segunda-feira, dezembro 26, 2005

Apocalipse na revista Carbusters - feliz ano novo


(clique nas imagens para ampliá-las)

A última edição da revista Carbusters (número 25) trouxe uma cobertura do que rolou no Dia Mundial Sem Carro de 2005 em várias cidades do planeta. Além do relato paulistano, feito pelos colegas Nacho Durán e Mariana Rillo, quatro fotos das nossas atividades saíram em destaque na publicação (marcadas em vermelho).

Logo no índice, uma vaca da "cow parade" com máscara anti-poluição. Nas páginas internas, mais 3 fotos retiradas deste blog. O relato trouxe ainda os endereços eletrônicos da Bicicletada, do CicloBR e do :.apocalipse motorizado.

Veja aqui o nosso relato do Dia Sem Carro em São Paulo.

Abaixo, o texto que foi publicado na Carbusters:
"São Paulo, Brazil
There were two events. The 'official' event, co-organised with the City Council using the slogan 'in town without my car!' included a 'carfree demonstration made up of two cars and two SUVs filled with media, one car, one SUV and two motorcycles from the municipal traffic office, and 21 bikers (of wich two were politicians, one was a bike-video reporter and four were policemen).

The 'unofficial' event was the classic 'bicicletada' (Critical Mass). Seve intrepid bikers (one joined later) occupied one lane and went at the same pace as the cars (10km/h) and talked to those stuck in traffic.

Since the famous 'cow parade' is in town, we placed masks on every cow in one street, Avenida Paulista, to protect them from the pollution.

This year, more than 60 cities in Brazil participated in World Carfree Day. More info can be found at www.apocalipsemotorizado.blogspot.com, www.bicicletada.org and www.ciclobr.com.br, and .".




Com esta grata surpresa, encerramos 2005 para uma boa temporada na praia, bem longe dos carros por alguns dias. O blog volta em janeiro.

Saudações especiais a todos que eu conheci neste ano, aos leitores, aos críticos e aos parceiros desta e de outras jornadas pela "convivência sustentável" nas cidades de nosso planeta.

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sábado, dezembro 24, 2005

39 bicicletada de São Paulo

Na última sexta-feira (23), dez intrépidos ciclistas aproveitaram o dia de sol e a noite quente deste comecinho de verão para lembrar que bicicleta, além de um bom presente, é um meio de transporte.

(clique nas imagens para ampliá-las)

A 39a Bicicletada de São Paulo aconteceu em um dia anormal na cidade: véspera da véspera de natal; esperávamos trânsito pesado, mas a cidade passou a tarde na maior tranquilidade. Talvez as férias escolares, a proximidade com o fim de semana e abertura de parte do comércio (shoppings e megalojas) durante a madrugada de 23 para 24 tenham ajudado a dispersar o caos.


Testamos um "bici-carro" mais elaborado do que na última bicicletada.


Gente nova, velhos amigos, bexigas...


... adesivos.




Nosso papai noel não usava gorro e estava de mangas curtas debaixo dos 31 graus, mas as crianças adoraram os panfletos de presente.


Outro "bici-carro".


Lugar de bici-carro é na rua, atrapalhando a passagem dos outros ciclistas.


Panfletos para pedestres...


... panfletos para motoristas.


Natal no banco I




Compartilhando a rua.




Coisas estranhas na faixa de ônibus.


Natal no banco II


Reveillon do banco I


Lá pelas 8 da noite, enfim, encontramos o trânsito. O motorista que ficou em São Paulo deu uma esticadinha depois do trabalho e enfrentou lentidão depois do bar.


Hora de panfletar.


Panfletos para motoristas...


...panfletos para pedestres.




Em janeiro tem mais. Cadastre-se na listas listas da Bicicletada e participe:
São Paulo: bicicletada-sp-subscribe@lists.riseup.net.
Brasil: ciclistasradicais-subscribe@lists.riseup.net

Sempre na última sexta-feira do mês, às 18h no finalzinho da paulista (quase esquina com a Consolação).

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quinta-feira, dezembro 22, 2005

Uma vaga, um parque


Park(ing) - intervenção urbana em São Francisco: novas formas de utilização do espaço público. (dica do colega André Maleronka)

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quarta-feira, dezembro 21, 2005

39a Bicicletada de São Paulo - compre menos, pedale mais



Compre menos,pedale mais.
Use transporte coletivo na sua rotina,
deixe o carro em casa sempre que possível
Seu presente?
Uma cidade mais agradável,
com menos poluição e menos barulho.
No lugar da solidão do trânsito, a convivência nas ruas.

39a Bicicletada de São Paulo
Sexta-feira (23)
concentração: 18h
no finalzinho da Paulista (quase na Consolação)

veja como foi a última edição da Bicicletada aqui

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terça-feira, dezembro 20, 2005

O transporte parou, mas a cidade não


(foto: reuters)

Pela primeira vez em 25 anos os trabalhadores do sistema de transporte coletivo de Nova Iorque entraram em greve. Ônibus, metrôs e trens deixaram de funcionar no dia de hoje. A população usou bicicletas ou foi à pé até o trabalho, a imprensa deu amplo destaque às alternativas de locomoção pela cidade e a administração municipal tomou diversas medidas para minimizar o caos.

Quando comparamos o New York Times com qualquer jornalão paulistano durante greves tupiniquins, fica nítida a diferença: lá a imprensa cumpriu o seu papel de prestação de serviços, informando amplamente sobre alternativas de locomoção.

Também não dá pra comparar a atitude da prefeitura novaiorquina com o total desleixo das administrações brasileiras quando ocorre algo semelhante por aqui (afinal, o consenso nestas bandas é de que transporte público é coisa para pobres, portanto, cidadãos de segunda categoria). Entre as medidas do prefeito Bloomberg, duas chamaram a atenção:
- apenas carros com mais de 4 pessoas estão autorizados a entrar na ilha de Manhattan
- um amplo sistema de compartilhamento de taxis foi colocado em prática, levando passageiros cujos destinos eram próximos.

Igualzinho ao Brasil, não?

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Quando acaba a crise?



Pouco tempo depois do ex-deputado Roberto Jefferson lançar o "escândalo do mensalão", o ex-humorista Jô Soares pegou carona na onda e passou a discutir os rumos do país, mais especificamente "a crise política".

Para acompanhar a produção de notícias, factóides e relatórios do expediente parlamentar, o ex-humorista escolheu a quarta-feira para o seu debate. Nos outros dias da semana ele continua sua rotina de "entrevistas", geralmente dedicadas à auto-promoção e promoção dos interessados na cota de fama e de marketing na vitrine do Brasil (afinal, "a gente se vê por aqui").

Será que Jô Soares, que se mostra escandalizado com a política, vai suspender suas longas férias de verão para discutir "a crise" entre o natal e o carnaval? Os parlamentares já decidiram: em troca de alguns milhares de reais a mais no salário, irão trabalhar no período de férias escolares. A presença não é obrigatória e as faltas não serão descontadas: vai quem quer aparecer na TV ou descolar alguns trocados para emendas e projetos.

Até o dia 16 de janeiro não haverá votação de projetos: apenas as CPIs, o Conselho de Ética e a Comi$$ão do Orçamento irão funcionar. Jô Soares deve sair de férias antes do apagar dos holofotes da crise. Como a memória é curta neste país, no ano que vem ele volta e nem precisa explicar porque parou de discutir política às quartas.

No mais, o ano de 2006 tá do jeito que Roberto Marinho e o Diabo gostam. No ano eleitoral, a Globo exibe logo em janeiro uma minissérie sobre Juscelino Kubitchek (aquele que condicionou o desenvolvimento do país à indústria automobilística estrangeira). Logo depois, é carnaval. Em seguida, o delírio patriótico da Copa do Mundo. A diferença na abordagem de assuntos tão diversos pela mídia é praticamente nula: tudo é marketing, tudo é hype, tudo é passageiro e efêmero, servindo apenas para vender, escandalizar ou manipular corações e mentes.

Sobre Copa do Mundo, fica um trecho da excelente entrevista Mino Carta à revista Caros Amigos deste mês: "Eu torço desesperadamente contra a seleção brasileira de futebol (...). Eu não entendo porque torcer a favor. Ela (...) faz muito mal ao povo brasileiro. (...) Essa gente deveria fazer é a revolução, mas não vão fazer nunca. Aliás, o Marx e até o Tocqueville diziam a mesma coisa: 'Não espere que povos apáticos, os povos da miséria verdadeira e total façam a revolução. A revolução quem a faz são aqueles que percebem que lhes cabe um quinhão, um pedaço do latifúndio e estão dispostos a brigar por isso'.".

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segunda-feira, dezembro 19, 2005

Campeão

Engraçado o comportamento festivo do homo-automobilis paulistano. Em vez de comemorar em uma praça, junto com outros torcedores, ele prefere passear de carro, buzinando durante o percurso para que todos ao redor sejam obrigados a compartilhar de sua alegria.

Fechar a Paulista para a festa popular, não pode; é necessário deixar o caminho livre para que meia dúzia de veículos infernizem a vida de 15 mil moradores com o buzinaço constante em plena manhã de domingo. A lei diz que a buzina serve apenas para alertar perigo, mas em São Paulo ela substitui a voz do cidadão na hora de pedir licença, xingar, avisar que está chegando, despedir-se e até na hora de gritar "É campeão".

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sexta-feira, dezembro 16, 2005

Natal na rampa - sábado


Sábado, dia 17/12/05
A partir das 15h
No túnel entre a Av. Paulista e a Av. Dr. Arnaldo
Traga sua arte, seu manifesto, sua presença
veja mais detalhes aqui.

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terça-feira, dezembro 13, 2005

Calçadas do Brasil


(clique na imagem para ampliá-la)

O sono do morador de rua não foi perturbado com o ronco movido à diesel do carro-forte ao seu lado.

Os pedestres não deram atenção ao homem deitado, cena normal na metrópole.

Tão normal quanto um carro-forte em cima da calçada, expelindo fumaça nos rostos dos pedestres.

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domingo, dezembro 11, 2005

Uma hora diferente na TV aberta



Estreou hoje, em rede nacional, o programa "Direitos de resposta", um marco histórico na televisão brasileira. Pela primeira vez uma emissora aberta foi condenada a ceder espaço na sua programação para a sociedade civil por violar Direitos Humanos.

A conquista foi fruto de uma ação movida por diversas entidades, que pediam o fim dos excessos diários do apresentador João Kleber. O apresentador, ex-garoto propaganda de Fernando Collor, acabou perdendo o emprego. A RedeTV deverá apresentar até meados de janeiro o programa "Direitos de resposta", de segunda a sexta, às 16h.

Vi os últimos 15 minutos da estréia, quando acontecia um debate interessante com a participação de Ferrez e Oscar Vilhena (jurista), vozes dissonantes do consenso pasteurizado da grande mídia. Além do bate-papo, comandado por Anelis Assumpção, o programa terá produções audiovisuais independentes, que dificilmente teriam espaço programação das emissoras.

Vale a pena visitar o blog do progrma ou acessar o site do Intervozes, coletivo que produziu também uma interessante publicação sobre a TV digital, mostrando que o novo sistema não deve servir apenas para assistir futebol de vários ângulos ou para comprar o merchandising da novela das 8 com um clique no controle remoto, como vislumbram os empresários da mídia e o ex-funcionário da Globo, Hélio Costa, hoje ministro das Comunicações.



Esta mísera uma hora ocupada pela sociedade no meio de tanto lixo televisivo explicita o quadro lamentável da programação: logo depois do "Direitos de resposta" a RedeTV exibe o programa "Show de fé", um espaço alugado pela Igreja da Graça de Deus para mostrar os cultos-de-auditório do missionário R.R. Soares, genro e ex-sócio do bispo Edir Macedo na Igreja Universal (que controla a Rede Record, rádios e emissoras em UHF).

Basta uma zapeada pelos canais abertos para notar o quadro de abuso, baixaria e deserviço público promovido pelo veículo que está presente em 87% dos domicílios brasileiros. Na TV paga, vendida como panacéia para a baixa qualidade (destinada aos pobres), o quadro não é diferente: meia dúzia de grupos, famílias e confrarias controlam quase todas as emissoras e serviços de norte a sul, apresentando uma programação extremamente parecida entre si (em forma e conteúdo).

Em São Paulo apenas duas operadoras prestam serviços de TV a cabo: NET (Globo) e TVA (Abril). Durante a década de 90, as Organizações Globo contraíram uma dívida gigantesca (boa parte em dólares) para implantar a TV por assinatura. Na época, para disfarçar o monopólio, a operação foi dividia em duas empresas (NET e Multicanal), que espalharam seus cabos por toda a cidade. A concorrente (TVA) até hoje não está disponível em boa parte da cidade e a Multicanal foi "vendida" à NET.

Nos 62 canais que a NET oferece por mais de R$100,00 mensais, muitas vezes não encontro nada que preste. Na grade compulsória do pacote (pois você não pode assinar apenas 2 ou 3), fica claro que poucas vozes aparecem na TV:
- 21 canais exibem enlatados estadunidenses 24 horas por dia
- 14 canais pertencem às Organizações Globo
- 9 canais abertos (VHF e UHF) de outros grupos
- 7 canais "oficiais" (incluindo o famigerado "Comunitário")
- 4 canais de outros países (Itália, Inglaterra, Espanha e França)
- 3 canais de compras 24 horas por dia (um deles, da Globo)
- 3 canais de pregação religiosa 24 horas por dia
- 1 canal comercial nacional que não pertence à Globo (ESPN Brasil, do grupo Abril)

Para não estender o debate sobre a importância da TV nos rumos do país, fica uma frase de FHC (dita no excelente documentário "O espetáculo democrático", disponível para download aqui ou à venda em DVD no CMI): "se o Lenin vivesse hoje, ele não ia querer fazer um partido, ele ia querer ser dono de uma cadeia de televisão". (outra referência é o documentário "Muito além do cidadão Kane").

Tomara que o "Direitos de resposta" seja apenas o início de uma virada na TV brasileira. Não se trata de construir uma televisão "chata" ou políticamente correta, mas sim de permitir a diversificação do conteúdo, seja ele entretenimento, cultura ou informação.

E para justificar este post, vale lembrar que a indústria automobilísitca é um dos maiores anunciantes da televisão brasileira, ocupando boa parte do horário nobre com seus comerciais de apologia à velocidade e ao individualismo.

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sexta-feira, dezembro 09, 2005

2a Bicicletada de Curitiba



A foto acima é da 2a Bicicletada de Curitiba, que aconteceu no último dia 02. Mais imagens aqui.

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quinta-feira, dezembro 08, 2005

25 anos sem Lennon


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terça-feira, dezembro 06, 2005

Bilfri stad


(foto: Keyvan)

"Buzine se você quer uma cidade sem carros", em sueco, durante a bicicletada de outubro na cidade de Gotemburgo. Veja mais fotos aqui.

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Houston, 1962



A foto do congestionamento foi tirada na cidade de Houston, em 1962. (veja mais fotos históricas e outras informações interessantes no site da TexasFreeway)

Trânsito, aquecimento global e privilégio ao automóvel não são novidades no grande irmão do norte, maior consumidor de petróleo do mundo e maior produtor de lixo e poluição do planeta.

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segunda-feira, dezembro 05, 2005

Papai Noel estacionou o trenó na calçada



Pela segunda vez em dois anos (sempre no mês de dezembro) as autoridades resolveram passar o rapa no contrabando chique da avenida Paulista. Centenas de policiais federais, civis, militares e agentes de órgãos tributários aproveitaram a última sexta feira para coletar equipamentos contrabandeados e piratas de um tradicional "shopping" de stands que funciona há anos no local.

Para não atrapalhar o trânsito, os veículos oficiais e de imprensa transformaram em estacionamento o local de circulação de milhares de pedetres. Apenas os três caminhões que levariam as mercadorias foram estacionados na rua, talvez apenas por não caberem em cima da calçada.

Um senhor de cabelos grisalhos reclamou, ainda que por razões econômicas, do fechamento das lojas no Jornal da Gazeta: "eu acho que eles têm que fazer isso mesmo, tá certo... Mas por que só na véspera do natal, por que não fazem em outra época? Por que prejudicar a gente na época que a gente mais precisa comprar?".


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