coletivo, pelo menos procure colocar mais 3 pessoas no seu carro, ou pegar carona com outro.
Conheço muito pouco São Paulo, mas sei que a cidade inviabiliza em muito o uso da bicicleta, mas por outro lado penso que mais da metade das pessoas que usam o carro no dia a dia podiam deixá-lo na garagem.
Abraços
 
Se todas as empresas fossem como o Google teríamos uma alternativa:

http://blog.outer-court.com/archive/2007-03-27-n56.html
 
Gordin,
Em primeiro lugar, precisamos tomar um certo cuidado em julgar o automóvel para solução dos problemas de mobilidade, qualquer que seja o caso. Do contrário, sempre o encontraremos como a famigerada "exceção no meu caso". São Paulo não é, e está longe de ser, este lugar inviável para locomoção por bicicleta mencionado pelo Jupercio (cara, me permita discordar). O que quero dizer é que as pessoas sempre se acham na condição de considerar que não há solução para o seu caso. Eu particularmente conheço uma série de pessoas que trabalham comigo, permanecem o dia inteiro dentro de um departamento de uma empresa e acham e dizem com todas as letras que "precisam do carro para ir ao trabalho"!
Discordando novamente do Jupercio, conheço pouquíssimos casos de transporte solidário que deram certo, mesmo porque este não resolve problemas individuais, aparentemente (desconsiderando fatores coletivos que conhecemos muito bem). A pessoa acaba considerando essa opção como um esforço desnecessário e não produtivo. Pouco ajudaria o Gordin, individualmente, concordam?
Vc mencionou o fator economia, na sua pergunta. Qualquer pessoa inadivertidamente ofereceria como solução imediata uma moto. Mas ainda assim, entra naquela categoria do "subproduto" mencionado pelo Luddista. Por isso, ainda insisto na bicicleta, que como transporte é carrega de uma montanha de paradigmas negativos e preconceitos, como esse da segurança mencionado pelo Jupercio (essa noite, saí às duas e meia da madrugada do meu serviço, no centro de SP, até o ABC, onde moro, com minha bicicleta, como faço todos os dias).
Quanto à economia de tempo, isso é inquestionável! Não conseguiria cumprir meus horários com um automóvel!!! Talvez tenhamos realidades um tanto diferentes, mas nunca descarte a bicicleta em primeira análise (ou pelo menos tão facilmente).

Abraços!
 
Gordin, venho aqui reforçar as palavras do Marcelo. Moro na Vila Mariana, e trabalho em uma empresa sediada na Chácara Santo Antônio (11 kms). Atualmente, estou trabalhando em um cliente no bairro de Pinheiros (9 kms). Sabe quanto tempo levo para ir de casa ao trabalho, com a bicicleta? 30 min! Mais 20 mins para tomar um banho rápido e estou a postos no trabalho, não importando se "cairam botijões de gás na marginal" ou "está acontecendo um protesto na av. Paulista"! Fica aqui minha dica: verifique a sua distância casa/trabalho, arrume uma bicicleta em boas condições e faça o trajeto em um dia de final de semana, para ver como não é nenhum bixo de sete cabeças... Ah, no começo você ficará cansaso, e demorará mais tempo... Mas com a prática, você não ficará tão cansado e demorará menos tempo para fazer seu caminho.. isto quer dizer uma coisa muito importante: VOCÊ GANHOU UMA SAÚDE MELHOR!!!
 
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